Capítulo 04°

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Agnes

Eu estava com tanta raiva que sai empurrando todo mundo que estava no meu caminho e com a quantidade de força que eu usei muitas pessoas caíram, porém não fiquei para dar atenção. Meu ódio todo nem era pelo fato ocorrido em si, mais por mim mesma. Como eu fui tão burra? Desde o início, sempre percebi o afeto entre os dois, mais eu não quis enxergar pois afinal ela era minha amiga e ele parecia muito ingênuo para fazer qualquer coisa. E no final quem foi a ingênua da história foi eu.

- PORRA. - grito assim que saio para fora da boate para tentar me livrar da raiva... Uma tentativa muito falha.

Se eu fosse fazer a minha vontade eu estaria quebrando a cara dos dois. Puta merda que ódio dos inferno. Pego meu celular para pedir um carro mais o mesmo não liga.

- Puta que pariu, só pode ser brincadeira. - começo a xingar feito uma louca mas assim que percebo que estou sendo assistida paro. Tava meio escuro mais dava para ver que era Dmitry encostado na parede fumando, o mesmo me encarava descaradamente. Eu estava tão desprovida de paciência que eu ia confronta-lo, mais sou impedida por alguém me chamando.

- Agnes, Agnes. - assim que olho para trás a morena sai de dentro da balada com falta de ar como se tivesse corrido. - Menina... do céu. - ela vem mais perto. - Você tá bem? Vi você saindo empurrando um monte de gente... Aliás você é bem forte né, várias pessoas caíram. Foi um sacrifício pra mim conseguir sair.

- Alice. - sorrio fraco. - Se não for te pedir muito pode chamar um carro pra mim? Preciso muito sair daqui... Se não acho que vou cometer um crime.

- Okay... Acho que quem tá precisando de ajuda agora é você. - ela diz e começa a mexer em sua bolsa. - Vem vou te levar.

- O que... Não Alice, não quero te atrapalhar pode ficar eu só preciso de um carro.

- Eu tenho um carro. - ela mostra a chave. - E eu já estava querendo ir embora mesmo. Vem... A não ser que não queira minha carona.

- Claro que eu quero. - digo e ela sorri.

Acompanho ela e percebo Dmitry nos seguindo com o olhar. Qual é o problema desse cara?

- Meu pandinha é pequeno mais da pro gasto. - ela diz assim que destrava o carro. É um Fiat panda preto e branco, ele é bem popular na Itália.

- Você avisou que estava indo embora? - pergunto assim que entramos no carro.

- A galera com quem eu estava nem vai sentir minha falta... Eu tava meio que sobrando sabe. - ela diz revirando o olho. - Me explica onde é sua casa.

Falo para ela e a mesma puxa no GPS e da início no caminho. Eu tava finalmente me tranquilizando, creio que nunca senti um ataque de raiva tão grande quanto sentido hoje. De alguma forma senti algo diferente crescer em mim... Não sei explicar o que é exatamente.

- Obrigada Alice, eu realmente precisava sair de lá. - digo e ela sorri.

- Não quero ser intrometida mais já sendo... - acabo rindo com sua fala. - O que aconteceu?

- Em simplificação eu descobri que estava sendo traído. - ela me olha surpresa e logo volta sua visão para rua. - Peguei meu namorado... Digo ex namorado, beijando a minha ex melhor amiga.

- Que filho da puta ordinário de uma figa. - ela xinga em português me fazendo rir. Era bom estar descontraindo. - Vai Agnes pode xingar eles o quanto quiser, bota tudo pra fora, faz mal ficar entalada.... Vai vamos lá. - ela abre as janelas do carro.

- FILHO DA PUTA. - gritamos junto e caímos na gargalhada.

- GINEVRA SUA ORDINARIA. - grito e Alice cai na gargalhada.

- Que nome é esse? - ela diz entre risos.

- Eu sempre chamei ela pelo segundo nome porque ela não gosta do primeiro. Agora pra mim o nome dela é como um xingamento. - explico.

- Bota xingamento nisso em.

Me sentia muito bem com Alice. Fazemos aula juntas a muito tempo, mais nunca tivemos oportunidade de conversar e esse momento com ela foi como se fossemos amigas desde a infância. Talvez ela seja a minha verdadeira alma gêmea.

(...)

- Tem certeza que vai ficar bem? Se quiser você pode ficar na minha casa tranquilamente, a gente passa a noite xingando e praguejando eles. Se topar da até pra fazer um serviço com os nomes dele... se é que me intende. - ela diz assim que chegamos em frente ao meu prédio.

- É uma tentação, mas vou enfrentar meu apartamento solitário por hora. Meu gato vai me fazer companhia, então tá tudo bem. - digo e ela me abraça.

- Até amanhã então.

Vou até a minha portaria e assim que o carro dela se vai eu suspiro fundo e entro. Assim que entro em meu apartamento coloco as chaves na estante e ligo a luz, minha visão é tomada por minha sala cheia de quadros com fotos minha e de Leonardo e algumas com Ginevra. Pego um porta retrato e o encaro, estávamos no nosso primeiro encontro no Coliseu. Aquele dia ele tinha se declarado para mim. A raiva começa a me consumir novamente e eu aperto o retrato em minha mão e o mesmo se quebra, fazendo alguns vidros cortam minha mão, mas não sinto dor porque estava imersa na raiva. Começo a quebrar todos quadros em seguida todos os presentes que eles me deram. Tinha vaso, abajur, quadro de pintura e alguns enfeites, vou para meu quarto e rasgo todos os ursos de pelúcia, tudo que me lembra Leonardo ou Ginevra. Junto tudo e coloco em um balde de metal que estava na minha cozinha. Sem pensar duas vezes coloco fogo. Grifo aparece miando.

- Oi querido. - digo e então me lembro de algo. - Claro Grifo... Faltou aquilo. - digo como se realmente Grifo tivesse falado algo. Volto para meu quarto e pego as roupas de Leonardo que estava em meu guarda roupa e jogo no balde com fogo. Vendo o fogo consumindo todas as quelas coisas, uma sensação boa me consome e eu começo a rir de satisfação. Minha mão começa a arder, então vejo que a mesma tá pingando sangue. - Certo, vamos dar um jeito nisso agora.

Fiat panda

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Fiat panda... Primo Uno

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⏰ Última atualização: Dec 16, 2023 ⏰

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