Lucerys pov
Havia certas coisas que não podíamos evitar, mesmo que quiséssemos, não é mesmo? Ter dezessete anos e ser a porra de um estudante estava nessas certas coisas.
Havíamos mudado para essa cidade perto da capital, não era algo tão grande e nem pequeno, contudo era algo acolhedor e eu me senti feliz em ter me mudado aos sete anos da minha antiga cidade natal, que era no interior repleto de floresta e fofoca.
Bem, aqui é quase a mesma coisa, tirando o fato que tínhamos uma sorveteria magnífica e que eu tinha o melhor amigo do mundo!
Quando nos mudamos para cá foi por buscar situações melhores, afinal meus pais naquela época ganharam uma proposta maravilhosa de emprego com as empresas Targaryen, onde trabalhavam até hoje. Era uma empresa de automóveis com nome esquisito, já que remetia a linhagem da família dos proprietários.
Não dava a mínima, já havia me acostumado com o fato de ser estranho.
Quando essa proposta pareceu meus pais não tinham condições de vender a casa e comprar uma rapidamente, afinal quem iria gostar daquele fim de mundo? Foi três anos depois que conseguiram vender nossa antiga casa natal. Enfim, como os donos Targaryen eram modestos— apesar de serem muito ricos. Eles ajudaram meus pais e assim começamos a morar em uma casa ao lado, em um bairro nobre do lugar.
Era legal, tinha uma sorveteria próxima e a escola também não era longe.
Meu quarto ficava rente a sacada do enorme quarto do filho mais velho dos Targaryen, Aemond Targaryen. Entretanto ele já tinha alguns vinte e poucos anos, apesar de crescer ao seu redor não éramos realmente próximos e fazia alguns anos que ele tinha ido embora para estudar.
Eu era próximo de Aegon, o irmão caçula deste. Ele era meu melhor amigo e meu irmão mais velho, Jacaerys, era melhor amigo do irmão do meu melhor amigo. Confuso? Nem um pouco.
Enfim, ter dezessete anos era a coisa mais monótona e problemática que podia acontecer em sua vida. Você tem tantas coisas para pensar nessa idade, tais como faculdade, emprego e...
Meus pais, Rhaenyra e Harwin eram religiosos rígidos, então obviamente nunca fui do típico adolescente normal. Tinha hora para ir deitar, para levantar e também íamos à igreja todos os sábados e domingos.
Eu amava isso, ir à igreja e aproveitar aquelas palavras esperançosas, sentir algo sobrenatural em minha volta e sentir a fé. Fé move montanhas e eu estava de bem com o meu Deus.
Isso me fez temer o pecado e repudiar não seguir fielmente — assim como meus pais. A palavra de Deus.
Meu irmão mais velho tinha vinte e dois anos, ele era alguém controlado e normalmente quieto, mesmo que ele não fosse tão fielmente a igreja, sabia que ele se importava com os mandamentos de nosso Senhor. Não que eu soubesse como ele andava, afinal ele também havia ido embora.
— Nossa, mais que porra — resmungou uma voz de repente, me tirando dos meus pensamentos enfadonho. Levantei meu olhar e vi a face raivosa de Aegon, que se aproximava de mim na calçada da nossa rua. — Ei, o que você quer de aniversário daqui três meses?
Aegon era um cálculo sem solução, impressionantemente imprevisível e boca suja. Ainda sim, ele era o meu único amigo e eu o amava muito, fomos praticamente criados juntos, então eu fingia não ouvir seus palavrões e tentava relevar as ações do garoto.
Não era porque eu era religioso que ele tinha que ser também, sabia disso e não me incomodava.
— Não fale palavrões — o repreendi sério. Aegon me ignorou, como sempre, dando de ombro pela minha repreensão. — Não preciso de presente. Já tenho as pessoas que amo comigo e sou feliz.
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Amor Acidental
FanfictionLucerys Velaryon era um adolescente calmo, gentil, educado e religioso. Nunca passou pela cabeça dele se apaixonar, principalmente pelo irmão de seu melhor amigo. Um amor adolescente, que floresce de maneira confusa, ainda sim, igualmente forte e b...