Eu acordo, confusa, em uma sala branca que logo identifico ser de um Hospital, o quarto era tão claro que se não fosse pela Dayane sentada distraída em uma poltrona no canto dele eu poderia jurar que estou no céu, e não deixo de fazer uma brincadeira com a situação.
– Deixa eu adivinhar, a gente está no céu, eu morri e logo depois você se matou?
– Aí, que bom que acordou! Caralho, quase tive um infarto, ruiva.
– Me explica oque aconteceu.
– Você não se lembra?
– Só do Dylan... - não consegui pronúnciar as palavras, então só completei como conseguia – Quero saber oque aconteceu depois que apaguei.
– Me chamaram, eu fui no seu quarto e tirei Dylan de perto de você.
– Então quer dizer que foi você minha heroína?
Eu falo com ironia, mas sei que talvez se não fosse ela eu teria morrido.
– Pois é, virei a mulher aranha, tive que lutar com o Dylan, depois com o coringa e com um dragão para salvar a patricinha em apuros.
Ela diz e eu dou risada, ela se aproxima de mim e eu seguro sua mão
– Eu achei que minha vida havia acabado ali.
– Eu também achei, foi horrível te ver daquele jeito, e tá sendo horrível te ver assim agora... em um hospital, machucada.
– Eu tô muito feia?
– É para ser sincera?
– Óbvio.
– Você tá um pouco, mas assim que os machucados passarem você vai voltar a ser maravilhosa.
– Será que vai ficar alguma cicatriz?
– Eu não sei, mas não vai ser uma cicatriz que vai desmontar essa montanha de beleza que você tem.
– Eu preciso te dizer uma coisa..
– Diga, sou todo ouvidos.
Assim que eu iria começar a dizer, o diretor entra no quarto junto com os médicos, minha mãe e meu pai também.
Minha mãe corre até mim e me abraça, ela por impulso tenta acariciar minha cabeça, como sempre fez quando eu estava com algum problema, mas esse movimento me gerou uma pequena dor, por causa do ferimento
– Aí mãe
– Desculpa.
Ela diz tirando a mão e me dá um beijo na bochecha, logo se levanta e meu olhar volta para a Day, nunca vi uma pessoa que parece ser tão grande, tão pequena e envergonhada, a drogada sem a sua marra parece uma criança em apuros, minha mãe a encara de cima a baixo, e sei que nesse momento ela está analisando a alma de Dayane.
– Você é amiga de Carol?
Eu e Day fazemos uma troca de olhares, e eu não sei oque ela vai responder, mas essa resposta pode mudar tudo daqui para a frente.
– Sim, sou amiga dela. Prazer em te conhecer, Sou a Dayane. Achei a senhora muito elegante.
Boa drogada, minha mãe ama elogios!
– Ah, muito obrigada! Seu estilo é um pouco excêntrico.
– mãe. - falo baixinho e devagar, a repreendendo.
– Não que excêntrico não seja bom, não foi isso que eu quis dizer... só é diferente, diferente é bom. - minha mãe se embaralha com as palavras, eu e Dayane rimos
– A sua filha falou que eu usava roupas de mendinga, excêntrico foi até que bom aos pés disso.
– Filha. - agora é a vez da minha mãe me repreender
– Vocês são muito parecidas - Dayane diz bem na hora que meu pai chega, ele fica ao lado dela e da um sorriso
– Realmente, elas adoram irritar. - meu pai diz, com aquele jeito brincalhão de sempre.
– pai - falo fazendo charme e uma voz mimada – oque que os outros vão pensar?
– a verdade uai. - ele diz e todos rimos, então ele se vira para Day e fala com aquele jeitinho brasileiro dele, mas em inglês – Estilo maneiro, uau, incrível.
– Obrigada, o seu também é.
E é então que noto a semelhança no estilo de Day com o estilo do meu pai, eu e minha mãe fazemos uma careta para os dois, meu pai se vira para mim e fala em português (detalhe importante que esqueci de mencionar, meu pai só ensinou português para os filhos e fez eu e minha irmã juramos que nunca ensinariamos a minha mãe a falar, para que quando ele quisesse falar coisas pessoais com a gente, minha mãe não entende-se).
– Amigas? Ou namomigas?
– Namomigas? Pelo amor de deus pai.
– Só pra saber, uai. Sempre te achei meio sapatão mesmo - ele fala em tom de brincadeira e ri, eu rio também
– Eu estou confusa
– Por que?
– Eu acho que sou Lésbica, mas tenho medo de não ser no final e acabar me apaixonando por um menino.
– Você está apaixonada por um menino?
– Não.
– Está apaixonada por uma menina?
– Sim.
– Então até você não se apaixonar por um menino, pode considerar que você é lésbica, e que está tudo bem.
– E está tudo bem?
– Por quê não estaria? - meu pai diz e me abraça, eu sorrio, está tudo bem.
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69 - 𝓓𝓪𝔂𝓻𝓸𝓵 / 𝕮𝖆𝖗𝖆𝖞
Fanfic𝕱𝖆𝖓𝖋𝖎𝖈 𝕯𝖆𝖞𝖗𝖔𝖑: Uma nova fase da vida, a tão famosa e temida faculdade, um período difícil mas também divertido, e principalmente, em uma das maiores e melhores faculdades do mundo: Harvard. 𝓒𝓪𝓻𝓸𝓵𝓲𝓷𝓮 𝓓𝓸𝓼 𝓡𝓮𝓲𝓼 𝓑𝓲𝓪𝔃𝓲𝓷:...