Capítulo único

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Essa fic nasceu depois de eu ver um vídeo de um cara tirando lindas fotos de uma doninha branca numa praia no Alasca e mandei pra incrível LyannaWinchester1 comentando "olha o Harry tirando fotos do Draco" e ela disse: "Se vira, faz uma fic disso."

E bom, aqui está.

Este é um presente pra LyannaWinchester1 que sempre escuta minhas loucuras e me apoia em tudo. Você é maravilhosa, mana, obrigada por tudo! ❤️

E esse também é um presente de Natal pra você que está lendo! 

Espero que vocês gostem da fic! Boa leituraaaaa! ❤️


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Harry ainda odiava aparatar. Ele deveria estar acostumado com isso - ele sabe, ele sabe -, mas o puxão no umbigo, a sensação de ser desintegrado em milhares de minúsculas partes só para ser unido de novo alguns segundos depois, não é algo que alguém em sã consciência deveria se acostumar.

Assim que seus pés tocaram as pedras molhadas e escorregadias da Fossil Beach, Harry precisou respirar fundo na tentativa de manter seu estômago no lugar. A praia era tão linda quanto o folheto prometia ser - quilômetros de areia escura e pedras pretas que dividiam espaço com a água turbulenta do mar.

O gosto salgado do oceano tocou imediatamente a língua de Harry, a umidade circulando ao seu redor como eletricidade. Ao fundo, algum tipo de pássaro cantava - eles tinham gaivotas no Alasca? -, mas nada realmente parecia estar ali; como se Harry tivesse aparatado em algum lugar longe do espaço-tempo onde só ele, o mar e o pássaro desconhecido existiam.

Por um momento, agora que seus pés estavam firmes o bastante para andar e ele tinha certeza que seus intestinos estavam no lugar, Harry se permitiu respirar fundo.

"Draco", ele chamou baixinho. Era uma aposta, na verdade. Draco poderia ter apartado para qualquer lugar do mundo, mas eles estavam prontos para vir até Fossil Beach antes de toda a merda acontecer.

Harry não deveria ter ficado surpreso com o que aconteceu. Era o que acontecia há anos - desde que Harry venceu Voldemort, desde que Draco foi inocentado das acusações em seu julgamento e, definitivamente, desde que noticiaram o namoro de Harry e Draco.

Há muito tempo sua raiva explosiva se transformou em indignação fumegante, como se ele fosse brasas de um vulcão que um dia entrou em erupção: não está avançando e queimando tudo ao redor, mas está ali, brilhando em vermelho tímido, só esperando para atacar.

Não era exclusivamente culpa dos jornalistas abutres, eles eram apenas o gatilho. Tem sido assim depois da guerra, depois que a felicidade de vencer se tornou uma tristeza obstinada e um vazio consumidor. A raiva ainda estava bem debaixo da superfície de sua pele, esperando para explodir. Harry tinha controle disso agora - de nada adiantaria estampar a capa de um Profeta Diário com uma manchete que duvidava da sua sanidade (de novo), não quando era Draco o único verdadeiramente machucado.

"Draco", ele chamou de novo, aumentando o tom de voz. O vento frio o faz tremer - ele não estava com seu casaco antes de aparatar atrás de Draco. A única coisa que ele realmente trouxe foi a câmera trouxa pendurada em seu pescoço. Ele esperava que a aparatação não tivesse queimado os filmes com as fotos.

Ao fundo, o pássaro cantou mais alto, a única resposta que Harry recebeu. Ele olhou em volta - para o mar que agora fazia lindas ondas longe da praia, para o penhasco que se formava perto de onde Harry estava, para as rochas no chão.

O céu, cinzento e nublado, parecia cantar também, tão belo e obscuro que Harry queria apenas sentar e tirar uma foto. Ele iria, após achar Draco, e os dois aproveitariam finalmente a viagem que programaram fazer.

Fossil Beach | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora