Por alguns segundos, o zumbido alto do monitor cardíaco foi tudo o que se ouviu. Exceto Sakusa. Ele não conseguia ouvir nada além do sangue correndo por seus ouvidos, os fazendo estalar. Então, o choro começou.
Atsumu-não, foi Bokuto. Ele estava de joelhos, soluçando. Atsumu ficou em silêncio. Toda a cor desapareceu de seu rosto, sua boca se abriu em um grito silencioso enquanto lágrimas escorriam por seu rosto. Ele teve que se virar e vomitar na lata de lixo. E então havia Hinata. Ele não teve reação. Se ele fez isso, os outros não perceberam. Ele não era mais deste mundo. Ele parecia tranquilo, até. O completo oposto de como seus amantes estavam agindo. Mas quem poderia culpá-los? O sol deles foi tirado.
Hinata Shoyo estava morto. Bokuto não conseguia dizer seu nome sem chorar e Sakusa se recusou a sair do apartamento, então Atsumu se encarregou de informar a equipe.
Houve lágrimas derramadas e condolências oferecidas, que ele aceitou com um sorriso falso e uma falsa gratidão. Porra, suas condolências são boas se não o trouxerem de volta, ele gritou internamente. Após o anúncio, ele disse ao treinador que ele, Koutarou e Kiyoomi iriam embora por tempo indeterminado.
Quando Atsumu chegou em casa, os outros dois estavam exatamente como ele os deixou. Sakusa estava fumando na varanda, olhando para o nada, e Bokuto estava enrolado na cama de Hinata.
Suspirando, Atsumu começou a preparar um almoço tardio para todos. Ninguém tinha apetite, mas precisavam comer. Eles haviam revirado tudo o que havia sobrado na geladeira.
Ele se movia silenciosamente, sem ver, trabalhando no piloto automático. Enquanto mexia legumes em uma panela, ele gritou por cima do ombro sem mudar sua linha de visão.
– Ei, Sho, você se importa de me passar a pimenta caiena?
Quando não obteve resposta, ele franziu a testa e bufou. Virando-se, ele provocou.
– Shoyo, querido, não me ignore- oh.
Não havia ninguém na cozinha com ele. Demorou alguns dias, mas a realidade de tudo finalmente caiu para ele. Hinata não voltaria. Ele nunca mais teria as piadas de Hinata para animar o processo de cozinhar. Ele nunca conseguiria ver a pura alegria em seu rosto ao experimentar uma das novas criações de Atsumu. Ou o desgosto mal velado depois, quando Atsumu estava errado.
Atsumu começou a entrar em pânico. De repente, tudo na cozinha era demais. Tudo continha um pouco de Hinata. Em estado de histeria, ele começou a jogar tudo o que podia. Qualquer coisa ao seu alcance. E isso incluía a panela que ele usava para cozinhar.
Quando Kiyoomi o encontrou, ele estava no meio de vários copos e pratos de cerâmica quebrados e tinha queimaduras de segundo grau nas mãos. Ele não estava se movendo.
– Você está sangrando, Miya — Ele disse friamente, com o cigarro ainda aceso.
Nesse ponto, Bokuto também havia saído de seu estado catatônico para ver do que se tratava aquele barulho.
– Tsum-Tsum… – ele começou tristemente.
– Cala a boca. Vocês dois. Eu não disse nada sobre suas merdas, então vocês não vão dizer nada sobre as minhas. – Com isso ele pisou na louça quebrada, sem sequer vacilar, até o banheiro e bateu a porta.
Sem dizer nada, sem sentir nada, Sakusa voltou para a varanda. Bokuto fez o possível para limpar a bagunça da cozinha. Eles não comeriam esta noite. Ninguém notaria.
Depois disso, Atsumu ficou muito mais irritado. Sua raiva era tão palpável que parecia violenta. Sakusa foi o próximo a ir.
Ele estava começando seu segundo maço de cigarros naquele dia quando Atsumu invadiu a varanda, furioso.
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Vamos para algum lugar onde o sol não brilhe [TRADUÇÃO]
FanficNo universo vasto e sombrio, o sol pereceu, Seu brilho apagado, a escuridão prevaleceu. Uma alma querida partiu, deixando um vazio imenso, A dor dilacera o peito, sem esperança ou consenso Memórias desvanecem como estrelas no céu noturno, O abraço c...