Capítulo 1

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O acampamento veela foi fácil de destruir. Estava nos arredores da floresta, suficientemente abrigado para que a ajuda não viesse se fosse procurada. A caça aos veelas era proibida, mas com o valor que seus cabelos tinham em poções e na fabricação de varinhas, não era uma ocorrência incomum. Tom Riddle, procurador e vendedor de todas as coisas obscuras, não sentiu culpa em erradicar a vila e coletar os restos mortais.

Foi quando ele estava cortando o cabelo – vermelho vivo e brilhante que sem dúvida valeria um preço alto – de um dos corpos que ele viu a criança. Encolhido sob os restos caídos de uma cabana estava um menino, talvez com cerca de dez anos de idade, que tremia apesar das fogueiras que o rodeavam e cujos olhos brilhavam de lágrimas.

Ainda segurando o cabelo da mulher nas mãos, os olhos de Tom se encontraram com os do menino e sua respiração engatou.

As chamas dançavam ao redor deles, queimando os restos da aldeia, mas não era nada comparado aos olhos esmeralda ardentes que o menino segurava, que eram tão incrivelmente frios contra o ambiente destruído que quase pareciam cortar a pele de Tom.

A mansão de Tom Riddle era adornada com artefatos valiosos, alguns adquiridos por acaso e outros por meios mais nefastos. Ele era uma espécie de colecionador de qualquer item que impressionasse a alma com um senso de beleza.

Soltando o corpo da mulher, Tom se levantou e foi até o menino, que parecia recuar a cada passo que dava. Mesmo quando paralisado de medo, os olhos do menino brilhavam mais do que o sangue fresco e brilhante que os rodeava.

Parecia que Tom Riddle finalmente havia encontrado a peça central de sua coleção.

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Quando Harry acordou, seu corpo estava desconfortavelmente dolorido - embora não muito dolorido - e ele podia ver marcas de queimaduras espalhadas por sua pele. Observando o ambiente, ele se viu em uma cama excessivamente grande que diminuía sua pequena figura. Os lençóis eram de um branco puro e tão macios e aveludados que Harry não pôde deixar de se enterrar ainda mais no colchão.

Ao seu redor havia um quarto vazio, exceto pela gaveta de cabeceira, em cima da qual havia um copo d'água. Ver o copo chamou a atenção de Harry como sua boca estava drasticamente ressecada, e ele rapidamente engoliu o líquido, acalmando a dor em sua garganta.

Harry tentou se lembrar de como chegou aqui, mas os últimos dias estavam sob uma névoa turva, como se algo estivesse reprimindo as memórias. A última coisa de que ele conseguia se lembrar era de sua mãe, com seus olhos e sorriso gentis e delicados, colocando-o na cama e dando um beijo gentil em sua testa.

De repente, ele foi atingido por um doloroso ataque de solidão e não desejou mais nada naquele momento do que ser trancado no abraço de sua mãe.

Foi então que a porta à sua frente se abriu, trazendo um homem irreconhecível para Harry.

Ele era alto, embora não excessivamente, e seu cabelo era totalmente preto, cuja franja estava cuidadosamente penteada para o lado e levemente encaracolada.

Seus olhos eram de um profundo tom vermelho-sangue e causaram arrepios na espinha de Harry.

"Oh, você está acordado," o homem disse com voz rouca, a voz amigável, mas deixando Harry nervoso.

A Lock of Hair to Remember You ByOnde histórias criam vida. Descubra agora