Obsessão Assassina - Choso Kamo

Estágio 7 - Aceitação

Meu raciocínio não parava de martelar tudo. Não conseguia digerir nada daquilo.

Eu tinha que denunciá-lo , mas não queria.

Estava na escola, olhei para Itadori imaginando o quanto seria ruim para o garoto ver seu irmão ser preso em sua frente.

Era eu quem estava de mãos atadas, não tinha escolhas, mas os assassinatos não podiam continuar.

Me mantinha sem saber como impedir - nem sei se deveria - e contar para Yuuji não estava nos meus planos.

_ Tá distraída demais hoje [Nome], _ Yuuji me chama. _ o que foi?

Estávamos sentados em duplas, era aula da Ieiri, já tínhamos feito a apresentação do nosso trabalho, e eu seguia visivelmente nada animada, nem com a nota boa que conseguimos.

_ Não dormi muito bem... _ Respondo abaixando a cabeça na mesa. _ só precisava descansar um pouco.

_ Imagino, você nem quis saber de como foi minha primeira vez ontem. _ Ele apoia a cabeça em um punho.

_ Me desculpe Yuuji, realmente to muito estressada pra conversar sobre qualquer coisa hoje. _ Respirei fundo contra minha pele, ainda sentia o cheiro de Choso inconscientemente em mim.

_ Você devia também sabe...? _ Levantei meu rosto para olhá-lo. _ Transar ia te deixar de bom humor de novo.

Sorri com a resposta dele, logo vendo ele rir de volta.

_ Não sei como a Ozawa te aguenta.

Sinto a vibração do meu celular sobre a carteira, pegando-o na mesma hora.

E para minha infelicidade, era uma mensagem.

Choso: Me encontra no túnel do necrotério

Não sabia porque, mas eu iria. Não enviei a resposta, apenas esperei dar o tempo da aula de Gojo começar, e saí.

Para falar a verdade, em hipótese alguma eu iria querer ir, mas tinha que resolver o que estava havendo entre a gente, e como seria daqui pra frente com aquela descoberta ominosa.

Chego na ala superior subterrânea, após pegar o elevador, e fingir ser uma das alunas dali.

A iluminação opaca e esverdeada do corredor era de dar calafrios. O lugar estava extremamente gelado, acredito que por conta do armazenamento de conteúdo "orgânico" presente.

Não vi ninguém enquanto andava, era um clima completamente mórbido e assustador, sem nenhum barulho ecoar no ar.

Seguia o caminho, até que me sinto ser puxada para trás enquanto tinha a boca tampada. Tento me defender mordendo a mão que quem quer que fosse.

_ Calma linda, _ A fala rouca surge. _ ta estressada hoje?

_ Qual a necessidade de fazer isso? _ Indago nervosa com o mais alto após ele me largar.

_ Pensei que fosse me reconhecer.

_ Não estou brincando _ Mantenho distância entre nossos corpos. _ ... eu nem devia estar aqui, mas precisava falar com você.

_ Então não vai me deixar explicar?

_ Choso, francamente está ganhando bem mais ficando calado.

Ele volta a sua aparencia monotona.

_ Fala, o que quer comigo?

_ Você não pode continuar morando aqui, _ Digo sem demora. _ tem que procurar outro lugar.

_ Então quer que eu vá embora? _ Ele barra minhas passagens, me prendendo à parede, e ficando na minha frente. _ Certeza que vai conseguir ficar longe de mim?