Capítulo 1

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Estava amanhecendo, sinto uma luz forte nos meus olhos que é causada pelo brilho do sol que entra pela janela que infelizmente eu esqueci aberta. Me sinto na obrigação de acordar pois o dia será cheio. Odeio acordar cedo.

Meu Deus que falta de educação a minha, né? Deixa eu me apresentar, meu nome é SorayaThronicke, tenho 23 anos, moro em Nova York, desde que me entendo por gente. Meus pais são nativos do Brasil e eu estou de mudança pra lá.

Fazem 5 meses que estou tomando coragem pra voltar a vê-los, meu peito já não aguenta de tanta saudade. Finalmente poderia contar a eles tudo de bom e ruim que vem acontecendo em minha vida.

Não sei se é uma boa ideia continuar morando aqui em Nova York, pois tudo o que eu preciso está no Brasil. Essa é mais uma razão pela qual eu vou pra lá. Eu já havia ido pra lá em viagens e passeios, mas nunca fiquei mais de um mês.

○○○

Eu havia acabado de tomar meu café quando meu celular começou a tocar exageradamente, de início eu ignorei, odeio receber ligações, mas aí percebi que a pessoa não parava de ligar então resolvi atender.

- alô - falei assim que a chamada foi conectada com a pessoa do outro lado da linha

- Soraya Thronicke? - a voz por mim desconhecida perguntou

- é ela, quem deseja? - perguntei

- olá sra. Thronicke, meu nome é Tamara Silva, estou ligando do hotel Musc Ball, apenas para confirmar a sua reserva para os dias 23, 24, 25 e 26 - ela falou paciente

- ah sim, olá Sra. Tamara, sim eu reservei o quarto para esses dias. - falei

- ok, sua reserva está marcada para as 10hrs do dia de hoje 23. - ela falou

- obrigada sra. Tamara - agradeci educadamente

- é um prazer te ter em nosso hotel - ela falou encerrando a ligação

Eu já tinha terminado de arrumar a minha mala e minha amiga de infância chega em minha casa.

- sol... - falou um pouco alto correndo para me abraçar.

- Nossa, a gente só ficou uma semana sem se ver - falei me afastando do abraço. Odeio qualquer tipo de contato físico

- Nossa Soraya, obrigada pela parte que me toca - falou debochada, fingindo ter ficado emocionada - mas e aí, que horas você vai viajar?

- Eu vou sair as 7hrs.

- Soraya, você é muito seca puta que pariu - falou emburrada

- ah Letícia me poupe, você me conhece muito bem pra estar reclamando agora - falei já me irritando. Eu me irrito muito fácil

- porra Soraya, você não era assim. O que fizeram com você? - perguntou mais pra ela do que pra mim, mas mesmo assim eu a ouvi.

- para com essa boca porca e esse palavreado em minha casa agora. - falei já bem mais irritada

- Nossa, agora eu me lembrei por que ficamos uma semana sem se ver. - ela falou aparentemente chateada. Eu não queria deixá-la chateada, mas era meu jeito o que eu poderia fazer?

- Olha se você tá tão cansada do meu jeito é só ir embora - ela me olhou com um olhar realmente chateado

- Sol, eu tô cansada, eu só não quero te ver sendo fria desse jeito, você era tão doce, fofa, carinhosa, eu não sei mesmo o que aconteceu com você- falou virando as costas pra mim

- Ah Letícia, dá um tempo vai - falei me aproximando - você sabe muito bem que eu não queria ser assim, mas infelizmente eu sou - esperei ela se virar mas ela não o fez

- olha Soraya, talvez essa viagem realmente te faça bem - ela se virou para me olhar - e talvez você volte a ser a mesma. Enquanto isso não acontece eu não irei falar com você - e saiu.

Eu até pensei em ir atrás dela, mas eu já estava atrasada, então chamei o uber e rapidamente ele chegou. Parti em direção ao aeroporto, faltava um tempo ainda para meu voo então decidi ir tomar um café na lanchonete do aeroporto.

Fui até uma atendente e fiz o meu pedido, pedi dois sanduíches e uma coca 600ml. Paguei e fui em direção ao refeitório de lá. Me sentei em uma mesa qualquer e comecei a comer meu café. Acabei e voltei para o hall de espera, faltava 20 minutos pra o embarque então foi em direção ao avião.

Procurei por meu assento e havia um homem sentado lá. Pedi educadamente para que o mesmo se retirasse, mas ele se fez de sonso.

- sente-se por favor senhorita - uma aeromoça falou comigo - já vamos levantar voo

- eu gostaria mesmo, mas tem um homem assentado sobre o meu lugar - olhei o homem que fez cara de deboche pra mim.

- senhor poderia se retirar do lugar da senhorita por gentileza- ela perguntou pacientemente

- eu não estou no lugar dela moça - ele me olhou e voltou a olhar para a moça ruiva a sua frente - eu paguei por esse lugar e não vou sair.

- senhorita venha comigo - ela se dirigiu a mim de forma educada - irei providenciar outro assento pra você.

Ela me direcionou para um lugar bem afastado daquele sujeito e eu dei graças a Deus por isso. Me acomodei e segundos depois sentou ao meu lado uma mulher linda, morena, com os cabelos brilhosos na altura do ombro, um corpo perfeitamente esculpido por deuses.
Ela usava uma calça preta, uma blusa vinho que realçou a cor de sua pele branca como papel. Realmente linda.

Fui tirada dos meus pensamentos com ela estalando os dedos enfrente ao meu rosto

- moça... - falou me chamado

- oi? - a olhei sem graça, fiquei com receio dela ter percebido que eu estava a observando

- eu perguntei se esse lugar está ocupado? - ela me olhou com aqueles lindos olhos castanho escuros

- ah... me desculpe eu estava distraída - acho que corei, pois senti minhas bochechas esquentando de vergonha. O que não é normal já que eu quase nunca me sinto envergonhada ou intimidada - está livre... O assento.

- pois com licença- ela pediu se sentando ao meu lado.

Uns minutos depois ouvimos a voz do piloto anunciando que iríamos começar o voo. Eu estava com medo, nunca tinha andado de avião sozinha.
A moça ao meu lado deve ter percebido, pois notei que ela não parava de me olhar.

- está tudo bem? - ouço sua voz grave me perguntar

- está sim... e-eu... eu só tenho medo de voar de avião- falei fechando os olhos

- fique calma o avião só está decolando. - ela falou e voltou a mecher em qualquer coisa que ela estivesse fazendo no celular.

O avião já estava no ar à um tempo e eu permanecia com os olhos fechados e apertando o braço da poltrona. Eu estava com muito medo pra conseguir abrir os olhos. Eu queria conseguir ser como as outras pessoas que dormem no avião e nem percebem quando o avião pousa. Mas infelizmente eu sou uma medrosa que não consegue ficar com calma dentro de um avião.

Para o meu azar o avião começou a ter uma turbulência muito forte, por impulso eu agarrei o braço da moça que estava ao meu lado. Ela tirou minha mão de seu braço e a agarrou, eu estava com tanto medo que tremia mais que vara verde.

- ei, se acalme, é só uma turbulencia... jaja passa - ela falou passando o braço em volta do meu pescoço numa tentativa de me acalmar, e parece que funcionou, pois sentir aquele braço forte eu me senti tão segura que poderia até dormir ali.

A turbulência havia passado e eu ainda estava agarrada aquela moça dos olhos castanhos ao meu lado. Eu permaneci de olho fechado, até que percebi que sua respiração estava pesada, abrir meus olhos com receios, olhei para ela e percebi que ela estava dormindo.

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