15.

77 13 10
                                    

HARRY

Eu vim com Camille para a clínica onde o teste iria ser feito só para não me estressar mais do que já estava me sentindo nos últimos dias.

Literalmente estava uma pilha de nervos, ansioso demais pra ter esse resultado em mãos e finalmente poder relaxar um pouco.

Assim que eu contei que o exame estava marcado, ela virou outra pessoa. Ria mais e estava com um bom humor na maioria dos dias. Disse que iria comigo pra me apoiar e eu fingi que não a escutei.

E ela veio mesmo assim.

Mas, sempre, jogando uma ou outra alfinetada pra minha situação atual.

"Não podemos viajar com nossos amigos porque você vai ser pai."

E as alfinetadas ficaram cada vez mais frequentes e com mais deboches também.

Estava chegando a época dos feriados e ela queria tanto viajar com os amigos. Iríamos pra uma casa de praia no Havaí, com muito sol e álcool, como sempre fazíamos.

Só que eu não quis ir esse ano.

Assim que o pessoal começou a movimentação no grupo sobre a viagem, eu já informei que eu não poderia ir.

"Por quê?" Camille me questionou rapidamente após ler a minha resposta no chat do grupo. O semblante confuso demonstrou o quanto ela não estava entendendo nada.

"Eu não vou sair de perto da Kendall e da bebê agora. Elas podem precisar de mim."

"Elas?" Camille questiona, com os olhos curiosos.

E lá vem...

"É uma menina." eu a respondo.

"Você foi com ela fazer a ultrassom? Por quê? Não fez o teste ainda!"

Eu respirei fundo. E respirei de novo.

Respirei mais uma vez.

Isso não pode estar acontecendo.

Que pesadelo.

Porque eu quis. Porque eu já me sinto pai dessa bebê. Porque eu sinto que sou o pai mesmo. Porque eu quero que eu seja o pai. Porque eu penso em assumir mesmo o resultado dando negativo.

Porque eu estou animado e feliz com a possibilidade de criar um ser humano e você não está colaborando com isso.

"Eu quis." dei de ombros e não dei mais detalhes que minha mente obviamente estava pensando.

"Não pode estar falando sério!" Camille bufou, pegando suas coisas do trabalho e indo para o nosso quarto ficar sozinha.

Respirei fundo mais uma vez. E dessa vez, me senti aliviado.

Desde quando eu estava aliviado de não estar no mesmo ambiente da casa que a minha namorada?

O alívio durou poucas horas. Tinha me esquecido que hoje era aniversário de um dos nossos amigos, Will, e todos nós iríamos prestigiar a sua vida em um restaurante chique de japonês novo e muito qualificado.

tangled • hendallOnde histórias criam vida. Descubra agora