entre sapos e confissões - 2

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Ao chegar na cozinha, o esverdeado teve um déjà-vu, ver Tsukishima, abaixado, recolhendo os cacos do chão o fez lembrar do irmão mais velho do loiro, que estava fazendo a mesma coisa a uns dias atrás.

Conforme foi se aproximando, pode sentir o mais velho ficar mais tenso, se distraindo com sua tarefa e quase se machucando.

- Deixa que eu limpo isso, Tsukki. Não quero que você se machuque.

E assim o esverdeado o direcionou até a sala de estar, para que o outro lhe esperasse ali, enquanto limpava aquela bagunça.

Tsukishima apenas atendeu ao comando do amigo, ainda meio absorto da realidade. Ele tentava processar tudo o que aconteceu naqueles poucos minutos, em um momento quase se declarou para seu melhor amigo e no outro era o amigo que tomara as rédeas da situação, Yamaguchi fez da covardia do loiro a sua coragem para não deixar o assunto se prolongar.

Tsukishima então se lembrou da pergunta que seu irmão tinha lhe feito, se ele gostava de Yamaguchi. Agora aquilo fazia sentido, o rapaz nunca pensou que o mais velho o conhecesse tão bem, ao ponto de saber quando Kei está gostando de alguém antes mesmo dele próprio.

O loiro se sentia meio idiota por não ter notado antes os seus sentimentos, mas a verdade é que ele também não tinha sequer certeza de quando eles começaram.

Mas por outro lado, ele sentiu alívio, era tão bom pensar que as coisas poderiam dar certo. Então, naquele repentino momento de felicidade, Tsukishima correu até a cozinha, em busca do mais baixo.

- Eu também gosto de você, Yamaguchi!

Proferiu, enquanto o abraçava por trás.

O esverdeado deixou de lado o que estava fazendo e se virou para o mais velho, seus olhos brilharam, revelando as lágrimas prestes a escorrer.

- Sério?

- Uhum...

- Posso te dar um beijo então?

O mais alto não respondeu, preferiu demonstrar fisicamente, indo de encontro com o rapaz a sua frente.

Os rostos cada vez mais próximos, fazendo com que suas respirações se fundissem e, assim como ela, eles se tornaram um só. Suas bocas num encaixe perfeito, finalmente matando aquela bendita vontade de se encontrar.

Ao fundo a senhora Yamaguchi observou-os em silêncio, tinha voltado para buscar sua carteira e quando viu que os rapazes estavam em um momento íntimo não quis interromper, então apenas saiu de fininho, orgulhosa do neto.

[...]

Abraços, beijos e mais beijos foram dados, se Yamaguchi pudesse nunca mais largaria Tsukishima, era como se o mais velho fosse um ímã e o esverdeado o ferro, que não tinha como resistir ir ao encontro do rapaz.

Tsukishima passava a mão pelo cabelo do mais baixo, deixando uma carícia gostosa junto de uma incrível vontade de dormir, ele observava Yamaguchi piscando lentamente, indo de encontro com o mundo dos sonhos. O loiro estava tão feliz, quase não acreditava que aquilo estava realmente acontecendo.

Yamaguchi e ele, juntos.

Yamaguchi e Tsukishima. Soava tão bem.

Mas uma coisa ainda deixava o loiro incomodado. Ambos já haviam confessado os seus sentimentos, mas Tsukishima queria assumir o compromisso de forma certa, bonitinha, organizada. Então, quando o mais baixo já estava num sono profundo, o rapaz se pôs a procurar referências de alianças na internet, tentando achar algo que combinasse com Yamaguchi.

Ao mesmo tempo, ele se perguntava se estava se precipitando demais, o esverdeado o acharia muito emocionado por já estar pensando naquilo? E, afinal, como descobriria a medida do dedo dele?

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