"Hiraeth é uma antiga palavra galesa que significa "saudade" ou "nostalgia". Remonta aos tempos antigos, quando os galeses viviam em comunidades isoladas e praticavam a cultura oral. O conceito de hiraeth é tão antigo quanto a própria língua galesa e é difícil de traduzir para outras línguas."
"Hiraeth é mais do que simplesmente saudade. É um sentimento profundo de perda, solidão e desejo por algo que não pode ser recuperado. É o sentimento de perder o lar, de não ter um lugar para chamar de seu. É o sentimento de estar perdido em um mundo desconhecido. É a sensação de estar deslocado, desconectado e separado do mundo ao seu redor."
"Hiraeth também pode se referir a um lugar que nunca existiu. Pode ser o anseio por um lugar que só existe em nossa imaginação, onde tudo é perfeito e onde podemos nos sentirmos seguros e amados. É o anseio por um lugar onde possamos nos sentirmos em casa, mesmo que ele nunca tenha existido."
Luke leu sobre isso em um site há alguns dias e guardou essa palavra para si. Ele se sentiu representado por ela.
Desde que se lembrava, nunca conseguirá se sentir parte de algo, sempre teve esse sentimento de não estar em casa. Todo e qualquer lugar era desconfortável para si.
Ele passou boa parte da sua infância em um orfanato. O cozinheiro uma vez o contou que estava enrolado em uma manta azul, com o nome "Luke" gravado nela, num cesto dourado. Era um recém-nascido e ainda estava com o cordão umbilical.
Adolfo ficou em choque e com raiva, se perguntando por que tamanha crueldade. A noite estava fria, chovia e raios iluminavam o céu acompanhados de estrondosos trovões. Ele sempre foi muito carinhoso com Luke, dava-lhe conselhos e sermões quando se recusava a fazer algo.
Com nove anos, um casal de médicos o adotou. Ele ficou feliz, talvez finalmente pudesse se sentir em casa, o que não aconteceu. O vazio em seu peito continuava. O menino ganhou tudo, eles deram a ele tudo do bom e do melhor. Luke tinha um quarto e brinquedos só para ele, e podia repetir a refeição quantas vezes quisesse.
Não que no orfanato fosse muito diferente, mas lá era um local negligenciado pelo governo, o dinheiro que mandavam para eles era bem pouco, então tinham que economizar. Mas naquela família não, eles esbanjavam dinheiro. Luke sentia-se ingrato por ainda ter aquele sentimento.
Três anos depois, uma semana antes do seu aniversário, sua mãe sofreu um acidente enquanto voltava do seu plantão no hospital e faleceu. Seu pai ficou devastado, Luke se lembrava dele debruçado sobre a cama chorando, enquanto alguém falava no telefone.
Quando deram a notícia a si, não conseguiu chorar, mas uma dor começou a se alastrar em seu peito, seu corpo tremia e suava frio. Depois disso, a vida de Luke mudou.
Atualmente faziam seis anos desde o ocorrido. O cemitério estava vazio, e Luke viu apenas algumas pessoas andando por entre as árvores. Ele se sentou em frente à lápide da sua mãe, e já faziam alguns minutos que estava lá, apenas olhando para a foto da mulher morena com um grande sorriso no rosto.
O sol nascente iluminava suavemente sua pele negra, destacando seus olhos azuis que refletiam a luz da manhã. Seu cabelo preto ondulado balançava levemente com a brisa, enquanto ele permanecia em silêncio, perdido em pensamentos.
- Daqui a quatro dias é Natal... sei que todo ano falo isso, mas vai ser difícil passar sem você. Ash me convidou para passá-lo com ela e sua família. Eles gostam de mim, vivem dizendo que sou um ótimo pretendente para a filha deles, eles só não sabem que ela é lésbica, com certeza surtariam, eles são bastante religiosos - Luke se sentiu melhor em poder conversar com a mulher, mesmo sem obter alguma resposta - Ela se assumiu para mim há dois meses, estava desesperada porque tinha beijado uma garota e gostou, eu já desconfiava, ela nunca ficou com nenhum garoto e repudiava o fato de ter um homem lhe tocando, mas amava ficar reparando em como algumas garotas ficavam lindas...
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Academia Olimpo - Chalé 13| VOL. 01
FantasyLuke tem um dom especial: ele pode manipular a eletricidade. Mas esse poder também é uma maldição, pois ele não sabe como controlá-lo e acaba causando problemas por onde passa. Ele se sente deslocado na academia para meio- sangues, onde é visto com...