Confused Love

Dezesseis

Zoro on

Robin estava me evitando a dias. Havia tirado todas as suas coisas do meu quarto, todas as vezes que tentava falar com ela ela sempre escapava, chegou até a parar de comer com o bando só para fugir de mim. Tentei perguntar a Nami se ela sabia o que estava acontecendo, mas como a bruxa que era ela sempre me mandava calar a boca e respeitar a decisão de Robin dizendo até mesmo que concordava com ela por terminar a nossa relação. Durante esses dias percebi que Nami também estava fugindo do Trafa. Sempre que ele chegava perto ela saia correndo apressada, e ele assim como eu já estava perdendo a paciência.

Vivi não desgrudava de mim, ficava o tempo todo me seguindo, puxando assunto e se esfregando. Minha suspeita de que ela falara algo para Robin só aumentava cada dia mais. Ela estava animada demais e sempre que as duas se encontravam trocavam um olhar e Vivi sorria. Eu sinceramente queria acreditar que Vivi não seria tão frívola e egoísta a ponto de ter feito algo para me separar de Robin, mas tudo indicava que ela era sim. Eu só precisava descobrir o que ela fez.

Nós partiríamos da ilha no dia seguinte, à tarde e estava decidido a colocar Robin contra a parede e descobrir a verdade. Iria me resolver com ela antes de partirmos, odiava essas incertezas e desconfianças, elas me tiravam o foco.

Após tomar banho desci para encontrar os outros, como já esperando nosso capitão havia feito vários amigos pela ilha e eles dariam um banquete de despedida para nós. O restaurante da pousada estava lotado, Luffy estava rodeado de pratos de comida. Brook tocava seu violino e cantava. Usopp e Chopper faziam suas dancinhas ridículas. Franky estava sentado ao lado de algumas pessoas com uma garrafa de cola na mão. Jinbe estava sentado em frente ao balcão do bar, tomando um copo de saquê enquanto balançava a cabeça no ritmo da música. O cozinheiro tarado estava atrás de mulher como sempre. Nami e Robin estavam em um canto conversando, ambas com um copo na mão. Sabo estava ao lado de Luffy e Trafa que mantinha os braços cruzados e uma feição emburrada enquanto lançava olhares para a bruxa. Comecei a caminhar na direção de Robin, mas antes de chegar até ela, Vivi surgiu na minha frente.

— Mr. Bushido, gostaria de beber comigo?

— Não valeu — desviei dela e continuei meu caminho — Robin vem comigo, precisamos conversar — segurei seu pulso.

— Kenshin-san, não temos nada a conversar, já falei tudo o que tinha a falar. — puxou seu pulso.

— Você pode até ter falado mas eu não. — cruzei os braços e a encarei com firmeza.

— Não quero ouvir nada o que tenha a dizer — começou a se afastar.

— Você não poderá fugir de mim para sempre, Robin, estaremos presos no mesmo navio, uma hora vai ter que me ouvir. — falei alto, chamando a atenção das pessoas ao redor. Nami me olhou com a cara fechada.

— Você é um idiota hein?! Robin estava certa em te largar, você não sabe respeitá-la. Ela não quer falar com você ou ouvir nenhuma merda que saia dessa sua boca, deixa ela em paz.

— Cala a merda da sua boca sua bruxa, quem você pensa que é para falar algo desse tipo? Eu respeito ela mais do que qualquer pessoa no mundo. Se eu acreditasse que ela realmente não quer ficar comigo eu não insistiria, mas esse não é o caso. Eu quero ficar com ela e sei que também me quer, e vou descobrir o que a fez se afastar de mim. — Nami colocou as mãos na cintura, seus olhos brilhavam em fúria quando abriu a boca para responder a interrompi — Vê se fecha essa matraca, você não sabe de nada. Ao invés de ficar se metendo na minha relação com a Robin, vai cuidar da sua e do Trafa, e vê se pára de fazer ele de otário, você não é a única mulher no mundo, ele não vai te esperar para sempre.

