Ao entrar na casa, meu corpo pulsava com a dor dos confrontos recentes. A boate, um campo de batalha temporário, agora cedia lugar à segurança relativa de meu lar. Pete estava na sala, sua expressão mudando de tensão para alívio ao me ver entrar.
"Vegas, você está bem?" ele perguntou, a preocupação evidente em seus olhos.
Assenti, tentando mascarar a extensão dos ferimentos. "É apenas arranhões, Pete. Nada que não cicatrize com o tempo."
No entanto, a dor era inegável, e minhas roupas estavam manchadas de sangue. Pete, percebendo minha resistência em admitir a gravidade da situação, pegou-me pelo braço e guiou-me para o quarto.
"Vamos cuidar disso antes que piore," ele insistiu, sua voz suave revelando uma preocupação genuína.
O quarto oferecia um refúgio, um santuário dentro das paredes familiares. Pete, mesmo sem experiência médica, parecia à vontade enquanto encontrava suprimentos para tratar dos meus ferimentos. Seus movimentos eram cuidadosos, sua atenção focada em cada curativo e compressa.
Enquanto ele trabalhava, o silêncio confortável do quarto foi rompido apenas pelo murmúrio de sua voz, perguntando se doía ou se precisava de algo mais. Senti-me momentaneamente vulnerável, uma sensação rara para alguém acostumado a controlar cada aspecto de sua vida.
"Pete, você não precisa fazer isso. Tenho minha equipe médica para cuidar de mim," eu disse, tentando manter uma certa distância emocional.
Ele olhou para mim, seus olhos revelando um traço de determinação. "Você pode ser o chefe, Vegas, mas isso não significa que deva suportar tudo sozinho. Às vezes, é preciso deixar alguém cuidar de você."
Suas palavras tocaram uma corda sensível dentro de mim, uma que raramente permitia ser tocada. Naquele momento, eu me dei conta de que, apesar de todos os jogos de poder e fachadas impenetráveis, Pete estava ali para mim, oferecendo mais do que sua habilidade em curativos.
À medida que ele cuidava dos meus ferimentos, o silêncio entre nós era confortável. Era como se as batalhas do lado de fora não pudessem penetrar na segurança desse espaço. O toque de suas mãos era gentil, contrastando com o mundo brutal que tínhamos deixado para trás.
Quando ele terminou, nossos olhares se encontraram mais uma vez. Não havia necessidade de palavras; a conexão entre nós era mais profunda do que qualquer diálogo pudesse expressar. Pete permaneceu ao meu lado, um guardião inesperado em um mundo cheio de incertezas.
"Obrigado, Pete," eu finalmente disse, reconhecendo a bondade inesperada em meio ao caos. "Você é mais do que eu esperava."
Ele sorriu, um sorriso que carregava o peso das batalhas travadas e uma promessa silenciosa de que, mesmo nas sombras, poderíamos encontrar um lugar de segurança e apoio mútuo.
O quarto estava envolto em um silêncio carregado de tensão, as sombras dançando nas paredes como testemunhas silenciosas de tudo o que havia transpirado. Pete e eu trocamos olhares, as complexidades não ditas entre nós ecoando no ar
Por alguns segundos, nossos olhares se encontraram, uma comunicação intensa passando entre nós. Em meio à turbulência de nossas vidas, havia algo mais, algo que não podíamos mais ignorar. A tensão acumulada, as batalhas travadas e as fronteiras cuidadosamente construídas estavam prestes a se dissipar.
Foi então que me aproximei lentamente, o espaço entre nós diminuindo com cada passo calculado. Pete, ainda com a expressão séria, não recuou. Era como se ambos soubéssemos que este era o ponto de não retorno.
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BAD LIAR ( VEGASPETE)
Любовные романыPete tinha acabado de perder seu namorado em uma morte muito suspeita, poucos dias depois ele conhece o Vegas, seu novo vizinho que tinha acabado de se mudar. Pete só queria descobrir e se vingar das pessoas que tinham matado seu namorado e o Vegas...