𝑺𝑳𝒀𝑻𝑯𝑬𝑹𝑰𝑵

𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑽

" 𝑇𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑎́ 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑟"

 A Madame Tânia Valerius, era uma das modistas mais conhecidas na sociedade bruxa Inglesa. Ela tinha uma grande loja de tecidos, vestidos e mais uma porção de trajes caros e formais no Beco Diagonal. Ficava na parte mais cheia e bonita do Beco, em frente ao Banco Gringotes, ironicamente, quase ao lado da Madame Malkin, que também vendia trajes belos, mas não tanto quanto os da Valerius.

Eles teriam que ir ao Beco Diagonal comprar todos os itens da lista de Hogwarts e também deveriam ir na loja de Tânia. Havia um baile a caminho e um novo ano letivo.

 O Beco Diagonal era um dos bairros mais conhecidos pelos bruxos, era um quarteirão inteiro lotado de lojas de artigos diversos. Haviam restaurantes ou estabelecimentos do tipo, os principais eram; o Caldeirão Furado, a sorveteria Florean Fortescue e Cuisine Du Monde, uma espécie de mercado selecionado com diversos ingredientes mágicos para a culinária bruxa mundial.

Em meio aos becos do quarteirão, havia Borgin e Burkes, uma loja específica para artigos das trevas ou ilegais.

 A rua principal não estava tão lotada assim, possivelmente por ser uma terça-feira. Entretanto, isso não impedia que houvesse uma boa movimentação e em específico, alunos zanzando com sacolas e carrinhos cheios.

Era um dia ensolarado em Londres, o que levou Louise Slytherin a trajar uma saia púrpura rodada acima dos joelhos e uma camisa de tecido fino preto com bordados verdes, roxo e rosa. Andava ao lado dos irmãos pela Floreios e Borrões, os livros escolares eram postos nos braços do atendente e eram levados ao caixa. Já os livros pelos quais Louise se interessava, estavam em seus braços. Havia pego um de capa aveludada roxa, era sobre a bruxa Morgana e Merlin, e dois volumes da saga " A Arte Avançada da Transmutação".

—Você irá gostar deste.— a voz grossa de seu pai soou atrás de si, e ao virar, encontro-o com um livro grosso de capa bordô com muitos detalhes dourados, como as laterais das folhas e os relevos junto ao título.— Li quando tinha a sua idade.

Louise franziu o cenho, curiosa. Inclinou-se para ele e olhou o livro, "Encantamentos da Antiguidade". Merlin, os olhos da garota facilmente poderiam ter saltado para fora se não fosse alguém excepcionalmente controlada. Ela sorriu, e antes que pegasse o livro, Dante fez um breve aceno com o indicador e os livros em seus braços e o livro bordô voou até o balcão do caixa.

Ah! As facilidades da magia manual.

Poucos bruxos conseguiam mover objetos ou ampliar feitiços com o auxílio da mão livre.

— Pegue mais alguns, se quiser. - deu de ombros e encarou a filha, os olhos tipicamente gélidos.

Louise suspirou e olhou ao redor da loja, observou minuciosamente as estantes lotadas e um pouco empoeiradas. Um dia, Louise gostaria de ter sua própria biblioteca particular, quase como a biblioteca bruxa que visitou no verão do ano passado em Paris. Ela era enorme, mais de três mil livros.

Infelizmente, as estantes da garota já estavam cheias. Apenas se colocasse mais uma estante lá, mas teriam que quebrar uma parede do quarto e simplesmente não havia tempo para aquilo no verão.

Deixar os livros empilhados em algum canto do quarto não era uma escolha.

— Minhas estantes estão cheias. Não acho que os dormitórios possam suportar uma estante, mesmo que pequena.— torceu o nariz arrebitado e suspirou.

Dante rolou os olhos e a encarou, tombou a cabeça para o lado com sutileza antes de dizer:

— Podemos resolver isso. Pegue os livros que quiser. Além disso, você tem a sua maleta, espaço para essa pequena bagagem não irá faltar.—
seu pai respondeu, obviamente não se importando com a fala da garota.

