Capítulo 3 - Libertar

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"Amar é dar a uma pessoa o poder para
nos destruir. Mas acreditar que
ela não vai fazer isso."

— Cary Quares.



















— Cary Quares

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          Leodan não quis separar-se de Bronwyn quando chegou a hora de partir. Ele a acompanhou descompromissadamente para dentro do ônibus e sentou-se ao seu lado sem se importar com todos aqueles pares de olhos sobre eles. O híbrido apenas queria estar junto de sua companheira, mesmo que não precisasse protegê-la ali, mesmo que ela estivesse segura agora, ele simplesmente não queria, ou podia, sair do lado dela.

          Foi quando seus olhos, de relance, enxergaram o brilho sutil vindo das mãos dela, e ele o seguiu curiosamente. Foi quando viu algo que nunca imaginou antes, escapando entre as mangas de sua jaqueta.

          Havia um pequeno bracelete prateado, fino e com pequenos arabescos, ao redor do pulso dela. Uma pedra roxa cintilava um brilho mórbido, uma magia que causava náuseas. Era como se, o que parecia apenas uma joia bonita, estivesse se fincando em sua pele e inflamando sua carne, como se espinhos a cercassem como garras, sufocando, rasgando. Era vil, ele estava, definitivamente, horrorizado, enojado.

          — Que coisa bárbara é esta? — Sua indignação soou quase como um rosnado, fazendo Bonnie se assustar e saltar levemente, puxando o braço para longe quando viu o que era, quando viu que ele pareceu tentado a pegá-lo.

          Ela estava distraída, olhando para fora em toda a sua aflição e medo. Não sabia para onde estava indo e não sabia se sairia de lá. Ou sequer se conseguiria manter-se viva. Mas vê-lo olhar tão atentamente para a sua pequena tortura pessoal, a alertou.

          — Não toque nisso. — Sua voz soou como um rosnado, e os olhos dela encontraram os dele, eram vorazes.

          Ele suspirou, profundamente, era incrível como aquele olhar ameaçador de sua companheira aquecia e despertava alguma coisa dentro dele. Causava um desejo energizante de se transformar em sua forma animal e correr com ela pela floresta densa.

          — Vamos, Bonnie,  diga-me o que é essa coisa — sussurrou, seu rosto perto demais do dela, mas não o bastante para que pudesse tocá-la. Ele parecia preocupado, uma preocupação tão profunda que parecia lhe causar dor.

          Ela respirou profundamente, cobrindo o bracelete com a outra mão e desviando o olhar. Não queria que ele o visse, que olhasse para ele. Não queria ficar vulnerável e mostrar-lhe sua dor.

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