Lembrando do passado

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Pov Becky

- Me conta a sua história - Freen pediu e eu suspirei - o que foi?

- isso é complicado princesa, lembrar disso tudo não me faz se sentir bem

- mas eu estou aqui pra te ajudar caso você não se sinta bem - ela deitou sua cabeça no meu colo - Por favor

Nasci em nova York, em um bairro nobre já que os meus pais tem uma boa condição financeira, meu pai é o melhor advogado de nova York ele ganhou até um troféu por isso, minha mãe é psicologa e muito boa por sinal, ela trabalha na melhor clínica de reabilitação dos estados unidos. Eu tenho dois irmãos, Chris e Taylor, são uns amores e eu já sinto falta deles, sou a mais velha e eles sempre me pedem conselhos e se inspiram em mim. Eu cresci lá mesmo em nova York, meu pai me matriculou em uma escola particular super renomada, ele é um daqueles pais que procuram o melhor do melhor para os filhos, e nessa escola fizeram da minha vida um inferno... Eu só tinha 10 anos quando tudo aconteceu, eu era tão nova pra já sofrer tanto. Tudo começou quando eu estava na aula de educação física, eu participei da aula e joguei futebol eu sempre gostei de jogar esse esporte, e consequentemente eu acabei suando demais, e fui tomar banho, mas a fila para ir tomar banho estava tão grande, e eu acabei ficando no fim da fila. Todas as garotas haviam tomado banho e eu fiquei por último, enquanto eu lavava o meu cabelo eu ouvi algumas vozes e eram vozes de garotos e era bem grossa, eles eram bem mais velhos que eu, eles diziam que veio para pegar shampoo porque no banheiro dos meninos havia acabado, e eles perguntaram se tinha alguém ali e eu não repondi, fiquei quieta com muito medo de algo acontecer comigo, só que algo aconteceu, o sabonete havia caido no chão e eu nem percebi acabei escorregando no mesmo e caindo de bunda no chão e isso fez um barulho foi ai que eles viram que tinha alguém ali

- Me desculpe, Freen - limpei as lágrimas - é difícil contar isso, é tão difícil lembrar disso, fiz várias sessões de terapias com a minha mãe para esquecer disso mas eu nunca consegui esquecer, isso ainda ta na minha memória, ta cravada em mim e toda vez que eu lembro não é fácil

- tudo bem lo, ta tudo bem - ela me abraçou apertado e eu me senti tão segura ali, eu sinto que ela é uma pessoa boa e ninguém nunca vai me fazer pensar o contrário - me desculpe por te fazer lembrar disso, me desculpe mesmo, não foi a minha intenção te fazer ficar assim - me afastei dela

- eu vou continuar contando porque eu sei que você quer saber, eu vou conseguir terminar de te contar sem sair quebrando tudo, eu tenho controle sobre mim, eu vou saber me controlar

Eles ouviram e barulho e foram até mim, eu tomei um susto quando a cortina da cabine foi aberta com muita brutalidade, eu já estava de pé, o garoto desceu o olhar sobre o meu corpo e encontrou as minhas partes baixas, ele começou a gritar dizendo que eu tinha um pênis, e os amigos dele vieram confirmar isso. Eles me seguraram pelo braço e me tiraram da cabine, eles começaram a rir e diziam que eu tinha um pênis de borracha. Um deles falou que parecia ser real, o mais velho dos garotos desafiou um deles a colocar a mão e verificar se era real, e eles fez, ele apertou com tanta força que me fez urrar de tanta dor que eu senti. Eles confirmaram que era de verdade e do nada começaram a me bater, me batiam cor tanta força que eu sentia que poderia desmaiar a qualquer segundo, começei a ficar tonta e do nada eu apaguei. Acordei em um hospital e me pai estava ao meu lado, ele estava chorando e quando viu que eu tinha acordado ele tentou disfarçar mas eu vi ele chorando. Ele me disse o que aconteceu, disse que por sorte a Engfa apareceu no banheiro e viu que estavam me batendo e correu para pedir ajutipo a ajuda chegou e me levou para o hospital, a polícia chegou e me perguntou o que aconteceu e eu disse tudo que eu lembrava. Por sorte eu não quebrei nenhum osso, só tive algumas marcas roxas no corpo e o meu rosto ficou muito machucado. Meu pai teve uma ideia disse que iria me colocar em uma academia de luta para eu aprender a me defender. Dias depois eu me recuperei da surra que levei e fui para o meu primeiro dia de aula de luta, o meu treinador não me deu moleza não, eles me botou para praticar vários exercícios e eu queria mesmo era começar a socar, e a cada vez que eu reclamava mais tempo correndo na esteira ou fazendo flexões. Quando eu voltei pras aulas as pessoas começaram a me olhar de um jeito estranho, eu perguntei pra Engfa o que estava acontecendo e ela disse que a notícia que eu tinha um pênis havia se espalhado, e todos do colegio sabiam disso. Não demorou muito para começarem a me xingar, e isso vinha não só de uma pessoa mas de mais da metade do colégio, é claro que aquilo me doía e eu chorava sim e não tenho vergonha de dizer. Eu não me esqueci do que aconteceu e tive que fazer terapia com a minha mãe, isso me ajudou muito ela me ajudou muito, porque quando eu lembrava do que aconteceu eu quebrava tudo que eu via pela frente e chorava tanto mais tanto que chegava a perder a conciencia, eu não tinha mais forças pra nada nem pra viver, mas meus pais me ajudaram muito nisso, mesmo com os anos se passando as sessões de terapia não acabaram, e quando eu completei 14 anos algo aconteceu... Eu fui brutalmente agredida por ser intersexual, eu fui agredida por um grupo de populares, foi fora da escola, não tinha só garotos ali, tinha garotas também, e ao invés de me ajudar elas ajudaram eles a me bater. Eu quebrei o braço e o meu nariz fora que o meu corpo foi completamente deformado, eu ainda tenho pequenas marcas. Minha mãe dobrou as sessões de terapia com medo de algo acontecer comigo, ela tirou uma licença pra cuidar de mim e meu pai fez o mesmo, eu tentei bater naqueles caras mas eram muitos e eu não consegui me defender. Não pense que as pessoas que fizeram isso sairam impune, meu pai como um bom advogado fez eles pagarem pelo o que fez comigo. Eu sofri muito com isso, todos os dias naquele colégio foi um inferno, eles me chamavam por aberração, era isso que eles achavam de mim. Eu aprendi a lutar para me defender, e aprendi a me defender, até tentaram me bater mas coitado deles, eram dois e sairam tão machucados, isso serviu de exemplo pra todos que pensavam em me insultar, não fizeram mais por medo, medo de acabar igual a os dois idiotas. Eu odeio qualquer tipo de preconceito, e preconceito com pessoas igual a mim eu odeio ainda mais



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Um capitulo apenas para mostrar o que aconteceu com a Rebecca. Até mais ❤

FrᴇᴇɴBᴇᴄᴋʏ √•Pink and Black• (สีชมพูและสีดำ) 1T • GipOnde histórias criam vida. Descubra agora