cap 1 | sn

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Era a quarta vez essa semana que minha mãe citava a mesma frase : "Preciso te arranjar um varão."
Aquela frase me doía bem mais do que todos os copos quebrados que já me cortei. Era ridícula a forma como minha mãe achava normal se intrometer na minha vida amorosa.

-- Acho que sn é grandinha o suficiente para tomar suas próprias decisões. -- Meu padrasto dizia enquanto mordia uma bisnaguinha.

Tomar café da manhã com minha mãe à mesa era extremamente desconfortável, pois eu sabia que ela sempre tocaria no assunto de me arrumar um "varão".

--Sn é uma moça cristã, deve arrumar um varão valoroso. -- Eu odiava isso, ir pra igreja na intenção de orgulhar minha mãe era terrível.

Quando meu pai foi embora minha mãe ficou muito mal, desde então passei a dedicar a minha vida a ela.
Eu tirava notas boas, fazia faxina, não fumava, bebia ou namorava, ia pra igreja e jamais a contrariava.

Quando minha mãe conheceu Douglas, pensei que estaria livre dessa prisão, já que meu padrasto não era cristão. Porém não foi o que aconteceu, minha mãe só passou a pegar no meu pé e vigiar todos os meus passos.

--Sn, quer ir comigo no CT hoje? -- Endrick, meu meio irmão sorria para mim.

--Não acho que lá seja um lugar para uma moça decente. -- Minha mãe se intrometia na conversa.

--Melhor não, mas obrigada Endrick. -- Meu meio irmão suspirava em fadiga.

Endrick pegou sua bolsa no sofá, juntamente com suas chaves e disse:

--Tchau gente. -- Endrick parecia cansado.

Um tempo depois que todos saíram de casa decidir limpar todas as janelas, e também o lustre que era bem alto.
Do alto da escada cogitei o que aconteceria se eu me jogasse dalí, provavelmente a morte não seria alcançada, era baixo demais.
Mas talvez conseguirria uma fratura ou coisa do tipo, assim eu ficaria livre da igreja por algumas semanas.

Me desperto quando ouço o toque do meu celular. E percebo que é Endrick.

-- Oi Endrick, tudo bem? -- Atendo a ligação e o pergunto.

-- Maninha linda do meu coração. -- Endrick ia pedir alguma coisa, eu tenho certeza.

-- O que você quer?

-- O Ríchard pode almoçar aí em casa hoje?

Se minha mãe descobrisse isso não ia gostar nada. Na cabeça dela eu devo ficar longe de todos garotos possíveis, a não ser os engomadinhos da igreja.

-- Ta querendo que eu cozinhe para vocês? -- Meu irmão faz tanto por mim, eu queria retribuir, mesmo que me custasse um pouco caro.

-- Sim, pode ser qualquer coisa.

-- Serve macarrão a Carbonara?

-- Perfeito! -- Ele faz uma pausa -- Obrigada irmã, você é demais!

Desligo a ligação e começo a organizar a sala. Troco as almofadas, retiro a poeira e finalizo passando pano por toda a sala.

Cozinhar era uma das poucas coisas que eu gostava na minha vida, enquanto o macarrão cozia eu cortava e separava os temperos para o preparo da refeição.
O cheiro estava encantador, o almoço estava pronto, enfim posso me trancar em meu quarto.

notas da autora: Olá gatinhas, o que estão achando? Tadinha da sn, né?

𝐖𝐫𝐨𝐧𝐠 𝐁𝐨𝐲 • 𝐑í𝐜𝐡𝐚𝐫𝐝 𝐑í𝐨𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora