Mikaela é uma quase adulta, com seus 19 anos é forçada pela sua mãe a ir morar na casa de seu novo marido, que tem um filho 4 anos mais velho que ela.
Richard Ríos é seu nome.
Ríos é meio-campista do Palmeiras, e sua meia irmã... bom, só tinha...
— Estou te falando, isso não é nada. — O garoto ainda insistia em saber.
— Tem que ser alguma coisa. — ele levantou a camisa. — Mais... o que... — ficou sem palavras.
— Foi a muito tempo. — revelei. — foi meu pai.
— Como assim? — perguntou.
— Eu tinha dez anos. — baixei meu olhar. — Meu pai estava com ódio da minha mãe... e ele acabou descontando em mim. — pequenas lágrimas resolveram rolar sobre meu rosto.
— Aí... tá tudo bem, vem cá. — ele me puxou pra perto e me apertou em um abraço. — Continue...
— Foi uma vez só... ele nunca tinha encostado em mim. — Eu continuei dizendo.
Flashback on:
— Para, Rodrigo! — mamãe gritava desesperada.— Não machuca ela! Deixa a nossa filha em paz!
— Você me magoou, Vanessa, magoou o homem que te dá tudo. — Ele disse. — Agora você vai perder o seu tudo!
A faca que papai continha nas mãos era grande.
E eu estava no quarto ouvindo a briga.
Eu estava no guarda roupas, por queMamãe pediu pra me esconder lá.
Eu estava chorando.
Desesperada.
Eu nunca tinha passado por isso, e eu tinha meu pai como um homem bom.
E nunca imaginei isso.
— MIKAELA! ABRE ESSA PORTA! AGORA. — ele gritou do outro lado.
As lágrimas desciam descontroladamente do meu rosto e eu fiquei em completo silêncio.
— ANDA LOGO, OU EU DERRUBO A PORTA! — ouvi novamente os gritos. — EU CONTAREI ATÉ TRÊS, GAROTA!
— DEIXA ELA, SEU MANÍACO DESCONTROLADO. — mamãe gritou.
— UM! — DEU UMA PAUSA. — DOIS! — UM SOCO NA PORTA. — TRÊS! — e um barulho mais alto ainda foi ouvido.
— Não faz isso, papai! Por favor! — eu pedi.
— Isso é culpa da sua mãe. — ele respondeu. — É tudo culpa dela, filha.
— Deixa a minha menina em paz, Rodrigo! — minha mãe puxou o braço do meu pai, com a pouca força que a restava.
Foi aí que tudo piorou.
A ira dele subiu e ele enfiou a faca pouco a baixo de meu umbigo.
Os gritos da minha mãe foram abafando aos poucos e eu.... apaguei logo depois disso.
Flashback off.
— Eu acordei uma semana depois. — contei. — Em uma cama de hospital ligada a vários aparelhos e uma cicatriz horrível em mim. — as lágrimas caiam descompassadas do meu rosto novamente. — Minha mãe Chorava no pé da cama e quando me viu veio me abraçar. — eu terminei. — Tudo o que eu sei, é que meu pai foi morto por policiais. Ou pelo menos é isso que minha mãe me diz.
— Eu sinto tanto por voce, meu amor. — Richard voltou a mão até a cicatriz e deixou um carinho por lá.
— Como se não fosse o bastante. — eu continuei a falar, mais dessa vez encostei a cabeça em seu peito. — Essa facada pode ser uma pedra em meu sapato. — disse. — Já é. Ela pode dificultar a fecundação. — eu disse. — Ou seja... pode ser que eu não possa ser mãe.
— Não fala isso. — Richard disse — Eu sei, que no momento certo, vamos ser uma família feliz. — deixou um beijo no topo de minha cabeça. — E você vai gerar nosso bebê com saúde....