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Julie Baker

DEPOIS QUE CHEGUEI DO COLÉGIO acabei adormecendo, olhei para o relógio que estava do meu lado e nele dizia que eram 15:21. Suspirei fundo antes de levantar, o tanto que minha mãe deve ter gritado meu nome não está escrito e eu fiz questão de trancar a porta.

Sai do quarto e desci as escadas, me deparei com a mais velha sentada no sofá, pelo visto ela estava de bom humor, até sorria.

— Onde você estava? — a mais velha olhou para mim.

— Dormindo. — respondi seca.

— Lave a louça, varra a casa, passe pano e arrume os quartos.

Não respondi nada, apenas fui para a cozinha e coloquei o avental para não molhar a roupa. Tinha muita coisa para lavar, queria entender como ELA consegue sujar tudo isso.

Assim que terminei de lavar, peguei a vassoura, comecei a varrer pela cozinha, minha mãe apareceu na cozinha e foi em direção ao armário.

— Você realmente limpou isso ou só passou água? — minha mãe segurava um copo em suas mãos.

Ela foi tirando um por um e colocando na pia novamente.

— Faça essa merda direito para da próxima vez que eu voltar aqui não fazer você limpar novamente. — ela saiu da cozinha.

Comecei a chorar, minhas mãos tremiam e eu estava morrendo de medo de quebrar um daqueles copos.

Assim que terminei passei água no meu rosto, minhas mãos tremiam bastante ainda, mas peguei a vassoura e comecei a varrer a cozinha.

Depois que terminei de varrer e passar pano na parte debaixo, fui para o segundo andar, pelo visto minha mãe não estava em casa. Comecei pelo quarto dela, não estava tão bagunçado quanto eu imaginava, não durou muito tempo para eu terminar.

Assim que entrei no meu quarto estava uma bagunça, esse vai ser o mais difícil de limpar.

Optei por começar pelo guarda-roupa que estava muito bagunçado.

No final da tarde eu estava completamente esgotada, ouvi o barulho da porta sendo aberta e deduzir que fosse minha mãe.

— JULIE — minha mãe gritou.

Comecei a tremer porque eu já imaginava o que estava me esperando, ela segurava um copo de vidro na mão direita e uma garrafa de Vodka na mão esquerda.

— SERÁ QUE VOCÊ NÃO CONSEGUE FAZER NADA DIREITO? — ela gritou.

Infelizmente não consegui segurar minhas lágrimas e comecei a chorar.

— TÁ CHORANDO POR QUÊ? NEM TE BATI AINDA — ela veio em minha direção. — Anda, engole esse choro.

— Desculpa

— A CULPA FOI SUA QUE SEU PAI SAIU DE CASA, VOCÊ ESTÁ ME ENTENDENDO? SUA! — ela também começou a chorar.

Isso está acabando comigo, será que a culpa realmente foi minha?

O que eu menos esperava aconteceu, ela deixou a garrafa cair no chão, senti os cacos na minha perna, logo em seguida ela me deu um tapa na cara e um soco na boca.

𝐄𝐍𝐂𝐇𝐀𝐍𝐓𝐄𝐃 - 𝐌𝐚𝐬𝐨𝐧 𝐓𝐡𝐚𝐦𝐞𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora