Capítulo 8

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O novo semestre começou e Harry estava relutante em se separar de Tom mais uma vez. Eles passaram as férias de inverno aconchegados perto da lareira, escondendo-se do frio do inverno através do conforto das mãos um no outro. Agora, aproveitando a companhia um do outro pela última vez antes da partida do trem para Hogwarts, Harry ansiava por apenas mais um dia para passar com Tom. Ele sabia, é claro, que eles ainda estariam juntos durante o ano letivo – mas agora que haviam confessado seu amor, fingir ser apenas professor e aluno seria uma tortura para o menino. Ele queria passar cada momento pressionado ao lado de Tom, mostrando ao mundo que ele era dele e somente dele.

Tom pareceu pensar o mesmo e lançou um rápido feitiço Note-Me-Not antes de agarrar as mãos de Harry. Harry estava usando luvas grossas de lã, que Tom tirou lentamente antes de massagear as mãos nuas de Harry com as suas. Os polegares quentes de Tom pressionaram suavemente as palmas de Harry, acariciando suavemente a geada crocante das pontas dos dedos. As bochechas de Harry queimaram.

"Você sabia", Harry pigarreou, "que na cultura veela, as mãos são um caminho para a alma?"

“Hum, é mesmo?” Tom cantarolou, inclinando a cabeça.

"Sim," Harry corou ainda mais com o insistente olhar curioso de Tom. "Bem, não era tão popular entre as veelas mais jovens, mas as mãos costumavam ser consideradas a parte mais íntima do corpo..." Harry parou, envergonhado, ainda consciente da maneira como Tom mantinha as mãos de Harry entre as suas.

O coração de Harry acelerou quando Tom lentamente levou as mãos aos lábios, beijando-os lentamente com os olhos fechados. Ele os embalou suavemente e pressionou seus lábios suavemente contra eles, quase como se estivesse rezando - adorando Harry.

Ele abriu os olhos então, a boca ainda apoiada nas palmas das mãos de Harry, e a intensidade encontrada nos olhos escarlates e ardentes do homem fez seus joelhos fraquejarem.

Ele o soltou, finalmente, e a respiração voltou aos pulmões de Harry – como se o tempo tivesse parado e retornado naquele único momento.

Mesmo depois de embarcar no trem, Harry podia sentir o calor dos lábios de Tom permanecendo em suas mãos.

Tom sabia que fundamentalmente algo dentro dele havia mudado. Ele ainda era cruel, certamente não se sentia inclinado a ser mais gentil (isto é, com ninguém, exceto com Harry). Mas, no final das contas, ele se sentiu menos... cansado. Mais conteúdo.

Ele tinha ambições, de algum tipo, de planos a realizar depois de reunir as conexões que desejava. Tornar-se o próximo Lorde das Trevas foi um pensamento que passou por sua mente mais de uma vez no passado.

Agora, porém, parecia... insignificante. A única coisa que realmente importava para ele era ter Harry em seus braços.

Foi por isso que mesmo o confronto repentino do professor Hartley no trem não diminuiu muito seu humor, embora tenha causado uma contração irritada em sua sobrancelha.

“Professor Hartley,” ele disse friamente enquanto o homem se sentava à sua frente na cabine. “A que devo o prazer da sua companhia?”

O cabelo ruivo do homem estava mais comprido agora, depois das férias de inverno, e seu rosto estava desgrenhado. Ele parecia sobrecarregado, como se não pudesse mais se preocupar em manter a máscara polida que usava nos tempos de escola de Tom.

"Quais", disse Hartley, indo direto ao assunto, "são suas intenções com Harry Potter?" Sua voz estava cheia de veneno.

"Com licença?" Tom perguntou com os olhos arregalados. De todas as coisas que o homem poderia lhe perguntar, essa era uma que ele não esperava.

A Lock of Hair to Remember You ByOnde histórias criam vida. Descubra agora