A Lock of Hair to Remember You By

Capítulo 4

Foi difícil para Harry não notar a crueldade casual de Tom. Raramente era dirigido a ele; em vez disso, Tom tinha o hábito de mimá-lo como um bobo. Mas em relação a qualquer outra coisa, a apatia de Tom muitas vezes assustava Harry.

Tudo começou quando Harry percebeu o flagrante desrespeito de Tom pela saúde de seu elfo doméstico. O nome dela era Poppy, que Harry aprendeu diretamente com ela, já que Tom não se incomodava em lembrá-lo. Ela estava sobrecarregada a tal ponto que era mais comum vê-la com cicatrizes do que sem cicatrizes, devido às perigosas expedições que ele a enviou para coletar materiais.

Depois havia a questão de sua ocupação. Ele coletou e vendeu materiais de legalidade duvidosa, sempre se recusando a responder às perguntas de Harry sobre onde os adquiriu. Seus clientes eram da pior espécie, aqueles que pouco se importavam com a ética comum, e Harry frequentemente os via olhando de soslaio para ele quando paravam na mansão.

O que foi mais surpreendente nisso foi a relutância de Tom em fazer algo a respeito. Afinal, Harry sabia que Tom era possessivo, e o fato de permitir os olhares perversos de seus clientes para Harry o chocou. É verdade que Harry nunca reclamou disso com Tom, não querendo incomodá-lo, mas Tom era um homem muito observador para não notar.

Harry era um menino inteligente e podia ver com clareza que Tom estava prejudicado. Ele lutou contra a moralidade e a compaixão, até mesmo por Harry. Embora ele fosse certamente gentil e amoroso, era fácil ver como o homem às vezes lutava para entender as emoções mais delicadas de Harry. Ele zombou, por exemplo, do amor de Harry por alimentar os animais no quintal. Tom disse a ele que dificilmente poderia compreender ser gentil com os humanos, muito menos com os 'animais'.

Harry amava Tom, isso era verdade, mas ficou um pouco mais tenso com o crescente conhecimento da escuridão interior de Tom. Harry gostava de um certo coelho nos jardins, até mesmo dando nomes a ele e muitas vezes saindo apenas para acariciá-lo. Mas um dia, ele acordou e descobriu que Tom havia esfolado o coelho e o cozinhado em um ensopado.

“Você disse que o amor sempre torna a comida mais saborosa, certo? Dado o quanto você gostava deste coelho, só posso imaginar o quanto você vai gostar dele como refeição”, disse ele, sorrindo.

A pior parte foi que Harry percebeu que Tom não estava sendo intencionalmente malicioso. Quando Harry não conseguiu esconder sua repulsa pela comida e começou a engasgar, Tom pareceu tão genuinamente preocupado e preocupado, como se não pudesse imaginar o que provocou tal reação.

E Tom realmente valorizava muito Harry. Quando Harry arranhou o joelho, Tom imediatamente não apenas o curou, mas mimou Harry o dia inteiro, até mesmo carregando-o para não distender o ferimento.

Ele simplesmente não conseguia aplicar a mesma consideração por Harry a qualquer outra coisa viva. Harry tentou explicar-lhe uma vez a importância da compaixão, mas Tom simplesmente inclinou a cabeça e olhou para ele de forma tão interrogativa que Harry desistiu. O homem simplesmente não entendeu.

Harry decidiu então agir como luz para a sombra de Tom. Sempre que notava o homem agindo de forma particularmente cruel, ele o acalmava com palavras gentis e carícias. Harry testemunhou uma vez Tom infligindo a Maldição Cruciatus a um de seus clientes, e ele ficou tão perdido na tortura que Harry teve que arrancar a varinha de suas mãos e virar a cabeça à força em direção à sua, beijando-o suavemente até que o homem gozasse. para baixo da perigosa altura em que ele estava.

Harry não se arrependeu de ter escolhido viver com Tom, nem de ter escolhido amá-lo, se é que isso poderia ser chamado de escolha; a atração que ele sentia pelo homem era impossível de resistir. E se Harry fosse honesto com as partes mais sombrias de si mesmo, ele admitiria que uma parte dele ficou satisfeita com isso. Aqui estava um homem cansado de seu passado, claramente apático com qualquer pessoa ao seu redor, amando Harry com tudo o que ele tinha.