Capítulo 22: A Mansão

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Ron Weasley não era uma pessoa ruim. Realmente. Ele não era.

Ok. Então as coisas saíram um pouco de debaixo dele. Não foi culpa dele. Por que ninguém pôde ver isso?

Todo verão, todo Natal, praticamente todos os momentos de qualquer importância em suas vidas que não haviam alocado em Hogwarts tinham alo-se a ter aloado em sua casa. Com a família dele. E foi como se Hermione e Harry tivessem esquecido isso de repente.

Esses dois - e o maldito Malfoy, que não ajudou em nada - poderiam ter sido apenas crianças, mas Ron não era. Ele cresceu aprendendo e se apoiando em seus irmãos, encontrando apoio em sua família e aprendendo que eles poderiam ser confiáveis para qualquer coisa. Por amor e por conforto. Para força. Para apoio.

Para ajuda.

Mas Ron estava tão em desacontrolado, não estava? Com Malfoy aqui, não houve como convencer os outros dois a ver a razão. Hermione estava... bem, ela estava muito irritada, não estava? E Harry... Ron nunca pensou que teria que questionar sua importância para Harry. Mas agora as conversas importantes, as que Harry costumava ter a sós com Ron, ele estava tendo com Malfoy. Hermione e Harry haviam esquecido o que Malfoy tinha feito? O julgamento que ele fez? Então ele foi reformado. Tudo bem. Bom para ele. Então o quê? Por que isso fez dele a voz da razão de repente? E quando, exatamente, Ron perdeu sua posição como confidente de Harry?

Ele não pôde deixar de questionar os motivos de Malfoy. Malfoy instantaneamente cavou os calcanhares ao pensar em ir à Ordem, mas isso foi egoísta, não foi? Ele não queria que sua mãe e seu pai corressem risco, e Ron certamente poderia entender isso, mesmo que ele achasse a ideia de proteger Lucius Malfoy completamente desagradável. Mas para Malfoy fingir que estava fazendo isso por Hermione, que sempre esteve segura lá... foi inconcebível.

E então havia Harry. Ron certamente tinha mais irmãos do que sabia o que fazer, mas mesmo assim, ele nunca havia questionado um irmão era exatamente o que Harry era para ele. Mas agora...

Hermione pediu que eles pegarem um pouco de água e a única coisa em que Ron conseguia pensar era a maneira como Harry não gostava de encontrar seus olhos. Ron acordou no meio da noite e viu que tanto Harry quanto Malfoy estavam fora da cama mais uma vez e ele sabia, ele sabia, que mais uma vez, Harry estava escolhendo Malfoy em vez dele. Alguns meses atrás, talvez até menos, Harry teria acordado Ron e Hermione. Eles teriam se amontoado, tentando descobrir o que tudo isso significava. Hermione ainda teria olhado para Ron com carinho e Harry teria se procurado a ele para pedir conselhos.

Mas esse não era mais o caso, era? Nem remotamente. Agora foi Harry e sua fé desconcertante em Malfoy. Agora era a necessidade de Harry se virar para o ex-Comedor da Morte sem ficar de olho em como Malfoy o estava mudando, em como a influência de Malfoy estava destruindo a pessoa que Harry já havia sido. Não importa quantas vezes Ron esteve lá por Harry. Esqueça o amigo que Ron sempre foi.

Ron queria ir embora, ele realmente foi. E ele não achava que alguém sentiria falta dele se ele fosse, honestamente. Ele não conseguia se lembrar da última vez que Hermione lhe deu uma segunda olhada; ela nunca precisou de Ron para o cérebro dele e agora também não precisava dele para a companhia dele. Quanto a Harry... ele queria pensar que Harry viria, que poderia haver um momento em que Harry precisaria recorrer ao relacionamento que tinha com Ron. Mas ele estava disposto a apostar nisso? Ele não sabia mais. Como se não fosse o suficiente que Malfoy estivesse fodendo Hermione a cada maldita chance que ele teve, agora ele estava fodendo Ron também.

Essa também nem foi a pior parte. A pior parte, sem dúvida, foi que, mesmo com tudo isso, mesmo com todo o ressentimento que sentia em relação a Malfoy, Ron ainda não conseguia odiá-lo totalmente. Ele não podia odiá-lo, não podia culpá-lo e certamente não podia se virar para ele. Eles passaram por muita coisa, quer ele gostasse ou não.

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