Clean & This World or Any Other

Capítulo 14: O Cavaleiro

Hermione correu para a tenda de Draco, tentando manter o controle de todas as pequenas caixas que ela segurava desajeitadamente em suas mãos. Ela nunca passou muito tempo no quarto dele - dificilmente era um ambiente confortável, com os pisos de madeira escura e sua árvore genealógica olhando para o rosto dela, um lembrete silencioso de que ela dificilmente era sagrada por nenhuma definição de feiticeiro significativa - mas como ela já havia arrumado sua barraca para se preparar para sua jornada iminente, a dele teria que fazer.

"Eu fiz Dobby contrabandear alguma cor de cabelo trouxa para mim", ela anunciou, franzindo a testa um pouco enquanto segurava os rótulos, tentando lê-los na iluminação fraca de seu quarto. "O que você prefere, 'canela', 'mocha' ou 'chocolate'?" Ela fez uma pausa. "Estou inclinado para 'chocolate', pessoalmente, embora eu ache que posso estar com fome."

Normalmente ele teria rido disso, ou mais provavelmente, dado a ela um "oh, Granger" presunçoso com um rolo de olhos correspondente, mas ele não olhou para cima. Ele estava de costas para ela, e sua cabeça loira pálida - que permaneceria pálida e loira por apenas uma questão de horas antes de ser alterada em algum tipo de tom inspirado na sobremesa - estava curvada sobre algo que ela não conseguia ver.

"Ei", ela disse em silêncio, deixando as caixas derramar para fora de suas mãos e em seu edredom verde esmeralda enquanto deslizava ao lado dele. "O que é isso?" ela perguntou, olhando para o livro que ele segurava no colo.

Era um volume encadernado em couro intitulado Rei Arthur, uma coleção de lendas arturianos, incluindo Le Morte d'Arthur, que ela se lembrava distintamente de ter visto duas vezes antes. Ela puxou o livro suavemente das mãos dele para incliná-lo em direção a ela, inclinando a cabeça contra o ombro dele.

"Não é nada", ele assegurou a ela suavemente, embora ela pudesse ver a dica de dor que atingiu suas características enquanto ele o fazia.

"Isso não é verdade", disse ela, mordendo o lábio e inclinando-se para trás para encontrar seus olhos grisalhos. "Você tinha esse livro no seu quarto no ano passado. E a Sala precisa me mostrou isso antes, quando estávamos aqui sozinhos." Ela passou a mão pela página, deixando os dedos pairar delicadamente sobre a caligrafia. "Este livro significa algo para você."

Ele parecia se encolher um pouco. "É estúpido, honestamente", disse ele a ela, alisando o cabelo de volta pensativamente.

Ela cutucou o ombro dele suavemente com o queixo. "Tente-me."

Ele parecia procurar no rosto dela por um momento antes de olhar para o livro no colo, suspirando pesadamente. "Quando Theo e eu éramos crianças, costumávamos fingir que estávamos em Camelot", explicou ele, seus olhos repetidamente pulando provisoriamente para os dela como se ele esperasse que ela risse dele. "Eu era o Rei Arthur, e Theo era Lancelot."

Ele empurrou o livro para longe. "Não é nada", disse ele novamente.

"Não é nada", disse ela rapidamente, batendo a mão contra a nuca dele. "Eu - Eu não sabia."

"Bem, por que você faria isso?" ele cheirou. "Eu não sou mais uma criança. E eu certamente não fui o Rei Arthur", acrescentou ele com desgosto. "Acho que caí um pouco longe disso há muito tempo."

"Você está compensando", disse ela com sinceridade, mordendo o lábio enquanto um sorriso se arrastava pelo rosto. "Afinal, você fez uma espada aparecer, mesmo que fosse a Espada de Grifinória em vez de Excalibur."

Ele fez uma careta. "Eu não me importo mais tanto com a glória", disse ele com um sorriso. "Realmente não importa, se eu nunca me tornar um herói. Eu acho - " ele fez uma pausa. "Acho que é mais que ter o livro por perto só me ajuda a me sentir mais perto de Theo, de alguma forma."