Inevitável Morte

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  Acordo num pulo após mais um pesadelo, sinto as lágrimas ainda escorrendo pelo meu rosto, limpo meus olhos com as costas das mãos.

"De novo... Mais um dia começando, mais um pesadelo pra me atormentar..."

  Coloco minha pernas pra fora da cama, encostando as pontas dos dedos nos chinelos, lentamente me espreguiço bocejando. Olho para a mesa da cabeceira e vejo meu celular com a tela apagada, imaginando que ainda não despertou por ter acordado um pouco mais cedo, pego ele e o ligo.

"8:27... ESPERA, 8:27?!"

  Minha mente processa o fato de que o celular não tocou na hora esperada.

— Puta merda... — murmuro, correndo em direção ao banheiro para lavar meu rosto e fazer minhas higienes, troco de roupa rapidamente, colocando uma calça jeans, uma blusa branca simples e uma jaqueta azul pelo frio. Me movo até a cozinha, abri a geladeira e peguei uma maçã, dou uma mordida nela, sentindo o gosto doce, mas ao mesmo tempo um pouquinho azedo, perfeito.

  Pego minha mochila, coloco-a nas costas e saio do meu apartamento, vou até o elevador e aperto o botão para que ele viesse até o meu andar (9° andar), na espera percebo que esqueci minha chave dentro de casa e nem tranquei a porta.
Corro para o meu apartamento pego a chave e volto para fora, vejo um homem entrando no elevador, "Espera aí, por favor" digo suando de nervoso, me embaralho com as chaves por um segundo, mas finalmente tranco a porta, guardo as chaves no bolso e ouço a porta do elevador se fechar.
Corro até ele e repito o "Espera aí", como se fosse adiantar alguma coisa, aperto o botão para que ele voltasse repetidamente e então desisto.

"Aquele filho da..."

  Me viro em direção a porta de saída pelas escadas, fico com uma cara emburrada quase que imediatamente, resmungando, desço as escadas correndo, tropeço algumas vezes, mas depois de alguns minutos chego no térreo. Olho a hora novamente, "8:48", arregalo os olhos e quase derrubo o celular no chão.
  Vou para fora do prédio e corro o mais rápido possível, também tentando não ser atropelada nas 3 vezes que atravessei a rua correndo, e finalmente chego.

  "CTUG - Canadian Technology Unit of Gaming (Unidade Canadense de Tecnologia de Jogos)"

  Sempre quis trabalhar com jogos, obviamente não foi a primeira coisa que veio na minha mente quando pensei no que seria quando crescer, mas eu sempre gostei de jogos, videogames e tudo relacionado a isso, então tive a ideia de ser uma Beta Tester, que, resumindo, é uma pessoa que testa jogos, testando as mecânicas e também para que quando lançados, sem bugs, ou com o mínimo possível.

  Respiro fundo e vou para dentro do local, entro no elevador, subindo até o andar do escritório do dono, que me entrevistará. Ia me sentar em uma das cadeiras na frente do escritório, mas ouvi as portas se abrindo e fechando, uma mulher, aparentemente na casa dos 40 anos, saindo de lá rapidamente com os passos pesados, chamam o próximo, olho em volta e percebo que não há mais ninguém ali, além de mim.

  Entro na sala e fecho a porta, olho para frente, vendo um homem sentado do outro lado da mesa, devia ter uns 30 anos no máximo, usando um terno cinza, branco, cabelos castanho-claros, olhos cor de mel vibrantes.

— Sente-se. — o homem diz, em um tom sério, apontando para a cadeira a sua frente.

  Engulo em seco e ando até a cadeira, me sentando e colocando a mochila no meu colo.

— Então, eh... senhorita... — ele não completa a frase, olhando em alguns papéis e então percebo que não me apresentei.

— Ally, Ally Walker, senhor... — digo e espero que ele diga seu nome de volta.

Amor Inesperado - Ghost e KönigOnde histórias criam vida. Descubra agora