Um poema tão claro quanto a luz do sol: O DRÁCULA

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Saudades do Drácula
E do jeito que ele fuma
Tão charmoso, tão sozinho
Atraente, vicioso
E muito belo

Saudades do Drácula
E do jeito que ele gargalha
Das coisas que ele fala
Do dinheiro que ele (não) lava
Do problema que ele é
E porque isso não me afasta

O Drácula não dorme, e ele vive sozinho
Em um castelo enorme
Com uma parede repleta de vinho
Ele se afoga, ele ultrapassa
Na tentativa de esquecer
Se é ele quem é o caçador
Ou se é ele quem é a caça
Com olhos vermelhos
Álcool
E certa mágoa

Saudades do Drácula
Que me fez amanhecer
No meio da estrada
Que apoiou a cabeça nos meus ombros
E agora me fez escrever esta carta

Ele me conta o que quer que eu saiba
Não sei se verdade
Não sei se mentira
Não sei se isso basta
Mas ele esconde coisas
Que me mandaram seguir o "afasta"

Os dentes afiados podem ser perigosos
Mesmo sendo tão cativantes
Eu não quero deixá-lo sozinho
Nem agora, nem o quanto antes
É cada suspiro
Que as vezes nem me importo
Com meu próprio sangue

Saudades do Drácula
Do seu carro em alta velocidade
Do jeito que ele inala, do jeito que ele solta
Do jeito que me fez conhecer a cidade
Do que não obtive de seu calor
E do seu olhar de longe, intenso e solitário
Apreciador, esperto e caído de realidade

Saudades do Drácula
E do jeito que ele fuma
Tão charmoso, tão sozinho
Atraente, vicioso
E muito belo

Saudades do Drácula
E do jeito que ele gargalha
Das coisas que ele fala
Do dinheiro que ele (não) lava
Do problema que ele é
E porquê isso não me afasta.

Velho DitadoOnde histórias criam vida. Descubra agora