Me virei e sai na mesma direção que Robin havia ido e usei meu haki da observação para encontrá-la. Ela estava em um corredor escuro que levava aos quartos dos empregados, e não estava sozinha.

— Você vai deixar o bando, quero você o mais longe dele o possível. Longe de todos eles — cerrei o punho ao ouvir as palavras de Vivi.

— Você só pode estar de brincadeira. Eu não vou deixar o bando. Você queria que eu me afastasse do Zoro e eu me afastei, agora se ele não te quer a culpa não é minha.

— Sua presença é o que impede que ele olhe para mim. Por isso você vai deixar o bando, com você longe eu vou conseguir conquistá-lo. — ouvi Robin soltar uma risada forçada.

— Como você é inocente Princesa, acredita mesmo que é minha presença que te impede de ficar com ele? Que eu saiba vocês dois já passaram semanas viajando juntos, até tiveram um pequeno caso e mesmo assim Zoro nunca te olhou de outra forma. Eu o conquistei sem esforço algum e você não suporta isso, sua mimada. — ouvi um barulho e dei um passo a frente para poder ver o que estava acontecendo. Vivi estava com o rosto encostado na parede enquanto uma mão de Robin torcia seu braço para trás e outro empurrava seu rosto contra a parede — Como ousa tentar me bater?

— Você é uma maldita Nico Robin. Eu juro que um dia você irá me pagar. — cuspiu furiosa. Robin a soltou e ela se virou a fuzilando com o olhar — Se não quiser que Luffy perca mais um de seus irmãos é melhor obedecer e deixar o bando. — ouvi alguém se aproximar por trás de mim e reconheci quem era na hora.

— Você é uma pessoa horrível. Seria capaz de magoar Luffy dessa forma, capaz de trair a confiança do bando que tanto te ajudou, de entregar o homem que salvou sua vida apenas por alguém que jamais será seu?

— Eu amo o Zoro e sei que posso fazê-lo me amar só preciso que você suma da vida dele. Eu já fui parte desse bando e você usurpou meu lugar. Depois de tudo o que fez a mim, meu pai e ao meu reino, eu não posso deixar você simplesmente ser feliz com o meu homem e com o meu bando. — já havia ouvido o bastante, dei um passo à frente mas antes que eu pudesse falar um vulto passou rápido por mim. Vivi mal notou a presença de Nami antes de seu rosto virar devido ao forte tapa que a ruiva a deu.

— Você é um monstro Vivi, fique longe de todos nós.

— N-nami e-eu…

— VOCÊ NADA, NÃO QUERO MAIS OUVIR SUA VOZ. CALA A BOCA! SOME DA MINHA FRENTE, SOME DAS NOSSAS VIDAS — as lágrimas caiam pelo rosto da bruxa que gritava descontrolada — EU CONFIEI EM VOCÊ. TODOS NÓS CONFIAMOS. ARRISCAMOS NOSSAS VIDAS E VOCÊ NOS DEVOLVE DESSA FORMA? COMO PODE SEQUER PENSAR EM FAZER ALGO DESSE TIPO COM LUFFY? COM O SABO? — não demorou para seus gritos chamarem a atenção do bando que vinha na nossa direção.

— Fazer o que comigo e com o Sabo? — Luffy indagou se aproximando das duas. Cruzei os braços e olhei para Robin enquanto ouvia Nami contar a todos tudo que Vivi dissera. A cada palavra o rosto de Luffy ficava cada vez mais sério.

— Luffy, eu… me perdoa… eu não… eu não…

— Vivi, vá embora. Pela amizade que tenho por você, vá embora de nossas vidas. Não ouse nunca mais ameaçar meu irmão ou algum de meus nakamas, ou irá se arrepender. — deu as costas e voltou pela direção em que havia vindo. Robin se aproximou de mim.

— Kenshin-san eu…

— Aqui não vamos para meu quarto conversar — ela assentiu e saímos juntos, caminhando em completo silêncio.