Bem...aquela foi a permissão necessária para que a garota pegasse mais uns dez livros grossos e bastante caros. Os deixou no balcão e sorriu para Daphne, que a encarou como se fosse louca. Não se importou, apenas assistiu sua mãe deixar uma quantidade generosa de sicles e galeões. Os livros foram enviados para casa por Lila num estalar de dedos. Antes de irem até a loja de caldeirões, os irmãos compraram sorvetes na Florean Fortescue.

— Menta é um péssimo sabor.— Daphne caçoou de Sebastian, lambendo o sorvete de chocolate amargo e trufas.

— Como se o chocolate fosse grandioso, francamente foguinho.— retrucou o mais velho.

Eles ficaram naquela discussão murmurada por uns minutos, enquanto isso, Louise saboreava seu belo sorvete de torta de limão.

Estava uma delícia!

Agatha e Dante deixaram um saco generoso com dinheiro para cada um deles, depois disso sumiram para a parte sombria do Beco Diagonal.

Era comum.

Eles continuaram a andar. A prioridade foram os materiais da lista e, assim que ela chegou ao fim, partiram em direção às lojas de doces e diversão. Compraram jogos e tranqueiras na Gambol e Japes.

Ironicamente, para quem estava tirando sarro da irmã mais velha. Daphne foi na loja de artigos de poções e comprou uma quantidade quase exorbitante de frascos e ferramentas.

Zanzaram pela rua, até que Sebastian fixou os olhos castanhos na vitrine da Artigos de Qualidade de Quadribol. Exposta de modo bastante glorioso com a assinatura de Yvar Volkov,- o melhor apanhador da Bulgária até então, estava a bela Nébula.

Uma vassoura de reto e grosso num tom onix lustroso, alguns entalhes em dourado e um belo apoiador de pé angulado, as cerdas eram longas e eram moldadas num formato de gota de ponta enrolada, o tom era um treto com degradê final púrpura com brilhos de acordo com a luz.

Era o mais novo e recente modelo de 1976, recém chegado da União Soviética.

Sebastian assoviou, deixou as mãos no bolso na calça de alfaiataria preta e tornou a observar aquela beldade. Até Louise, que não jogava Quadribol, apesar de desejar, encontrava-se apaixonada pelo modelo. Para o mais velho, que era o atual capitão do time de Quadribol da Sonserina, aquela vassoura era um pedaço de céu.

Sem mais nem menos, eles adentraram a loja, Louise aproveitou o final do cone de seu sorvete e jogou o papel sujo fora. O estabelecimento era grande, cheio de utensílios de Quadribol, diversos cartazes assinados e até mesmo alguns modelos de vassouras autografados expostos.

— 180 km por hora!— Comentou o mais velho, os olhos vidrados na vassoura.

Louise sorriu sutilmente e observou a vassoura. Ficou tentada a compra-lá, apenas para poder voar por Hogwartas durante as madrugadas de insônia. Desejava participar do time, e Sebastian até mesmo disse que se ela fizesse os testes, facilmente entraria como artilheira ou reserva do notório Regulus Black.

O time da Sonserina era bastante agressivo e rígido, não havia espaço para pontas soltas ou falhas, seu irmão fez questão que não houvessem. E foi assim que a Taças das Casas manteve-se na mão da Sonserina por quatro anos.  No  terceiro e quarto ano, Sebastian foi apanhador, até que black chegou e se destacou. Felizmente, o Slytherin tornou-se capitão do time no quinto ano, e desde então, foi artilheiro, garantindo um caminho aberto para Regulus.

—É uma verdadeira raridade.

A voz suave e pouco grossa soou atrás do trio. Louise olhou por cima dos ombros e segurou para não revirar os olhos. Lá estava ele. As ondas s do cabelo curto num tom bastante escuro e brilhante estavam perfeitamente alinhadas.

Olhos verdes oliva, bochechas finas, lábios avermelhados, um queixo fino de ponta quadrada. Pele pálida e leitosa. O garoto trajava calças iguais às de Sebastian, mas diferente dele que usava uma camisa branca sem mangas, ele usava uma camisa de tecido muito mais leve num tom vinho, haviam pequenos botões dourados no na roupa.

E aquele era o aclamado e odioso, Regulus Arcturus Black.