°Capitulo 15°

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Pov

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Clover

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Clover

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Alex tinha sumido, desaparecido, evaporado.

Eu estava o procurando como uma louca, como ele havia sumido?, eu fui apenas sentar por alguns minutos, descansar meu pé e ele simplesmente desapareceu.

Ando pelas pessoas apresada, eufórica, não de um jeito bom, estou preocupada e com medo. Encaro o corredor que dava pros banheiros e suspiro, e se ele estiver lá, novamente, jogado no chão com o rosto cheio de sangue? Suspiro nervosa indo em passos firmes até o corredor, mas suspiro quando vejo Alex sair de lá, de pé.

Não pude ver muito bem por conta da baixa iluminação, mas seus braços estavam moles e seu rosto sujo, não sei do que exatamente, mas não pensava muito enquanto eu ia em sua direção, ele estava de pé.

Corro em sua direção e o abraço, estávamos em uma festa, música alta, corpos suados, mas ele estava bem, estava aqui, e só eu sei a sensação de alívio que estou sentindo agora.

Encaro seu rosto com um sorriso nos lábios mas logo ele some quando vejo sua boca inchada e do quê seu rosto estava sujo.

- O que foi isso? - Grito as palavras preocupada com o inchaço em seus lábios, e os resquicios de sangue que haviam lá, mas aparentemente ele não escutou.

Seguro seu braço e o puxo pra fora da festa, ele me acompanhou de bom grado e eu volto a encarar seu rosto agora de uma forma melhor, com mais claridade e repito minha pergunta.

Alex passou a mão nos próprio lábios e balançou a cabeça em negação, o encarei confusa e logo um sorriso estampou seu rosto.

- Tá tudo bem, isso aqui foi o mais leve que me aconteceu. - Escuto sua voz um pouco tremula e não consigo mais tentar achar que está tudo bem, algo realmente havia acontecido.

Quando tentei puxar novamente o assunto uma pessoa se encosta em mim, e antes de eu empurrar seja lá quem fosse, vejo Sam, ela estava completamente bêbeda e com um sorriso estranho no rosto.

- Agradeça por eu não ter te empurrado, o que aconteceu? - Pergunto e Sam se vira pra mim, abre a boca surpresa como se não tivessem me visto antes e sorri novamente.

- Bom, eu dirijo, pelo visto a festa já acabou. - Alex dar uns passos pra frente e destranca as portas com a chaves, o carro estava aqui?

Sam tenta andar até o carro, mas falha desastrosamente, eu passo seu braço pelo meu ombro e levo ela até o banco de trás, a jogando lá, um sorriso ainda estava estampado em seu rosto, algo muito bom deve ter acontecido.

Dou a volta e me sento no banco da frente, Alex liga o carro e eu coloco o cinto, encostando minha cabeça no vidro da janela, muitas coisas passavam pela minha cabeça, Alex e sua boca inchada, Sam e seu sorriso estranho, o beijo que poderia ter acontecido entre mim e Hussein, mas logicamente não aconteceu.

É difícil acreditar que ele não me beijou por não querer esquecer, não entra em minha cabeça, pra mim, tudo isso apenas passou de uma desculpa pra não me beijar.

Não esquecer?

Chega a ser ironico. Ele já esqueceu.

Por ele ter passado a festa inteira em um único lugar, com um único copo de bebida na mão imagino que não curta muito festas, mas porque eu fui olhar pra ele? Porque dancei como uma vadia encarando seus olhos e desejando sua boca, tudo pra segundos depois Suely aparecer em sua frente e ele grudar seu lábios no ouvido da garota a fazendo rir.

E porque ainda depois disso eu praticamente deixei explícito que eu queria beija-lo ao ponto de praticamente implorar com os olhos, uma única noite, apenas uma vez, eu queria sentir seu gosto, teria mudado algo?

Mas tudo foi pro espaço quando ele se afastou de mim e sumiu do meu ponto de vista, e foi ali que me toquei.

Hussein glee, sua família inteira formada por médicos, milionários, acima do nível, o cara desejado e invejado, e eu, com uma mãe interesseira e apenas isso. Nada mais.

Onde eu estava com a cabeça, me beijar?

Se toca Clover.

Isso nunca aconteceria novamente.

Alex sai do carro e agora eu percebo que já havíamos chegado na universidade, tiro o cinto e abro a porta andando rápido pra segurar Sam do outro lado.

- Leva ela até o dormitório. Vou estacionar o carro. - Alex fala e eu apenas faço o que ele diz, não sei dirigir de qualquer forma.

Sam parecia uma morta viva, estava acordada, mas ao mesmo tempo dormindo, com os olhos fechados e lógico, um sorriso no rosto, descemos pro seu dormitório e eu coloco sua digital na porta, pra que ela abrisse, Sam se solta de mim e se joga na cama, eu tiro seus sapatos e tento cumprir ela, mas era impossível.

- O que aconteceu hein? - Pergunto não aguentando mais tentar cobrir ela e a mesma tirar o lençol de cima.

- Beijei uma pessoa, foi perfeito, assim como ela. - Ela finalmente deixa eu cobri-la e eu suspiro fechando a porta do seu quarto e....

Ela?

Meu cérebro processa o comentário de Sam e meus olho, um sorriso também acaba surgindo do meu rosto.

Uns foram beijados, outros saíram com os lábios inchados e eu, eu apenas me iludi.

Não vou dar uma de fodona e dizer que não foi isso que aconteceu, bebi três copos e criei coisas em minha cabeça, agora sóbria posso me arrepender e dizer que não valeu a pena.

Caminho até meu dormitório com lentidão. A notícia boa era que meu pé não havia doído em nenhum momento.

Abro a porta e pro meu azar vejo uma cena que sem dúvida preferia não ver.

Foram apenas três copos de bebidas, três copos que ameaçam sair do meu intestino diante a cena.

Era nojento.

Ridiculo.

Revoltante.

Hussein, ele estava beijando ela.

Os dois percebem minha presença, Suely sorri contente e Hussein limpa a boca com as costas da mão, e sem dizer nada apenas sai do quarto e me deixa sozinha com a louca, ela claramente estava bêbada e com o nojo que ele limpou a boca segundos depois de beija-la não posso dizer que ele queria aquilo.

Mas no final nada importava, quando eu acordasse minha memória se apagaria e essa cena estranha sumiria da minha memória.

Eu iria fingir que sumiu.

Fingir não era um problema.

Cinza Mais Escuro - Em AndamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora