Unexpected | Lucas Halter

3.

Lucas Halter.

Já faz alguns meses que eu não via a Anna, mandei solicitação em seu Instagram que o Roque arrumou após longas horas de pesquisa, mas sem sucesso, ela não me aceitou.
Ainda tenho guardado a ficha de exame que a ela me passou, de alguma maneira, não consigo me desfazer daquele pedaço de papel.
Muito disso se deve ao fato de eu ter sido emprestado a outro time, o Goiás. Em busca de mais oportunidades, achei que o desafio em terras novas seria uma boa, mas já é quase fim de temporada e não estamos conseguindo nossos objetivos.
Vim passar a última data fifa desse ano em Curitiba com meus familiares e amigos, Vitor Roque, incrivelmente conseguiu me convencer a vim em um show na Live Curitiba, cujo nem o cantor ele me avisou.

O show começaria por volta das 00:00, mas acabamos chegando cedo, e prontamente o segurança liberou nossa entrada no camarote, encontramos muito dos caras do meu antigo time.
Vitor Bueno e Bento me surpreenderam, principalmente por serem casados e estarem visivelmente desacompanhados.

Fiquei um pouco na rodinha matando a saudade daqueles que dividi muitos dos meus dias, mas desisti e desci para a pista fui até o bar escolhendo uma bebida não muito forte, afinal a noite estava apenas começando e logo voltei a caminhar pelo local observando cada pedaço de mal caminho que estava naquele lugar.

Anna Andrade.

– É inacreditável que você esteja me trazendo em um show, é plena quinta-feira, Maria. — Disse acompanhando minha irmã mais velha pelo local não tão grande.
Maria me convenceu a deixar a Lu com a nossa mãe e vir ver o show do Jorge e Matheus.
Nunca fui muito de festas e shows, principalmente depois que engravidei e comecei a faculdade.
Mas talvez seja uma boa socializar com outras pessoas.

Olhei no espelho da casa de shows, o vestido preto colado com lantejoulas caiu muito bem no meu corpo, dei uma ajeitadinha no cabelo com ondas e sorri para o espelho satisfeita com o resultado.
Peguei minha bolsa na bancada e sai do banheiro tentando achar a mais velha, com dificuldade, esse local lotou tão rapidamente.

Caminhei com dificuldade entre as pessoas, que pareciam não gostar do "empurra empurra" que eu fazia, sem querer, desviei minha atenção fazendo um sinal para a minha irmã, mas fui interrompida sentindo um líquido gelado percorrer pelo meu corpo.

Olhei para cima tendo a visão de um rosto conhecido por mim, o garoto parecida preocupado.

– Anna? Quanto tempo, Anna! — um sorriso se fez presente no rosto do mesmo, enquanto eu só pensava no meu vestido novo, que não havia sido barato.

– Você não olha por onde anda? — olhei sem paciência para o mesmo que me respondeu o olhar de maneira estranha. – Desculpa, mas deveria tomar mais cuidado.

– Desculpa, linda! Vou te recompensar essa noite. — o mais alto piscou para mim, como se de alguma maneira aquilo fosse soar interessante, e se ele achou isso, está muito errado.