I WANNA BE YOURS

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James Potter caminhava pelas ruas movimentadas de Londres, envolto pelo frio cortante do inverno. Os sinos de Natal tocavam suavemente ao fundo, enquanto as luzes coloridas iluminavam as fachadas das lojas. Em meio à agitação, uma livraria chamou a atenção de James.

Ele tinha uma espécie de carinho especial por aquela livraria, ou melhor, por um de seus funcionários. Naquele dia, sentindo-se corajoso, talvez conseguisse finalmente conversar com o rapaz bonito, cujo nome ele ainda não sabia. Respirando fundo, ele entrou na livraria, fazendo soar o sino acima da porta.

O aroma familiar de papel e tinta o envolveu, trazendo uma sensação de conforto. Ele percorreu os corredores, explorando as prateleiras repletas de histórias, torcendo para parecer casual e inteligente. O garoto que ele achava bonito parecia ser bastante inteligente. Ele tinha a pele pálida, como se nunca tivesse sido exposta ao sol, era magro e baixo, e naquele momento estava concentrado na organização das prateleiras. Seus cabelos negros caíam elegantemente sobre o rosto, e apesar da expressão séria, havia algo cativante em seus movimentos.

Ele não conseguia deixar de notar a dedicação e o gosto peculiar que a sua pequena corça tinha em decorar a livraria para o Natal. Cada canto estava repleto de luzes cintilantes e ornamentos coloridos, muito colorido, criando um verdadeiro cenário de arco-íris.

Naquele ano, assim que o mês de dezembro chegou, James não pôde evitar comentar com seus amigos sobre o charme peculiar da livraria nesta época do ano. Não que ele fosse algum stalker, observando o jovem a distância por mais de um ano. Ele se recusava a admitir que era covarde demais para chegar até sua pequena paixão. Seus amigos, sempre dispostos a empurrá-lo para fora de sua zona de conforto, o desafiaram a se apresentar ao jovem responsável por sempre deixar James com cara de bobo apaixonado.

Até aquele dia, o máximo que James havia conseguido eram algumas breves trocas de olhares e sorrisos tímidos. Naquele dia, James finalmente reuniu coragem para se aproximar. Limpando as mãos suadas em sua calça, ajeitando seus óculos e respirando fundo mais uma vez, ele foi até o jovem que estava empenhado em organizar uma prateleira de livros.

Ele apenas tinha que iniciar uma conversa casual e ser engraçado, as pessoas diziam que era desajeitadamente engraçado, ele conseguiria fazer isso. Fácil. Não tinha como dar errado.

Mas, como era típico dele, acabou dando tudo errado.

James começou perguntando sobre alguns livros clássicos, que ele apenas conhecia pelos títulos, e se apresentando. Estava indo tudo bem, até decidir que já estava na hora de ser engraçado.

Olhando ao redor e admirando a decoração de Natal na livraria, decidiu quebrar o gelo com uma piada. "Cara, você é um artista da decoração, não é? Aposto que o Papai Noel está em casa agora, com um balde de aspirina, tentando aliviar a dor de cabeça desse arco-íris natalino que você criou aqui. Foi mal, não era bem assim que eu tinha imaginado na minha cabeça..." James abaixou a voz, percebendo que sua tentativa de elogio não saiu exatamente como planejado. 

Severus ergueu uma sobrancelha, e seu rosto decaiu minimamente. Aquele foi mais um sinal de que tinha feito besteira. "Está tão feio assim?" perguntou com a voz baixinha e James queria chorar.

"Não, não, é claro que não. Está perfeito, eu não disse na intenção de te ofender. Desculpe." James tentou dizer de forma desesperada, ele nunca mais ia pisar os pés nessa livraria. Quer dizer, na verdade, ele ia sim, porque não era agora que ele fingiria que tinha alguma dignidade.

"Que charmoso. Você sempre tem esse jeito encantador de descrever as coisas Potter?"

"Ah, desculpe, Severus. Eu só queria dizer que a decoração é... bem, um pouco, exótica." James realmente estava tentando se redimir. Era pra ter sido engraçado.

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