°Capitulo 18°

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Pov

Pov

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Hussein

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O minimo esforço era considerado muito, tomar banho e vestir uma camisa qualquer ainda seria muito, para ir a um jantar que sem dúvidas seria um desastre só por ser indesejado, além de ter Suely e meu pai juntos em uma mesa, nada de bom poderia sair dali. Ainda assim, seria muito e eu ainda estava nisso, e nada poderia mudar.

Fecho a merda do paletó que Filipe me forçou a usar e saio do dormitório indo direto pra frente da universidade, o carro me pegaria ali. Suspiro fundo ainda não conformado com o que tenho que passar pra ver minha própria mãe no hospital, só de pensar nisso sinto a raiva subir em meus nervos, ainda assim, não importava mais.

Eu faria essa merda.

Sem que eu percebesse, Suely passa seus braços por minha cintura e tenta beijar meu rosto, logicamente sem sucesso já que eu sou mais alto que ela, o que deu tempo suficiente de eu desviar.

Não a empurrei, não dei passos para trás, não a distanciei de nenhuma forma. A noite não poderia dar errado, de certa forma, dependia muito mais deles que de mim.

A merda desse carro parecia nunca chegar. E os minutos não passavam, mesmo não colocando o relógio, em uma tentativa de não ver a tortura do tempo passar devagar, assim como todas as vezes que me comprometia a ver eles. Até mesmo quando era menor. Um jantar por ano era mais que o suficiente.

E logo eu percebi, por mais que durasse rápido em questão de tempo, a sensação poderia ser interminável, a sensação de impaciência e frivolidade da situação fazia o tempo se alastrar.

O carro finalmente chega, e percebendo que terei que ficar naquele lugar por exatas uma hora, ele poderia ter demorado o tempo que quisesse, poderia até ter quebrado no meio do caminho. Se isso acontecesse, estaria tudo bem.

Suspiro fundo e entro no carro, sabendo muito bem que aquele seria o ultimo ar limpo que eu respiraria.

.......

Quanto tempo mais isso poderia durar, parecia que Filipe insistia em fazer a merda do almoço se prolongar, Suely tentava pela décima vez passar as mãos pela minha perna e pela décima vez eu tirava de lá.

Saber que suas mãos estavam em contato comigo, incomodava, e de forma estranha o incomodo aumentou nos últimos dias.

Suely nunca foi uma garota má, apenas patricinha e nariz empinado, nosso relacionamento, se é que posso chamar assim, foi formado sem amor, respeito, ou amizade, e como tudo na minha vida tinha um dedo de Filipe no meio, foi ele que começou essa palhaçada, novamente envolvendo minha mãe, e quando parei pra prestar atenção no que estava acontecendo tomei a decisão de acabar com toda essa merda e foi o que eu fiz.

Cinza Mais Escuro - Em AndamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora