capítulo 11

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Kate...

Eu paro na calçada escura e cruzo os braços no peito, mordendo a parte de dentro do


lábio inferior, irritada.


Stelle, ao perceber que não estou mais andando ao lado dela, volta correndo.


- Tá bom, tá bom! Olha, não quero que você estrague sua vida, só isso. Só tô


pedindo que se alguém que não for torto de tão feio te paquerar, não dispense o cara


imediatamente. Não tem problema nenhum conversar e se conhecer um pouco. Não tô


pedindo pra você levar ninguém pra casa.


Eu já estou com ódio dela por isso. Ela prometeu!


Rafael chega por trás dela e passa as mãos em sua cintura, colando a boca no seu


pescoço enquanto ela se retorce.


- Você tem que deixar ela fazer o que quiser, amor. Para de ser tão mandona.


- Obrigada, Rafael - agradeço com um rápido aceno.


Ele pisca para mim.


Stelle faz bico e diz:


- Tem razão - e levanta as mãos -, não vou falar mais nada. Juro.


Sei, já ouvi isso antes...


- Ótimo - concluo, e continuamos andando. As botas já estão me matando.


O ogro na porta do galpão nos examina na entrada, com seus braços enormes


cruzados sobre o peito.


Ele estende a mão.


O rosto de Stelle vira uma careta ofendida.


- Quê? Rob tá cobrando entrada, agora?


Rafael enfia a mão no bolso de trás, tira a carteira e mexe nas notas.


- Vinte paus por cabeça - grunhe o ogro.


- Vinte? Tá de sacanagem, porra?! - Stelle grita.


Damon a afasta delicadamente e põe três notas de vinte dólares na mão do ogro. Ele


enfia o dinheiro no bolso e nos dá passagem. Eu vou primeiro e Rafael põe a mão nas


costas de Stelle, levando-a à sua frente.


Ela faz uma careta para o ogro ao passar por ele.


- Acho que ele vai embolsar essa grana - acusa. - Vou perguntar pro Rob que


negócio é esse.


- Vem - Rafael insiste, e nós cruzamos a porta e andamos por um corredor longo e


medonho, com uma única lâmpada fluorescente de luz trêmula, até chegarmos ao


elevador industrial no fim.


O metal range quando a porta da gaiola se fecha, e descemos no elevador barulhento


para o subsolo, alguns metros abaixo. É só um andar, mas o elevador chocalha tanto que


sinto que ele vai se partir a qualquer momento e matar a gente na queda. A batida alta e


explosiva da música e os gritos de bêbados universitários - e provavelmente de muitos


ex-universitários - reverberam pelo piso do porão até o elevador de ferro, ficando mais

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⏰ Última atualização: Jun 20, 2015 ⏰

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