Capítulo 03.

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"Não existe o bom ou o mau; é o pensamento que os faz assim."

- William Shakespeare. -

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Evangeline foi obrigada a ir na mesma carruagem que Ísis. O ar da carruagem está pesado, nenhum dos dois está muito bem naquele ambiente.

Ísis se sente desconfortável com o silêncio ensurdecedor, e faz com que ele fique com tique nervoso. Mexendo seus dedos ligeiramente, tentando se distrair da melhor forma possível.

Evangeline não está diferente, ela apenas está fazendo algo diferente, com o ombro na janela e enrolando com o dedo um fio fino de cabelo como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

Suas íris azuis brilham ao ver as paisagens fora da janela, os troncos marrons com suas folhas verdes vibrantes e grama fofinha, a carruagem passando por cima de um caminho feito de terra. Todos esses detalhes intrigam Evangeline e a deixa contente.

O problema é que esse contentamento não passou despercebido por Ísis que a olha ainda mais estanho que antes. Achando ela meio biruta das ideias, como se faltasse alguns parafusos na mente dela.

O silêncio para Evangeline apenas é algo que ela aprendeu a gostar, algo que adora mais doque tudo. O silêncio sempre foi admirado por Claude, ele sempre espera o mínimo possível de palavras saindo da boca de Evangeline, então ela sempre se manteve calada.

Ela e Athanasia eram sempre alvos de fofocas entre os serviçais, eles diziam que elas, princesas, éramos "inúteis", já que Claude, o "maravilhoso" imperador, nunca nos apresentou na sociedade nobre.

Athanasia sempre retrucou de forma agressiva, e Evangeline sempre se manteve calada e tentando impedir a Athanasia de fazer alguma besteira.

Foi assim a vida toda de Evangeline, esse foi o modo que ela achou para sobreviver em meio aquele castelo. Sempre se mantendo na sombra; sempre se mantendo calada; sempre se mantendo educada; sempre se mantendo como um fantasma imperceptível aos olhos de todos; sempre em modo sobrevivência.

As vezes, Evangeline apenas queria sumir, desaparecer desse mundo. O que importa três pessoas se nem seu pai vai se importar se ela morrer? Athanasia é sua irmã e irá sentir sua falta, mas pode superar isso com o tempo; Lily é apenas uma serviçal que fica do lado de Athanasia sempre, ela pode se importar, mas irá esquecer depois de um tempo; Félix irá ficar triste, mas também pode esquecer isso, afinal.

Esse era os pensamentos de Evangeline sempre que voltava de convocações.

Mas para Ísis, o silêncio é péssimo, ele odeia o silêncio porque traz sensações ruins, então decidiu acabar com ele. Até chegar no castelo irá demorar um pouco.

— Ei, Evangeline, né? — Ele perguntou sem olhar nos olhos dela.

Ela virou seu rosto bruscamente para olhar ele, meio envergonhada. Outro fato interessante sobre Evangeline, ela odeia ser o centro de uma conversa.

— Ah... Sim, meu nome é Evangeline. — Ísis pode perceber que a voz dela saiu tímida, quase que um sussurro.

— Então... Eu queria perguntar já faz um tempinho, por que seu pai insistiu no casamento? — Ísis joga a pergunta, não se importando se foi rude ou não.

Evangeline ficou surpresa com a pergunta repentina, ela não sabe como responder. Claude não disse nada para ela, apenas avisou que ia se casar e ficou por isso.

Ela virou seu rosto novamente para a janela e respondeu:

— Eu não sei... Eu só descobri sobre o casamento semana passada. — A voz saiu baixa novamente, de forma que Ísis quase não conseguiu ouvir.

— Você pode falar mais alto? Sua voz é tão baixa que quase não consigo escutar. — Ísis respondeu à lançando uma expressão de descontentamento.

Eu estou atrapalhando algo? Parece que sim, ele não parece nem um pouco feliz em me ver, nem ao menos esconde.

Evangeline pensou, não é que ela não esteja acostumada, e ela está. É essa expressão que Claude sempre a lança quando olha para ela.

— Desculpa... Eu, realmente, não sei porque o Imperador fez isso, ele não costuma me contar os detalhes das coisas. — Evangeline não percebeu que se referiu a seu pai como Imperador.

Ela nunca o chamou de pai realmente, sempre o chamou de Imperador, mas decidiu começar a chamar ele de pai para não levantar suspeitas, mas ela é tão idiota que não consegue nem fazer isso.

— Você chamou seu pai de imperador? — A expressão na face de Ísis é de confusão.

Porque ela se refere ao seu pai como Imperador? Ela não deveria, ele é seu pai, deveria o chamar de pai.

Ele não consegue entender, sempre chamou seu pai de Pai, mesmo ele sendo o imperador.

— Ah... Eu... Não é nada... As vezes eu chamo ele de Imperador... — A voz de Evangeline saiu mais trêmula doque ela queria.

Ela embaralhou tantas palavras que isso a faz corar instantaneamente, ela virou seu rosto ainda mais para a janela, com o intuito dele não ver seu rosto com um tom rubro carmim.

— Você está bem? — Ísis pergunta olhando ela se esconder que nem uma tartaruga, ele até achou fofo...?

Ele se pergunta o do porque ela se escondeu assim e, principalmente, porque a voz dela tremeu tanto ao dizer aquilo, parecendo com medo da verdade.

— Ah, sim, estou ótima. — A voz voltou a ser fraca.

— Tá. — Ísis decidiu deixar de lado, já estavam perto, não ia demorar para chegarem.

Mas a dúvida ainda batucando na sua cabeça.

Quem Me Fez Noiva De Ísis De Elmir? - Crossover ITLOA x WMMAP. -Onde histórias criam vida. Descubra agora