Emprego temporário

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Que dia chato.

Acordei me sentindo muito entediada hoje. Por que? Simples, eu vou ter que passar o dia todo em casa sem fazer absolutamente nada. Pra alguns é uma maravilha isso, mas pra quem estava acostumada com os barulhos de tiro e a correria todos os dia é o verdadeiro inferno.

Olá, me chamo Yang S/N, tenho 27 anos e sobre esses assuntos anteriores, bem, desde meus vinte anos estive contribuindo no exército coreano. Sim, eu sou do exército, fuzileira pra ser mais exata, ou era, não sei. Fui afastada por uma simples brincadeira de um novato que estava sobre minha supervisão, tomara que ele leve um tiro pra ficar esperto, o filho da mãe achou que seria uma boa ideia explodir uma bomba que gás para acordar os colegas, todos dormindo, sem máscara, olha o tamanho da merda. Eu estava tranquila na minha cabana quando sou acordada pelo tenente segurando o inútil pela camisa perguntando se aquele troço era meu.

Como recompensa pela "brincadeira" do pedaço de bosta eu recebi uma advertência e tive que ficar um ano, no mínimo, fora. QUE VONTADE DE MATAR AQUELE FILHO DA PUTA!

Agora estou aqui na casa de uma amiga, sim eu tenho uma casa, mas ela me convidou então eu vim. As vezes eu penso que ela tá afim de mim, mas é só paranóia.

- Bom dia, caralho - digo olhando pro despertador infeliz que me tirou o sono.

Levanto e vou até o banheiro fazer minha necessidades e volto para trocar de roupa e tomar um café, a roupa simples, calça moletom e um top esportivo e fim.

Desço até a cozinha onde encontro minha amiga pronta pra sair para o trabalho.

- Pensei que tivesse morrido -diz ela sem tirar os olhos do celular.

- Bom dia pra você também Jennie -não vou me rebaixar ao seu nível de 1,63 de altura.

Ela apenas mostra um sorrisinho mínimo de curto e volta para o celular.

- Estava aqui pensando..- minha fala é cortada por Jennie.

- Minha nossa, você pensa, que incrível.- e no final da uma risada sincera. Que audácia dessa mulher.

- Tem como prestar atenção aqui e largar essa porcaria de chá?!- ela me olha por alguns segundos com uma sobrancelha arqueada e volta a falar.

- Primeiramente, porcaria é a sua cara, segundamente, fala logo arranha céu.- não tinha xingamento melhor não?

- O que? Ah, enfim. Eu estava pensando em arrumar um emprego temporário enquanto não volto pro exército.- digo com uma mão no queixo enquanto olho para ela.

-Por que caralhos você ia querer um emprego? O exército ainda te manda dinheiro mensalmente.- pela primeira vez vejo ela largar o celular sobre a mesa.

- Porque eu sinto saudade da adrenalina me entende? Do perigo eminente, da correia, do calor correndo pelo meu corpo.- eram bons tempos aqueles.

- Não eu não entendo. Mas, boa sorte pra você robocop.- volta a tomar seu chá de antes.

- Você não sabe de algum lugar que precise desse tipo de serviço?- ela mora por aqui muito tempo, deve conhecer algum.

- Pra sua sorte sim, mas eu não sei se você consegue, todos as pessoas que foram lá desistiram, mas já que você gosta de adrenalina e sei lá mais o que, deveria tentar.- diz se levantando da mesa.

- Senti cheiro de adrenalina, onde fica? Qual o nome? Conhece alguém de lá?- pergunto esperançosa.

- Calma aí ok? Eu preciso ir trabalhar agora mas assim que possível eu te envio todos os dados possíveis de lá.- então ela levanta da mesa e pega seu jaleco e sua bolsa que estavam na cadeira ao lado.

- Por favor não esqueça viu? Bom trabalho, beijos.- ela apenas retribui mamando um beijinho no ar de volta. Quando estava perto da porta ela se vira em minha direção.

- Você vai conseguir. Ah, chá é melhor que café meu amor. Beijinhos.- e por fim saí pela porta.

Sinceramente ela ainda vai me agradecer quando eu sumir com todos os saquinhos de chá dessa casa.

Essa oportunidade deveras me interessou. Um emprego onde todos que foram desistiram na hora? É sério isso? Só pode ser brincadeira da Jennie. Enfim, amanhã eu vejo se isso realmente é verdade ou não.




























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