Em meio a escuridão

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 O ambiente era mais que familiar a Milo, no entanto não fazia o papel de acalmá-lo.

Muita coisa havia acontecido por esses últimos dias e o ringue era uma das últimas coisas que ele gostaria de ver, ele sentia ânsia somente de pensar naquilo...

Milo encarava o espelho a sua frente, suas mãos trêmulas seguravam a bainha de sua camiseta enquanto olhava para a cicatriz deixada pelo ferrete.

As lágrimas invadem o canto de seus olhos castanhos, a raiva tomava conta de si e o rapaz cerrou os punhos.

Ele foi exposto a uma situação onde foi sujeito a vergonha e a humilhação, ele teve sua pele marcada para sempre.

Um grito saiu de sua garganta e suas mãos rapidamente golpearam o espelho o deixando em pedaços.

Ele não sentiu a dor dos cacos em suas mãos, seu emocional estava tão fodido que nem sequer conseguia controlar o que sentia.

Sua pele havia sido amaciada e marcada como a de um gado, o moreno estava imune a aquela dor, a dor física.

Milo sentou-se no chão rodeado pelos estilhaços que sobraram do enorme espelho, as lágrimas desciam por seu rosto e os soluços eram altos que poderiam ser escutados de longe.

O rapaz se afogava em tudo que sentia e não podia ser ajudado por ninguém, Bárbara havia tentado, mas ninguém nunca saberia o que era sentir algo parecido.

Ele escutou o som de sua campainha, mas não quis atender, ela soou diversas vezes.

No entanto, o rapaz não se levantou para ir atrás, não estava em condições para receber visitas.

Aliás, quem gostaria de visitar um ser desprezível como ele? Ele era nada, era tudo aquilo que ninguém precisava.

[...]

Olivier estava em frente a casa do moreno, ele batia na porta rapidamente quase sem pausas na tentativa de ser atendido.

O homem chamava por Milo, no entanto era como se seus gritos não fossem escutados, o rapaz olhou pela janela vendo que tudo estava escuro.

Estava quase perdendo as expectativas quando decidiu tentar abrir a porta para ver se tinha alguém em casa

 A porta não estava trancada e isso fez com que um grande alarme soasse em sua mente, aquilo claramente era um pedido de socorro.

A porta entreaberta, o silêncio naquela casa e ainda mais a escuridão que cercava aquela casa, ele sabia que entrar em casa sem a permissão do dono seria uma falta de respeito, mas na altura daquele campeonato está pauta não estava em questão.

O rapaz de olhos verdes se convidou a entrar e em passos lentos caminhou, observou a bagunça que aquela casa havia se tornado.

 A tevê estava no modo silencioso e passava algo aleatório, uma única luz vinha do banheiro da casa.

 Os soluços me assustavam tentava a todo manter-se calmo, aliás me exaltar com minhas dores não fariam com que Milo se sentisse melhor

Assim que Olivier adentrou o corredor que dava acesso ao banheiro, do qual era o único que possuía uma claridade.

Assim que chegou pode ver a cena que acabou por quebrar seu coração.

 Milo estava sentada no chão, suas mãos sangravam e pintavam o chão branco, as lágrimas pelo o do rapaz.

— Vá embora! Eu estou mandando!  — O rapaz gritou irado com a situação.

— lhe deixar nessa situação? Não mesmo! — Olivier se abaixou ficando na altura do rapaz que rapidamente se afastou do outro.

Los Hermanos Castello - MilovierOnde histórias criam vida. Descubra agora