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Lidar com John Fillini sempre vai me assustar, mesmo que eu me acostume. As vezes penso até que não sirvo para estar aqui.
Talvez em outra profissão...
Mas eu quero estar aqui. Sempre sonhei em cuidar da mente das pessoas, ajudá-las a lutar com seus demônios internos, lidarem com um mundo de segredos e cicatrizes emocionais. Sempre pensei em estar pronta para oferecer ajuda e esperança onde muitos haviam perdido a fé.
Já devia saber que não é fácil estar aqui. E que de alguma forma, iria mexer comigo.
Depois da consulta com Foster e Fillini, tive tempo o suficiente para revisar outros arquivos antes do horário do almoço. Agora estou caminhando pelos corredores ao lado de Yume em direção à cantina, enquanto conversamos sobre nossas experiências diárias.
Percebo que Yume está tensa ao meu lado, como se quisesse perguntar algo que não deveria. Ou como se quisesse contar algo que não deveria.
— ...E Filipe não consegue respirar sem reclamar, isso me irrita! — desabafa ela, como tem feito nos últimos dois minutos.
Entramos no refeitório indo direto para a fila.
— Ele consegue se comportar como um adolescente às vezes.
— É, ele consegue. — diz olhando em volta.
Com os braços cruzados, batuca os cotovelos. Observo sua inquietação.
Tem alguma coisa errada.
— O que houve? — indago com cautela.
Seu pescoço gira de volta para mim rapidamente e estuda meu rosto com as sobrancelhas arqueadas.
— C-como assim? — limpa a garganta e pega uma bandeija.
Pego uma para mim também. Observo Yume se servir e logo em seguida me sirvo e a sigo para uma mesa bem no meio do local.
— Yume, eu sei que não temos intimidade o suficiente para você querer compartilhar comigo algo que esteja te incomodando. — seu foco está em sua bandeija, enquanto tira os alimentos dela — Mas alguma coisa está errada e eu quero te ajudar.
Espero pacientemente enquanto ela coloca mais açúcar no seu suco, mistura a salada na comida e depois me encara.
— Não tem nada de errado. E nem vem querer usar seus dons de psiquiatra, não funciona comigo.
Eu sei que ela usa essa casca dura só para se proteger, e ela sabe que eu sei disso. Aliás, somos psiquiatras. Somos pagas para ler o comportamento dos outros.
Percebendo minha expressão, gira os olhos encostando nas costas da cadeira e cruza os braços.
— Sério que você vai ficar me olhando com essa carinha de gato de botas? — solto uma risada.
— Gato de botas? Eu não estou fazendo carinha nenhuma. — a tensão se dissipa um pouco e ela coloca os braços na mesa.
— Espera, você já viu Shrek? — diz baixo como se tivesse perguntando algo perigoso.
— Claro que já vi, Yume. Quem nunca?
— Eu nunca. — Clara diz parando ao meu lado — Qual a graça de um desenho cheio de piadas de duplo sentido, totalmente impróprio para crianças e um ogro verde se casar com uma humana que também é um ogro? — sua expressão é uma confusão engraçada.
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My Good Hell
General FictionDe todos os pensamentos ou sonhos que temos quando criança, me casar com um príncipe perfeito era o meu mais ambicioso desejo. Idealizei isso por toda a minha infância, onde seríamos grandes amigos e com o tempo, a paixão iria nascer. Viveríamos g...