Giorgio Marcino, o homem mais poderoso do mundo e líder da maior máfia italiana, encontra seu destino cruzado com Scarlett Ross, uma letal e implacável assassina de aluguel, durante sua estadia em Las Vegas. Em um mundo onde o poder, a luxúria e a g...
Ir à matrimônios é uma experiência quase mágica: dá para sentir as partículas do amor circulando no ar como se fossem parte do oxigênio. O ambiente é tomado por uma avalanche de ternura e paixão, o corpo relaxa e a mente descansa, é encantador vislumbrar a noiva subir de vestido branco ao altar e fazer seus votos. Ver duas pessoas se unindo por amor pela eternidade é uma das coisas mais belas que estar vivo proporciona.
A parte que mais admiro é o discurso na finalização: "Prometo estar contigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-te, respeitando-te e sendo-te fiel em todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe." Me emociono todas as vezes que escuto essas palavras, são profundas demais, até para mim. Acredito que não há sensação melhor do que amar alguém, de saber que você faria de tudo por aquela pessoa, da santidade ao pecado, você a protegeria com unhas e dentes, passaria por cima de qualquer obstáculo.
Às vezes me imagino casando no meio da praia, com os pés descalços sentindo a areia do mar roçar entre os dedos, com a brisa do oceano bagunçando meus cabelos. Meu cérebro diz que um casamento assim não passa a imagem que eu represento, no entanto, meu coração exclama que algo assim é tudo que preciso. Há trevas demais em meu peito, é bom permitir que a maldade escorra para fora de vez em quando. A posição de líder me obriga a ser cruel e temido, mas, quando estou sozinho, posso exprimir minha humanidade.
Pensar em casamentos me faz sentir-me uma pessoa normal, um homem qualquer com planos e objetivos para o futuro. Talvez, o único desejo que todos os homens da terra compartilhem é a vontade de serem amados. Todos, sem exceção, queremos uma pessoa para nos amar e compreender.
Cheguei a Palermo há uma semana, estou atento a qualquer sinal de insubordinação, entretanto, as coisas seguem seu fluxo habitual, não há nada fora do comum. Todos ainda temem, respeitam e cuidam do nome de minha família.
Nesse mesmo instante, estou organizando as despesas financeiras que teremos com o casamento de meu primo, Vittorio, segundo filho de meu tio Tommaso e irmão caçula de Vincenzo. Seu matrimônio ocorrerá em poucos dias e ele se unirá a uma moça das famílias tradicionais da máfia para fortalecer nossos laços pelo sangue. É imprescindível que a família permaneça unida para não desmoronarmos. Em suma, os casórios são realizados por arranjo de interesses, sem envolver amor ou um relacionamento anterior.
Existem regras que regem a união, instauradas para garantir segurança a ambos. As mais importantes são: jamais ser infiel e jamais agredir um ao outro. As punições para o descumprimento desses preceitos podem ser catastróficas. Em um casamento, além de qualquer intenção, deve haver respeito.
A festa que estou planejando será grande e requintada. Geralmente, tio Tommaso é responsável pela organização dos eventos, todavia, por ainda estar em terras americanas lidando com o fantasma de Salvatore de la Cruz, atribui essa tarefa a mim. Além de ser uma atividade divertida, é eficaz para mostrar aos inimigos que a máfia italiana não estremecerá com ameaças, que nossas preocupações estão voltadas a outros propósitos.
