CAPÍTULO 46

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"A dor sempre existe, porque a vida dói para caramba. Mas sofrer é uma escolha."

-Orange Is The New Black







Isadora Fontana

DIAS DEPOIS

-Vamos mamãe - Meu filho parecia mais ansioso que eu

-Já vou - Ri

Flocos começou a latir animada com a euforia do dono

-Tio Alex vai sair do hospital - Inquiriu animado

-Eu só vou pegar um casaco e já podemos ir - Anunciei

E sem esperar por mim ele começou a correr pela sala brincando com Flocos que corria animada de encontro ao dono

Era tão bom vê-lo assim

Pela primeira vez meu filho podia ser uma criança normal

Coloquei uma pequena escada perto do guarda-roupa e subi para pegar um dos meus casacos e estava prestes a puxá-lo quando esbarrei em uma caixa fazendo com que ela caisse aberta pelo chão

-Merda! - Murmurei descendo rapidamente da escada para apanhá-la e assim que o fiz meu coração doeu - Não acredito que ela guardou aqui...

Acariciei o tecido branco sobre a palma e suspirei algumas gotas rosa ainda estavam sobre ele também com o passar do tempo o sangue não poderia ficar vermelho para sempre agora ele era rosa

Numa das vezes em que Teresa foi me ver eu pedi que pegasse o vestido só não esperava que ela fosse guardá-lo para mim

-Sou grata por tudo em que vivemos - Disse abraçando o vestido e senti uma brisa fresca passar por meu rosto trazendo conforto e paz ao meu coração - Mas chegou a hora de seguir em frente...

Guardei o vestido na caixa novamente em seguida tirei suavemente o colar com a aliança de Natan do meu pescoço e com lágrimas nos olhos eu depositei um beijo sobre ela e a coloquei por cima do tecido branco do vestido

-Até logo Natan - Murmurei fechando a caixa e a colocando no mesmo lugar em seguida acariciei minha aliança de noivado e sorri eu estava feliz pela primeira vez na vida em anos

-Mamãe o vovô chegou - Meu garoto gritou me fazendo rir

-Estou indo - Gritei de volta e em pouco segundos eu estava com um casaco em volta dos ombros e na sala com meu garoto e meu pai me esperando

-Oi querida - Me deu um beijo no rosto

-Oi pai como foi o tratamento hoje? - Quis saber preocupada

-Tudo bem - Disse com um sorriso

Papai havia feito quimio de manhã e como não tinha quem ficasse com ele em quanto meus "irmãos" trabalhassem eu me ofereci

A verdade é que haviamos o perdoado não poderíamos guardar rancor dele se do nada ele morresse por causa do câncer jamais iriamos nos perdoar por não termos aproveitado cada tempo que temos com ele tentando se redimir por nos abandonar

Apesar de estarmos de bem com papai Aruna não ficava no mesmo ambiente que Pedro nem se implorasse a ela e estava sempre se esquivando de qualquer conversa que ele tentasse ter com ela por mínima que fosse e quem poderia culpá-la?

Eu mesma demorei a querer falar com ele por tudo o que fez nossa caçulinha passar e assim que tive a chance gritei com ele e despejei toda a minha raiva por tudo o que ele fez com ela mas ele me pediu desculpas e disse que era um idiota na época e que amava minha irmã

Amor Fatal (LIVRO 1 - AMORES PROIBIDOS)Onde histórias criam vida. Descubra agora