O Fim do Começo

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O pouso foi, de fato, complicado. O avião não acertou a clareira onde estavam mirando como deveria, o que talvez fosse uma coisa boa considerando como uma base camuflada deveria estar ali. Em vez disso, passou por cima das árvores, derrubando algumas e se encaixando de forma desajeitada entre elas. Ao menos, ela serviram para amortecer o pouso um pouco mais.

— Estão todos bem? — Olivia perguntou, soltando os cintos de co-piloto e saltando para fora do banco.

Bobbi parecia bem. Natasha e Hunter, nas cadeiras centrais, também já estavam de pé, e depois de algum tempo Bucky e Clint saíram das cadeiras dos canhões, parecendo um pouco baqueados por terem estado em um local não muito protegido de impacto quando o avião chegou ao solo. Fora isso, porém, pareciam bem.

— Vivo — Bucky respondeu, testando a mão do braço metálico, como se para conferir que tudo ainda funcionava normalmente. — "Bem" eu vou descobrir depois.

— É o melhor que vai dar pra fazer — Natasha cortou. — Estamos em maioria considerável, Stryker vai tentar fugir. Não podemos perder tempo aqui.

— E como vamos achar ele no meio dessa floresta? — Hunter perguntou, saindo do avião atrás dos demais, se juntando à equipe enquanto se reuniam do lado de fora.

— Eu vi o avião cair — Clint anunciou, já começando a caminhar em uma direção. — Se dermos sorte, a queda deixou ele debilitado, e vamos chegar antes que ele consiga fugir.

E como o avião dele tinha ficado bem mais avariado, e parecia menor e menos preparado para esse tipo de queda, as chances de poderem alcançá-lo eram, na verdade, bem altas, desde que seguissem rápido e na direção correta. E como Clint realmente tinha um dom para ver as coisas, e tinha estado em uma posição privilegiada do avião quando ele caiu, não precisou se esforçar para convencer os demais a segui-lo.

A maior preocupação de Olivia nesse momento não era nem encontrar Strucker, mas sim o que fariam quando isso acontecesse. Eram um grupo poderoso, formado por vários agentes de elite, uns tantos Vingadores, pessoas que já tinham olhado o pior do mundo no rosto e mandado de volta para de onde tinha saído. Ainda assim... Se lembrava muito bem do fato de que Strucker deveria ser muito velho, e não o era por conta de alterações químicas que tinha feito em si mesmo ao longo dos anos. Duvidava muito que fosse apenas para se manter jovem.

Era melhor se preocupar com um problema de cada vez. Encontrar Strucker, depois combatê-lo. Clint os guiava pela floresta na direção da queda do avião, e Natasha, ao seu lado, tinha algum aparelho em mãos que parecia estar usando para rastrear alguma coisa. Se estava procurando sinais de vida ou de um avião caído, Olivia não sabia, mas não se importou, desde que chegassem ao destino.

Não demorou a acontecer.

O avião não tinha tido muito mais sorte que o Zephyr, estando totalmente enganchado no meio das árvores. A rampa estava abaixada, e Strucker não pôde ser visto em lugar algum. Havia um corpo no banco do piloto, sangue cobrindo sua cabeça. Bobbi se aproximou, colocando dois dedos no pescoço dele.

— Não tem pulso — ela sussurrou. — Clint, algum sinal...?

— De fuga? É. Estou olhando, me dê um instante.

Mais um tempo de espera. Olivia tentou não parecer muito ansiosa, porque não tinha motivo. Sua esperança original tinha sido de que poderiam resolver seu lado do problema rápido, e então ela iria ajudar os demais para garantir que sua esposa fosse libertada, mas sem sequer um avião para voltarem, estariam presos ali por um bom tempo esperando resgate. Não poderia ajudar nem se fossem rápidos em resolver sua parte do problema.

— Tem rastros por aqui — Clint comentou, depois de um tempo, parado ao lado de uma das árvores. — Strucker pode estar ferido, se dermos sorte, mas de qualquer forma, vamos rápido. Andem baixo e se escondam nas árvores, talvez assim possamos o surpreender.

Irmandade de Mutantes: Guerra Terrígena (Marvel 717 5)Onde histórias criam vida. Descubra agora