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Morto. meu irmão está morto. Esmagado por um ônibus.
— Eu sinto muito por ter que te falar isso por telefone Alana, mas você acabaria descobrindo pelos jornais — A voz abafada pelo telefone e chorosa de Kirk atinge meus ouvidos.
— Eu . . . Eu queria poder ir para Suécia agora mesmo mas . . . Merda! — Começo a chorar. Acho que nunca chorei tanto em minha vida toda. Meu irmão, minha alma gêmea faleceu — Me desculpa
— Por chorar na morte . . . — ele respira fundo — Na morte do seu irmão Quando ele diz isso choro mais ainda. Quando Kirk me ligou falando aquilo eu pensei que era uma brincadeira para me deixar apreensiva, mas ai ele começou a chorar e . . . Ele não é um bom ator.
Morto, Cliff está morto
— Eu vou desligar e . . . Contar para mamãe — digo
— Chego ai amanhã cedinho — ele diz e da uma fungada no nariz Desligo o telefone e tento parar de chorar. Força Alana, força
— Filha, quando eles chegam? Pretendo fazer um jantar para os meninos — Ela diz animada o que me faz voltar a chorar
— Mãe . . . — digo e respiro fundo — aconteceu um acidente — Digo e seu sorriso some do rosto dela
— Os meninos estão bem? — ela pergunta preocupada e parte meu coração
— Mãe eu sinto muito — digo e dou um abraço nela
— Cliff está internado? O céus, precisamos ir para Suécia
— Não vai ser necessário o ônibus. . . caiu em cima dele, ele acabou — respiro fundo novamente e olho para cima evitando chorar — Porra, essa merda é difícil para caralho
— Alana, você está me assustando
— O Cliff morreu
— O que? — ela pergunta em choque. Abraço ela e desabamos de chorar.
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São Francisco, 1987
Um ano, faz um ano que Cliff faleceu. As coisas mudaram bastante desde então. Desisti de tocar baixo, me lembrava demais do Cliff e eu não precisava dessa tortura diária. Mas aprendi a tocar guitarra e toco numa banda como "Alana Emmi" pois não quero fazer sucesso só por ser uma Burton, acho que estaria me aproveitando da morte do meu irmão e isso não é certo. Moro em um apartamento no centro de São Francisco e divido aluguel com uma garota que conheci na balada e era quase uma estranha quando viemos morar juntas: Hanna Bree Hanna Bree é a pessoa mais desligada que eu conheço, então ela sabe que eu sou Alana Burton e não fazia ideia do que era o Metallica até eu chegar aqui e acho que nem tem consciência de que eles são famosos
