sempre foi você

Mães e filhos

Segunda-feira é o dia de encontro das irmãs, enquanto os homens oram. Como eu gosto de sair com meus pais, sempre vou.
Também é o dia oficial do clubinho afinal é o evento que mais temos tempo para nossas reuniões.

- Filha, você viu a nova família que está congregando com a gente?

- Claro mamãe! Já fiz até amizade com o filho deles.

- Mas já? Nossa, você é minha filha mesmo. - Diz mamãe com um largo sorriso, enquanto acaricia meu rosto. -

Deus concede um Chamado a cada um de nós, e o da minha mãe é ser líder do círculo de oração das irmãs. Ela é muito amorosa e receptiva, sempre abraça cada uma das irmãs com zelo e carinho. Esse é o chamado dela, cuidar com amor.

- Paz do senhor irmã kim Ye-jin! Que prazer receber você aqui hoje.

E ali estava a irmã kim Ye-jin, com taehyun ao seu lado. Ela é bem meiga e delicada, tem cabelos lisos e alinhados como o de tae, porém sem o formato tigela de cereal, seu cabelo é longo e bem escuro.

- Paz do senhor irmã Ester, obrigada fico feliz por ter sido convidada.
- Abaixa a cabeça para comprimentar como no costume coreano.

- Olá Camilly. Tu..do bem? - pronuncia tae com sotaque.

- Oii tae, Tô bem e você?

- Estou bem. Camilly, o que é "Tô"?

- É uma abreviação de "Estou". As pessoas não falam o português muito certo por aqui, melhor se acostumar.

- Você falou palavra muito, difícil entender. O que é bre...vi..ção?

Já percebi que ainda é difícil ter um diálogo com ele, principalmente pra mim que sou uma tagarela.

- Olha, Fale "tô" ao invés de "Estou".

- Tô bem.

- Isso! Ficou mais normal agora.

- Sou normal?

- Sim, está ficando normal.

- Camilly, anos tem você?

- Quantos ? Tenho 6, e você?

- Tenho 7 anos de idade.

- Legal - Sorri para ele - Pensei que fosse mais novo que eu.

Taehyun é do meu tamanho, se bobear até um pouco menor. O sotaque dele é muito engraçado, por isso estou segurando pra não rir nessa conversa.

- Camilly, e o clubinho?

- Bom ter lembrado! As meninas já devem estar lá, vem comigo.

Seguro a mão dele e saio pelo corredor da igreja levando ele para o clubinho.

Quando chegamos...

- Está atrasada dona camilly. Você também senhor novo integrante, Tá dando um bom exemplo não em. - diz Sara com os braços cruzados batendo os pés com suas sapatilhas pretas de verniz, são bem barulhentas.

- Eu disse que meninos não são boa influência. - diz Pâmela com um olhar mortal em direção ao Taeyun.

- Vocês falam palavras muito rápido, Mim não entender tudo! - Diz taehyun aumentando o tom de voz.

Todas caímos na gargalhada e tae fica bem irritado e confuso.

- Acho que vamos ter que dar aula de português pra ele, o jeito que ele fala é estranho. - Diz Raniely.

Raniely é a nerd do grupo, ela sempre tem alguma ideia mirabolante e às vezes diz coisas que a gente não entende.

- Vou montar um plano de aulas pra ele.

- Sério? Que gentileza raniely! - digo saltitando de alegria.

- É uma boa ideia mesmo. - Diz Sara.

- Quero aprender português! - Grita taehyun.

- Bom vamos iniciar essas aulas semana que vem, consegue raniely?

- Claro. - Ela assente.

- Hoje temos um assunto muito importante pra discutir no clubinho, o zoológico já é semana que vem. - Diz Rebeca.

Rebeca tem a pele cor-de-chocolate, cachos curtos e bem definidos e um sorriso acolhedor.

- Bom ponto a se pensar! - Diz Sara, empolgada.

- Que tal um piquenique? Sempre quis ir à um piquenique. - Sofia diz.

- Só de falar em zoológico fiquei tão empolgada que deu até sede, vou beber água já volto.

Antes que eu me levantasse, já tinha 4 copos de água encomendados, como sempre.

                    O bebedor fica ao lado de uma das porta da igreja, bem perto de onde as irmãs estavam, então aproveito para observar o que elas estão fazendo.

         Quem estava falando era a mãe do taeyun, então fiquei curiosa e parei pra escutar.

- Estou muito feliz por estarem nos recebendo tão bem aqui, me senti acolhida por todas vocês. Só Deus sabe o processo que eu e minha família tem passado, mas sou grata a Deus por cada oportunidade concedida!   Para agradecer pela recepção, trouxe uma comida típica coreana que fiz na nossa fazenda, o kimchi espero que gostem. - Diz kim ye-jin em um tom cativante.

         Quando eu chegar em casa, a primeira coisa que vou fazer é pedir um pouco do kimchi que minha mãe ganhou, parece ser  gostoso.                                                                                                                     Sinto Algo gelado no meu pé, mas antes que eu pudesse reagir,vejo uma mão fechando a torneira.

- Se vai beber água precisa prestar atenção.

Me viro e percebo que era miguel, me olhando com um ar de sarcasmo.

- Eu estava prestando atenção sim  tá? você que se intrometeu.

- É mesmo? esse chão ensopado diz o contrário.

-Argh é mesmo, e eu tenho tanta água pra levar. - Digo com uma expressão de  frustração.

- Te ajudo a levar, tô no tédio mesmo, e assim você não molha o caminho inteiro.

-Não deixa que eu levo sozinha, você não pode ir lá.  

      Pego os 4 copos e saio em passos apressados, e acabo  deixando os rastros de água pelo caminho. Desço a escada rapidamente, quando chego ao final, suspiro aliviada, pensando que estou sozinha, porém...

- Essas suas perninhas andam bem rápido em. - Diz Miguel, enquanto dá um tapinha nas minhas  costas.

- Ai seu moleque, por que me seguiu?

- Primeiramente, Eu tenho nome. Segundamente, Porque eu quis.

- Nossa como você é chato! olha, primeiramente, a palavra segundamente nem existe. só me deixa em pa com as minhas águas e sai logo.

        Miguel de forma alguma pode descobrir onde fica o clubinho, seria um desastre total. 

- Camilly! água ajudo eu! - Diz taeyun, correndo em minha direção com uma expressão solidária.

- Graças a Deus, segura aqui tae. - Dou um suspiro aliviada, e entrego dois copos pra ele.

- O japinha vai te ajudar? vou sair daqui antes que eu pegue corona. - Diz  e em seguida sobe as escadas rapidamente.

- Tae você me salvou! e salvou o clubinho também.

- De nada Camilly. -Diz tae, sorrindo. 

Todas nós ficamos bem empolgadas falando sobre esse passeio, e taehyun mesmo não entendendo quase nada, parecia tão empolgado quanto nós.