02. Querido diário

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Querido diário,
Hoje quando acordei,
Não me reconheci.

Eu me via no espelho...
Mas não conseguia acreditar.
Era mesmo eu?

Quando foi que eu me tornei... Isso?
Estava surpreso.
Eu sou assim?

Eu olhava profundamente.
Esperando que fosse um sonho,
Gritei. Chorei. Fiz de tudo para acordar.
Mas o pesadelo não acabava.

Enquanto minha mente surtava.
Uma voz me chamava. Sentia medo.
- "Quem é você?"
Eu exclamava,
pra seja lá quem for,
Poder me ouvir.

E se essa pessoa pudesse me ajudar?
Ajudar da minha mente.
E mesmo gritando com toda minha voz,
Não havia respostas.

Me vi sem saída.
Como em um labirinto.
Perdido, sem caminho.

De longe, vejo uma luz.
Não sabia dizer o que era,
Mas segui para achar respostas.

A voz me chamava,
Mas não tinha medo,
Eu não recuava.

Já havia me acostumado,
A viver no passado.
Eu não me reconhecia,
Destinado a viver nas sombras,
Com uma mente vazia.

Querido diário, peço-lhe perdão.
Por que mesmo queimando as páginas,
Tenho mágoa no coração.

E agora, sem ninguém,
Sem minha própria companhia,
Dizer que sou triste é dureza.
Dizer que sou feliz é mentira.

Queimei as páginas do passado,
Pra a verdade, não precisar escutar.
Não me reconheço mais,
Não sou mais eu.

Querido diário,
Desde esse dia,
O meu verdadeiro eu adormeceu.

Poesias Desconexas. ~by LumyxzOnde histórias criam vida. Descubra agora