Capítulo. 2- Feiticeiro Gentil

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Capítulo. 2- Feiticeiro Gentil

Abro meus olhos com o cheiro forte de mastruz com ervas e seiva de árvore apesar de estar com os olhos abertos todas as imagens estavam turvas fecho os olhos com força e puxo o fôlego respirando devagar até que escuto passos arrastados se aproximando de mim com suavidade.

Um cheiro de camomila invade meu nariz me trazendo uma sensação boa de tranquilidade fazendo meu coração suavizar as batidas que estavam agitadas, um tecido felpudo amarelo é colocado sobre minha testa e eu escuto uma voz masculina meiga e suave.

-bom dia olhos de cristal descansou bem? Não se levante ainda ou seus ferimentos iram se abrir novamente, você teve sorte de eu estar colhendo ervas por perto pra te ajudar, geralmente não me importo com a vida alheia mas algo me diz que serei magnificamente bem recompensado se lhe ajudar, como se chama?

-A-Ashley...-falo fraca sentindo uma tontura em minha cabeça e uma pressão forte em meu estômago fazendo o suco gástrico fervilhar me causando uma náusea persistente.

Me remexo desgostosa com a sensação e o rapaz da voz suave se aproxima apoiando minhas costas em seu antebraço e com uma concha feita de mesocarpo de côco e bambu seco colocando em minha boca um líquido estranho que não consigo identificar o sabor mas me arrepio toda tendo um espasmo involuntário de calafrio quando sinto o amargor em minha garganta o rapaz fala baixo.

-isso vai lhe fazer se sentir melhor, notei que tem um Broche do Reino de Arwen, pelas suas vestes posso deduzir que seja uma cavaleira em ascensão?

-Princesa na verdade. Falo olhando para o teto e noto que havia uma pintura de uma deusa com três faces com a muda de três luas em volta dela, cercada por estrelas prateadas de cinco e seis pontas, o símbolo dos feiticeiros das sombras e engulo em seco fechando meus olhos quando escuto uma risada enalsada e retida. -do que está rindo?

-nada apenas estou curioso para saber como fui agraciado ou amaldiçoado com a presença de uma Dama da Nóbreza.

-não pretendo ficar aqui por muito tempo irei partir assim que puder me mexer livremente.

-que pena logo agora que eu estava me adaptando em ter uma boa companhia. Bufo revirando os olhos.

-Tsk...falando assim parece até mesmo que gosta de contato humano.

-não gosto? O que faz vossa alteza pensar dessa maneira?

-que tipo de Homem iria morar nos confins da floresta onde habitam apenas as criaturas mais perversas e insanas da história do mundo se gostasse tanto assim de companhia humana?!

-as vezes o preço que pagamos por escolhas impensadas e momentâneas é grande demais senhorita.

-se você está dizendo.

-bom...de todas as maneiras querida princesa glacial tudo acontece por um motivo, me conte sua história para ver se me compadeço de sua triste trajetória. Reviro os olhos e solto o ar entre os dentes bufando em deboche.

-diga-me mago das sombras o que lhe leva a acreditar fielmente que sou uma donzela em perigo que precisa ser salva por alguém tão estupido e ridículo quanto você? Ele puxa o ar entre os dentes fazendo um barulho estalado como se estivesse sentindo dor.

-uhhh... Que língua afiada para um rostinho tão doce com traços tão delicados.

Reviro os olhos bufando irritada e desvio o olhar virando a cabeça de lado, escuto um barulho de arrastado de sapatos se afastando e fecho meus olhos suspirando pesado angustiada e incrédula não podia acreditar que meu pai tivesse ido tão longe assim apenas para manter meu irmão como seu sucessor.

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