Capítulo 01.

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"Está consciência, que faz de todos nós covardes."

- William Shakespeare. -

°'♪°'♪°'♪'°

Evangeline acordou assustada, não que ela estivesse dormindo bem, na verdade ela estava dormindo bem mal.

Athanasia está cutucando ela para acordar.

— Ah... Athanasia...! — A voz dela saiu meio trêmula.

Da última vez que Athanasia fez isso, foi para chamá-la para sair.

— Evie, me desculpa.

Evangeline ainda está com a sensação de sono, mas se esforça para ficar com os olhos abertos, e a voz chorosa de Athanasia ajuda para deixar ela alerta.

— Não. — A voz de dela saiu firme, determinada.

— O que...? — Athanasia, que estava com a cabeça baixa tentando segurar o choro, levanta a cabeça surpresa.

— Não se desculpe, Athy, você não tem culpa nenhuma. —  Evangeline diz tentando confortar ela.

— Mas... Eu tentei... Não consegui... Eu sinto tanto...! — Athanasia começou a chorar, ela nunca quis que sua meia-irmã fosse embora.

— Não é sua culpa, Athy, nada aqui é sua culpa. — Evangeline abre um sorriso frouxo, e abraça Athanasia.

— Mas...

— Ele foi gentil, ele nunca tinha sido gentil antes, não na minha frente. — Ela falou por cima.

O que não é uma mentira, Claude nunca tinha sido tão direto com ela desse jeito. Antes, ele sempre começava humilhando ela, dizendo coisas que ela nem quer repetir, mas dessa vez ele tinha sido direto, sem oi nem nada que fosse perder tempo, foi direto ao ponto e depois a mandou embora. Evangeline prefere isso doque ser humilhada pelo próprio pai toda convocação.

— Você chama aquilo de gentil? Ele disse para não o envergonhar, num casamento arranjado! — Athanasia diz indignada, tentando pensar num motivo para ela ser desse jeito.

Evangeline sempre foi tímida, desde que Athanasia se lembra, ela sempre se manteve na sombra como um fantasma imperceptível, e quando você força a aproximação como Athanasia, ela é a pessoa mais gentil e inocente que ela conhece, de suas duas vidas.

— Você não sabe como ele era antes, Athy, você não tem ideia. Isso foi o mais gentil que ele conseguiu, suponho. Você está fazendo milagres. — Evangeline diz, tentando não pensar em passados não tão distantes que a assombram.

— Eu não fiz nada... — A voz saiu falha, quase que um gemido de dor.

— Você está fazendo muito, acredite em mim, Athy, ele até parece mais vivo. — O sorriso frouxo de antes pode ser visto um tanto mais alto. Afinal, ele continua sendo seu pai.

Athanasia não aguenta, ela não quer que Evangeline vá, o único motivo de Athanasia não ter abandonado tudo isso há muito tempo, foi por causa de dela, porque ela não queria à deixar, mas agora é ela que vai embora e Athanasia não pode fazer nada para impedir.

A parte mais triste disso tudo, é que Athanasia terá que suportar Claude sozinha agora, terá de deixar sua melhor amiga ir embora, sua meia-irmã ir embora, a única família que ela realmente considera.

Ela vai embora, vai para sempre, talvez. Eu nunca irei poder ver ela novamente?

Os pensamentos de Athanasia à consome, deixando um buraco de indecisão na mente dela, Athanasia só quer fazer os pensamentos dela pararem.

Me desculpa, me desculpa mesmo, Indy, não pode fazer Claude mudar de ideia.

A culpa se faz muito presente, talvez o sentimento predominante no momento. Athanasia só quer voltar no tempo e ser mais persistente com o Claude, ou ter começado isso bem antes.

Eu planejava fugir com ela, para bem longe desse império, mas só uma poderá sair daqui, afinal.

Athanasia sempre quis fugir do castelo junto de Evangeline, esse foi seu único desejo por muito tempo. Evangeline que esteve aquentando tudo isso calada e por mais tempo que ela, Athanasia não conseguiu a salvar, e isso faz com que Athanasia se sinta muito mal.

No fim, elas dormem juntas, uma do lado da outra, como se não quisessem se separar nunca, com Athanasia abraçando Evangeline com tanta força, que Evangeline provavelmente acordará com dor nas costas.

=

A embarcação chegou, as malas de Evangeline não são tantas, na verdade são apenas duas, e uma delas era apenas os presentes que já ganhou de Félix.

Inclusive, o presente que Félix lhe entregou como despedida. Félix não pode se despedir adequadamente por conta de Claude, porque, é claro, que ele não vai estar aqui.

Mas Athanasia está ali, ela abdicou de uma manhã com Claude para se despedir dela, mas ela é a única, nem sua babá veio se despedir.

— Eu vou sentir sua falta, Evie. — Athanasia está segurando o choro, ela não quer que Evangeline vá.

— Eu também vou sentir saudades, Athy, e eu quero receber notícias de que você conseguiu amolecer o coração podre do nosso pai, em. — Evangeline brincou um pouco com Athanasia, para ver se anima ela um pouco.

— Pode deixar! — Athanasia grita mais alto do que gostaria, fazendo com que os olhos ao redor a olhasse. — Ops.

E elas riram, riram com vontade. É triste pensar que tudo isso vai acabar, toda essa amizade de dez anos.

Um barulho alto e agudo pode ser ouvido saindo do barco, é a última chamada. Então, já é hora da despedida.

— Adeus, Athy, um dia ainda à verei novamente.

— Até algum dia, Evie...

Elas se abraçaram como se fosse o último abraço que elas teriam e talvez fosse o último.

Evangeline tem que ir, e não tem nada, absolutamente nada, que Athanasia possa fazer.

Finalmente, Evangeline está livre das garras do pai, e isso a deixa feliz, de certa forma, uma felicidade genuína.

°'♪°'♪°'♪'°

Se tiverem alguma dúvida, é só colocar aqui.

Espero que tenham gostado, eu sei que ficou meio ruimzinho.

Quem Me Fez Noiva De Ísis De Elmir? - Crossover ITLOA x WMMAP. -Onde histórias criam vida. Descubra agora