Chovia fortemente lá fora deixando todo o pátio do orfanato molhado e indisponível para as crianças brincarem, a única opção era procurar alguma forma de brincarem dentro da grande casa. A cada trovoada Pete se tremia e se encolhia debaixo de seus cobertores, ele detestava tempestades, por causa de seus ouvidos ficarem sensíveis e doerem toda vez que os trovões eram altos. No entanto, podia ouvir as outras crianças do outro lado da porta correndo e brincando pela casa enquanto davam risadas extremamente exageradas que se misturavam com os sons dos trovões.
O barulho da porta sendo aberta foi ouvida pelo garoto, em seguida passos foram escutados deixando Pete cada vez mais trêmulo em sua cama, fazendo-o fechar os olhos fortemente quando removeram o cobertor que cobria totalmente sua cabeça. O garoto rezou brevemente para os anjinhos que o protegessem do bicho papão que queria pegá-lo.
Mas como uma luz no final do túnel uma onda de alívio preencheu o coração agitado do mais novo.
— Pete? Olha, eu tô aqui.
Gatinho.
Era o gatinho que estava ali.
Com toda a coragem que ainda tinha em seu corpo, devagarzinho abriu os olhos e encontrou o rosto familiar de seu herói. O gatinho tinha ido salvá-lo dos monstros do escuro dos dias chuvosos, ele estava sã e salvo.
— Gatinho! — Ele se jogou no colo de Vegas entrelaçando os braços ao redor do pescoço dele, aumentando a intensidade do abraço quando ouviu um trovão alto o assustando.
— Tá tudo bem, o bicho papão não vai mais te pegar. — O mais velho deu leves batidas nas costas do garoto miúdo, percebendo a coloração amarela das madeixas dele após vê-lo retornar ao preto de antes, igual um camaleão.
Dessa vez, Vegas pôde ver perfeitamente que a cor dos fios de Pete mudava conforme os sentimentos que ele sentia em cada ocasião. Antes pensava que era apenas sua imaginação, mas ao passar anos com ele notou que o garoto tinha supostamente superpoderes. Algo que ele pensava existir apenas em desenhos animados que passavam na televisão. Portando, minutos depois o cômodo estava silencioso e apenas era possível escutar fungadas vindas do mais novo. Vegas havia conseguido acalmá-lo.
Pete estava menos nervoso e enrolado dos pés à cabeça com seu cobertor favorito que continha pequenos porquinhos, era uma cena admirável por ser tão pequeno e quase ser engolido pela manta, em seguida desceram para o andar debaixo. Macau uma das crianças que era mais novo que Pete, sempre o perturbava tentando roubar o cobertor de Pete, fazendo-o ficar com um enorme bico nos lábios. E Vegas se divertia observando os mais novos brincando entre si enquanto Na grande parte da noite ajudava Nona a arrumar a mesa de jantar. Sendo assim, quando as comidas e sobremesas foram expostas na mesa toda a criançada se serviu, cada uma pegando alimentos da preferência de seus gostos.
Vegas havia gentilmente pedido para Nona preparar o prato predileto de Pete que era omeletes para poder fazê-lo se sentir bem depois da tempestade ter o deixado assustado. Observava cada criança com bastante atenção e ajudando-as a comer quando era necessário, assim como Nona também fazia. No final dos jantares recolhia os talheres sujos para colocá-los na máquina de lavar louça. Portanto, antes de aconchegar as crianças em suas devidas camas, as levava para se banharem e escovar os dentes para poderem dormir.
Diferente de Pete, que sempre ficava atrás de Vegas querendo ajudá-lo mesmo que não fosse preciso, esperando que ambos fossem para seus quartos para que ele pudesse se esconder na cama do mais velho como fazia desde que havia chegado no orfanato, mesmo que Pete tivesse sua própria cama. Todavia, ele dizia que a cama de Vegas era mais confortável, mas era uma desculpa por conta de estar com medo da tempestade que ainda acontecia lá fora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Blue The Color Of Love - VegasPete
RomansaPete nasceu diferente, o seu cabelo muda de cor conforme os seus sentimentos. Vegas, o seu melhor amigo se considera um expert quando o assunto é as madeixas coloridas de Pete. Mas uma cor nova começa a deixá-lo com dúvidas quanto à isso.