Entre os lados preto e branco, Persephone Balmiah era Cinza, só que a diferença, era que esse cinza, era um cinza mais escuro.
E esse cinza, não existia mais. Não para Clover.
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Clover
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Eu estava com medo, medo de me aproximar demais de algo seu e sem nenhuma intenção sentir seu cheiro, por que eu sabia, se eu sentisse seu cheiro duas vezes em um único dia, eu não esqueceria com facilidade.
Quando recebi seu abraço inesperado, eu senti, senti sua quentura, suas mãos exatamente em minha cintura, nem um pouco baixo demais ou acima demais, sua cabeça entrou perfeitamente na dobra do meu pescoço e consequentemente eu senti, senti além do seu cheiro atraente, sentir muito além disso.
Senti as lembranças, as antigas lembranças que faziam parte do nosso passado, que hoje, era apenas meu.
Minutos antes disso tudo acontecer eu ao menos sabia o motivo de ter vindo até aqui, bati na porta com rapidez para meu cérebro não começar a pensar demais e eu apenas desistir de fazer tal coisa, e cada batida na porta sem resposta práticamente entrei em desespero.
Ele está bem?
Me perguntei repetidas vezes em menos de segundos, e quando finalmente chamei seu nome a porta foi aberta, nada mais poderia ser tão inesperado quando seu abraço repentino, cheguei cogitar a ideia dele ter me confundido com outra pessoa, outra garota, mas quando caiu em si e encarou meus olhos concluir que ele tinha a plena consciência que era eu.
- Pode sentar, se quiser. - Sai dos meus pensamentos com suas palavras, pisquei três vezes seguidas, caindo na realidade, eu ainda estava em pé no meio do seu quarto.
Olhei ao redor, analisei o espaço que aparentava ser grande para apenas uma pessoa dormir, considerando o dormitório dos demais, mas agora que estou aqui dentro, com ele, me parece pequeno demais.
Hussein estava sentado em sua cama de casal, me encarando, esperando pacientemente eu me sentar e foi isso que fiz depois de calcular o tamanho enorme da sua cama e me sentar em uma cadeira perto da mesa de centro que se encontrava encostado na parede.
Longe o suficiente.
Os olhos de Hussein passaram a encarar a cama e todo o espaço vazio que tinha e desceu para suas próprias mãos, posso imaginar seus pensamentos, mas prefiro não fazer.
- No consultório... - Ele corta o silêncio que se instalou no quarto, mas sabendo exatamente do que se tratava o interrompo.
- Vamos esquecer isso, por enquanto. - Seus olhos ainda estavam focados em suas próprias mãos, mas sua atenção estava em outra coisa, outro lugar.
