31º: Razões e Instintos

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─ P-perdão Naruto, eu não deveria... ─ Seus olhos estavam confusos, seus lábios lutavam para conseguir respirar, e estava fodidamente lindo com seu rosto corado. Mas a realidade tinha que voltar alguma hora, e percebi que não cai bem beijar alguém do nada assim, principalmente depois dele tentar me fazer sentir melhor depois de ter quase desmaiado naquela sala. ─ Isso foi...

─ Não entendo, por que você faz isso? Você gosta de me fazer de idiota? ─ Ele me olhou com os olhos caídos, e eu me desesperei ao ver seus ombros caírem e seu semblante ser abatido pela confusão e chateação, ele se apoiou na cama com os cotovelos, na tentativa de sair debaixo de mim e me encarar no mesmo ângulo.

─ O que...? Claro que não! Eu acabei agindo por... ─ Não tinha forças para falar, algo que não entrava na minha cabeça, nunca tive motivos para negar, então por que não consigo simplesmente falar?

─ "Agindo por"? ─ Ele duvidou, vendo-me mais confuso que ele ─  Agindo por instinto que quer dizer? Por acaso é algum animal irracional? E eu também não entendo o que tenho a ver com seu instinto!! Ou faz isso apenas para brincar com minha cara e o quanto eu sou ignorante nesse tipo de coisa? ─ Ele parecia bem nervoso, e indignado também, mas não vejo porquê ele tem essa visão de mim? Quando está na cara que não consigo sequer esconder que gosto dele!

─ Não, Naruto! Não é nada disso! P-por quais motivos eu faria isso?! É isso que pensa de mim? ─ Eu pergunto deixando sair um pouco do meu descontentamento, e vi ele baixar o olhar, e fica num tom novo de vermelho, que mesclava com o tom de sua pele bronzeada e ficava de um tom único de vermelho que nunca havia visto.

─ É que... essa é a única explicação para seus atos tão estranhos e repentinos... E não faz sentido algum... Você gostar... ─ Seus olhos tomram coragem a encarar os meus, e se manteram neles, contando com a participação nada bem vinda de pequenos cristais de lágrimas que insistiam em aparecer. ─ ...De mim... ─ Ele falou, sua voz num sussurro sôfrego seus olhos vacilaram, e vi que tentou descer os olhos de volta, mas com mais um maldito instinto eu segurei seu rosto entre minhas mãos, com um cuidado especial, receoso se ele poderia quebrar a qualquer momento.

─ Como assim? Você duvida que eu possa gostar de você? ─ Uma faísca esperançosa se debatia no meu peito, captando qualquer mínimo movimento em seu rosto, gravando aqueles detalhes numa planilha separada para ele na minha mente. ─ Por que acha isso? E... ─ minha voz falhou, mas, eu continuei ─ E... o que faria se eu realmente gostasse de você...? ─ eu perguntei, soando mais como uma garantia de que não levarei um fora ou não. 

Mas ele se manteve em silêncio, seus olhos confusos e lentos nas piscadas, seu nariz estava um pouco franzido, assim como suas sobrancelhas, como se analizasse minhas palavras com precisão. Ele tirou minhas mãos de seu rosto devagar, se afastando minimamente. 

─ Você... Gosta de mim...? ─ Então, sua expressão mudou para uma mais suave aos poucos, seus olhos parecidos com os da Marilyn Monroe estavam diferentes... Analíticos, por assim se dizer. 

Minha boca não se mexia, nunca imaginaria que esse momento chegaria tão... mais tão rápido que está me deixando verdadeiramente ansioso, algo que descobri recentemente que só ele me faz sentir. Mas, verbalmente eu não agia, mas fisicamente sim, com minhas mãos agarrando e apertando suavemente as suas, vendo que até elas estão um pouco coradas.  

Não está óbvio...? ─ Eu sussurrei, olhando-o um pouco tímido, vendo-o arregalar os olhos diante da minha confirmação, suas mãos vacilando debaixo das minhas, assim como seu olhar. ─ Achou mesmo que eu agia assim esse tempo todo para tentar te desprezar? ─ Eu perguntei de novo, pressionando-o a falar algo, pelo menos um sonzinho sequer, para amparar meus  pensamentos conflitantes.

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