Capítulo 1

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Jade Morgan



Acordo já com o barulho do inferno, mas não é o despertador, é o demônio do Vinnie e da Amelia gemendo em plena quarta-feira às 5:45 da manhã.



— Porra, dá pra parar com isso? — grito, exasperada.



— Eu só queria dormir, suas cadelas no cio — grito novamente, sem paciência alguma.




— Faltam quinze minutos para as seis, que merda! — grito, saindo da cama e indo em direção ao banheiro.



Não aguento mais. Quase todos os dias é a mesma coisa. Amelia namora o Vinnie há um ano e alguns meses, e ele sempre está aqui. Estou começando a achar que ele não tem casa, ou pior, que é um mendigo que minha prima está abrigando no nosso apartamento.


— Eles pararam, graças ao meu bom Deus — falo para mim mesma, aliviada enquanto faço xixi, ao perceber que os dois haviam parado.





Volto até a cama e olho no relógio. Faltavam treze minutos para as seis. Fecho meus olhos na esperança de dormir, mas a cama volta a ranger.





— Eu não aguento! Eu não aguento! Eu não AGUENTO! — grito, puxando meu cabelo para trás.





— Ninguém me respeita mais — saio da cama frustrada.



Deus, me perdoe por esses xingamentos, mas estou com muita raiva.



(...)

— Bom dia, Jade.


Vinnie entrou na cozinha com um sorriso cúmplice, daqueles que parecem querer dizer "o sexo matinal foi incrível", enquanto envolvia o braço esquerdo em volta do pescoço da Amélia e me cumprimentava.
Eu, com uma torrada na boca e paciência curta para tamanha alegria matinal, retruquei sem rodeios:


— Bom dia é o caralho.





— Quanta ignorância — retrucou Vinnie, dramático, com a mão no peito como se estivesse profundamente ofendido, desafiando-me com um olhar penetrante.




Sentando-se à mesa, Vinnie quebrou o incômodo silêncio ao observar:


— Amor, essa casa está com uma energia negativa — diz Vinnie




— E desde quando você sabe dessas coisas?– Amélia questiona, sentando no colo do namorado, deixando-me com nojo.





Odeio casais felizes.




Sem rodeios, virei-me para Vinnie e inquiri:




— Você não tem casa não?— pergunto e sua resposta foi seca e direta:



— Não — revirei os olhos, enquanto tomava um gole de café.





— Você vive aqui dia e noite, único horário em que não te vejo é quando está na escola.






Amélia decidiu intervir:




— Que eu me lembre, esse apartamento também é meu, Jade — revirei os olhos novamente e cruzei os braços em sinal de irritação.


— Certo, também é seu, mas isso não significa que ele precisa estar aqui todos os dias.





Vinnie, tentando suavizar o clima, brincou:






More than a friendship-Jacob DayOnde histórias criam vida. Descubra agora