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KENDALL - 3 MESES DEPOIS

"Como assim você ainda não foi falar com ele?" Hailey gritou no meu ouvido. Ela costuma fazer muito disso ultimamente, como se fosse a minha mãe me repreendendo. "Foda-se, Kend, você não está fazendo isso!"

Os últimos três meses passaram como um borrão para mim de tão rápido. Eu trabalhei, comia de maneira saudável, tomava meus remédios recomendados pelo médico e passei muito mal por isso, fiquei horas sem dormir pensando no que eu ia fazer com minha vida futuramente. Havia um bebê crescendo a cada dia dentro de mim e isso me aterrorizava de todas as formas.

Assim que todos no meu trabalho descobriram a minha gravidez, a paz se instalou, de certa forma. Agora me lançavam olhares de pena ou realmente me ajudavam com coisas pesadas ou algo do tipo. Uma das vantagens de estar grávida.

Menos o Nick, que continua sendo o idiota que é e uma dor para a minha bunda todos os dias.

Ele diz que só porque estou grávida, não posso me esquivar das minhas obrigações do trabalho. Me trata como se eu estivesse normal ou com algo contagioso. É diferente agora. Não posso me esforçar como antes e tenho dias que passo mal demais. Estou me sentindo totalmente sufocada com esse tipo de situação.

A cada dia que passa, mais raiva eu sinto desse babaca.

Eu fico com as respostas presas, porque não posso ter o luxo de simplesmente pedir demissão do meu emprego.

Hoje, finalmente, eu consegui um dia de folga e estou gastando com Hailey gritando no meu ouvido no meio de um shopping. Viemos comprar mais roupinhas para o bebê, já que eu me esqueci que ele também precisa de roupas para usar. Já compramos algumas e outros itens de higiene como pomadas, fraldas e sabonetes.

Estou deixando os móveis e a decoração do quarto por último, porque eu ainda não sei qual é o sexo. Pensei que seria ideal esperar até eu contar ao pai. Poderíamos até fazer juntos, se ele quiser saber ou fazer parte. Eu penso muito nisso desde então, em qual seria suas palavras ou expressões faciais.

Observo Hailey ver as roupas fofas de bebê fascinada. Ela será uma ótima tia e talvez mãe futuramente. Na semana passada, ela me disse que tinha parado de tomar seus remédios contraceptivos, ou seja, ela poderia engravidar a qualquer momento e estava completamente bem com esse fato.

Hailey tinha um marido amoroso e disposto a tudo pra vê-la feliz, tinha um ótimo emprego como modelo e acima de tudo, ela se sentia pronta para dar esse passo.

Digamos que estou invejando um pouco sua vida feliz e perfeita demais.

Ela se aproxima com um sorriso no rosto e muitas roupas em suas mãos. Muito feliz, muito animada e muito confiante de tudo. Totalmente ao contrário de mim. Eu gemo, mas eu secretamente gosto de ter as minhas amigas por perto. Eu as amo, elas são boas para mim, mesmo que eu não seja tão boa assim para elas. É bom ter o apoio de amigas nesse momento tão conturbado da minha vida.

"Hailey, eu ainda não estou preparada para enfrentar o cara." É o máximo que eu a respondo depois dos meus devaneios.

"Você está grávida de 5 meses!" Hailey murmura dessa vez. Há pessoas por perto e ela tem muita classe em público. "Não pode lidar com todos os gastos sozinha, é muita coisa. São milhares de contas e consultas médicas, além do custo com essas roupas e produtos de bebê. Se ele não quiser ser presente, o mínimo que ele tem que fazer é ajudar nas despesas. Você precisa fodidamente contar pra esse cara logo."

Eu sei disso.

Eu sei disso desde quando todos os testes deram positivos.

Eu reviro meus olhos e suspiro um pouco. Tem sido um inferno ter que lidar com essa situação sozinha. Pensar nos prós e contras, no que acontecerá com o bebê, o que eu terei que dizer...

"Preciso de um pouco mais de tempo." Minha voz na resposta é fraca demais.

Eu sei das minhas obrigações, mas quando faço mais semanas, mais eu fico com medo do futuro.

O rosto de Hailey suaviza com a minha resposta.

Ela sabe que eu tenho medo de alguma coisa, mas eu não falo sobre isso. Eu não falo nada além da minha gravidez com as minhas amigas.

Do que eu tenho medo?

Rejeição.

O bebê não pode ser rejeitado por seu pai. Ele precisa ser amado com todo o seu coração e corpo. O bebê precisa saber que terá um pai que cuidará dele quando estiver saudável ou doente, alguém que ele possa confiar e amar, alguém que ele se espelhará como seu herói.

Ele precisa ter algo que eu não tive.

O bebê terá o meu amor e carinho para sempre. Eu farei de tudo para ser suficiente e preencher o vazio que ele sentirá quando crescer. Vai se perguntar o porque de não ter um pai como os outros colegas da escola ou se ele poderia ter um que encontrasse na rua e se achasse parecido com ele.

Esses são os motivos das minhas insônias. O futuro, o medo, a indecisão de estar fazendo o certo ou o errado, o que eu deveria fazer. Eu penso pelo lado negativo de qualquer situação pois coisas boas não duram para sempre.

Eu fodidamente não estou preparada para essa conversa e nem sei se estarei.

"Você não vai me contar o que aconteceu em Houston, não é?" Hailey me questiona e eu fico surpresa. Desde a minha viagem de volta pra casa, eu estou diferente. Eu sei que elas perceberam, mas me deram tempo até demais até agora para não tocar no assunto.

Eu sou distante e mentirosa, já agi friamente e estupidamente mais vezes que posso contar. Eu não sou alguém legal no momento para ter uma amizade e mesmo assim, elas estão lá por mim.

"Não." É uma resposta segura a se fazer. Um simples não acaba com o assunto, pois Hailey apenas me encara com certa tristeza.

Ela sabe que estou escondendo algo mas não vou falar, ainda mais que eu não me sinto preparada.

Eu penso se algum dia eu irei.

Ela dá de ombros e começa a olhar a parte das meias e toucas fofas para bebês. Ela literalmente pega tudo que gosta, como uma descontrolada por compras que sempre foi.

Eu tento não pensar muito nisso e volto a olhar as roupinhas fofas de bebê que encontrei. Tem essa parte exclusivamente feita para animações e desenhos escritos nos bodys e camisetas.

Eu fico olhando alguma para achar uma mais bonita e na cor neutra. Desde que ainda não sei o sexo, decidimos escolher cores como branco e amarelo. O que facilita bastante a minha vida.

Seguro um dos bodys em minhas mãos e fico enjoada na mesma hora.

"Bebê do Papai."

Parece que é uma ironia do destino pregando mais uma peça contra mim.

Eu tento rir debochadamente quando eu vejo esse body, mas sinto que isso não será suficiente para me afastar dos pensamentos da minha decisão.

Eu preciso contar sobre o bebê para esse tal de Harry urgente.

oie lindxs!! gostaram???

só pra avisar que a história vai ser curtinha, como vcs perceberam, por isso eu dou um tempo a cada capítulo, então não estranhem.

no próximo terá o encontro da kendall com harry e o que será que vai rolar?? rsrs

votem e comentem bastante pra me ajudar!!! beijos e até ❤️

tangled • hendallOnde histórias criam vida. Descubra agora