Capítulo 16 - Surpresa

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São Paulo, 2023.


Bianca caminhava pelos corredores do mercado afim de pegar todos os itens que tinha em sua lista. Faria uma noite de pizza com o filho. Este que estava dentro do carrinho segurando as bordas de ferro com força e apontava algumas coisas para a carioca.

— Mama, podemos pegar chocolate? — O pequeno perguntou juntando suas palmas e as balançando para a mulher. — Por favor?

— Podemos, mas apenas um, ok? Se sua mãe souber que eu estou te dando doces além do normal, ela me mata.

Bianca se esticou para pegar o chocolate que já sabia que o garoto amava e o colocou dentro do carrinho. Ao subir seus olhos para Cadu, encontrou os claros dele triste.

— O que foi, carinha?

— Hoje é sexta. A mamãe não vem?

Bianca suspirou. Com calma ela levou a mão até os cabelos do filho e se aproximou beijando sua testa.

— Não, meu amor. Ela não vem esse final de semana.

— É o terceiro final de semana que ela não vem, mama. — Cadu murmurou cabisbaixo. — Por que ela não vem?

— Escuta. — Bianca pediu se encostando no carrinho para fitar com atenção os olhos do menino. — A mamãe tá tendo que trabalhar aos sábados e ela descansa no domingo. Entende? Seria muito cansativo pra ela vir. Mas nós vamos vê-la na chamada de vídeo hoje.

As gravações não estava dando muita folga para Rafaella, ela estendeu aos sábados para que conseguissem finalizar a novela na data definida. Por conta disso, a mineira não ia para casa por dois finais de semana, com esse, seriam três.

Rafaella ligava todas as noites, via o filho pela tela do celular e tentava se manter presente mesmo de longe. Sempre perguntava para Bianca como estava sendo com ele, afinal de contas, aquilo não era comum para Cadu.

E por conta disso, cada vez que o pequeno sabia que Rafaella não iria para casa, Bianca tinha que lidar com a tristeza e a manha de Cadu. Então quando leu a mensagem que a mineira mandou de manhã, o coração da empresária já se apertou.

— Podemos falar com ela agora?

— Eu acho que ela está ocupada, carinha. — Bianca proferiu voltando a empurrar o carrinho. — Ligamos mais tarde.

— Por favor, mama, eu quero ver a mamãe.

— Tudo bem. — Suspirou.

Desbloqueando o celular, Bianca entrou no contato de Rafaella e respirou fundo ao ler a última mensagem da esposa em que ela explicava que não conseguiria ir pra casa e a resposta da carioca foi apenas um "ok".

Clicando sobre o desenho do telefone, Bianca iniciou uma ligação para Rafaella. Escutou pacientemente chamar e chamar, mas não ser atendida. Encarando as órbitas ansiosas do pequeno, ela tentou mais uma vez e no quarto toque, conseguiu.

— Oi, Bi. — A voz suave e cansada de Rafaella fez o corpo de Bianca tensionar. — Aconteceu algo?

— Cadu quer falar com você, amor. Consegue chamada de vídeo?

— Sim, linda.

A carioca então mudou o formato da ligação e passou o aparelho para o pequeno que o segurou com rapidez. O garoto abriu um enorme sorriso ao ver o rosto da mãe.

— Mamãe!

— Oi, meu pequenino. Que saudade de você. — Rafaella murmurou passando a mão sobre os olhos tentando impedir que chorasse.

LEMBRE-SE DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora