Cartinhas de amor

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Harry acordou com Hugo pulando no colchão. Ele queria entender essa obsessão de Hugo e Luke com pular em sua cama. Talvez ele devesse comprar uma cama elástica e colocar no quintal para que eles direcionem sua energia para o brinquedo. Era bom saber que seu garotinho estava se sentindo melhor depois do susto que eles levaram no dia anterior. Foi agoniante, é claro, mas a pior coisa de todas foi a reação de Louis, ele nunca o viu tão miserável consigo mesmo, parecia um garotinho que foi pego aprontando. Ele não apareceu na casa de Harry, o que o deixou chateado, porém ele decidiu não forçar a barra.

Ele pegou Hugo pela cintura e fez o menino parar de pular e se deitar ao lado dele.

— Que energia é essa, menino?

— Eu fiz uma carta para o Lou!

O coração de Harry acelerou.

— Por que, bebê?

— Ele não veio me ver, eu sinto falta dele, não gosto de ficar sem ver o Lou.

Só fazia algumas horas... Eles eram assim.

— Eu não gosto também.

— Posso te contar um segredo? — Harry assentiu e Hugo continuou, rolando para cima do corpo do pai — Queria que você se casasse com o Lou.

— M-me casar com o Lou?

— É, papai. Luke e eu seríamos irmãos, Lou seria meu pai também — Okay, aparentemente Hugo acordou com a intenção de causar um ataque cardíaco em Harry — Nós teríamos uma casa só. Vocês dois iriam ficar juntos para sempre.

— Hugo, não é assim que funciona, para as pessoas se casarem e ficarem para sempre juntas elas precisam estar apaixonadas.

— Você está apaixonado pelo Lou — Harry arregalou os olhos e gritou: "O que?", mas Hugo deu de ombros — Eu ouvi você conversando com o tio Niall.

— Hugo, você não pode ouvir as minhas conversas particulares, por causa disso hoje você não vai assistir televisão — Ele determinou, sem saber como lembrou de ser um pai responsável e educar sua criança depois dessa bomba jogada em seu colo — E você não pode falar sobre isso com ninguém, tá me ouvindo? Me prometa.

— Eu prometo... — Hugo levantou a mão, como um escoteiro — Mas, você está.

— Não depende só de mim e do que eu sinto, Hugo — Os olhões verdes de seu filho pediram mais explicações, mas ele não tinha palavras para explicar para uma criança as complicações de sua cabeça adulta, não sobre esse assunto, pelo menos — Olha, o papai não quer falar sobre isso, tá bom? Por favor, vai escovar os dentes, a gente tem que tomar café da manhã.

Harry respirou fundo. Niall ligou bem na hora, como se tivesse detectado à distância o desespero de Harry crescendo no peito. Ele amava tanto Hugo, seu filho era só uma criança, mas agora que outra pessoa além de Niall sabia seu segredo era como se Harry estivesse se afogando. Amar Louis é uma das coisas mais fáceis e mais difíceis que ele já fez na vida, os últimos sete anos têm sido lindos e dolorosos e ele é louco o suficiente para não querer trocá-los por nada nesse mundo. Niall dizia que ele deveria falar com Louis ou procurar em outro lugar, mas ele não queria fazer nenhuma das duas coisas.

— E se ele contar para o Louis sem querer? — Niall perguntou.

— Eu me mudo para o Alaska.

— Você parece um adolescente — Ele não podia ver, mas sabia que seu amigo estava revirando os olhos para ele — Sabe de uma coisa? Acho que ele gosta de você também.

— Não fala isso.

— Bom, é o que eu acho, sendo honesto, porque vocês dois ficariam tanto tempo solteiros, sabe? — Niall o questionou — Inconscientemente, vocês sabem que não tem o que procurar lá fora.

Show me yours | Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora