Capítulo. 8- Não Se Deixe Enganar

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Capítulo. 8- Não se Deixe Enganar

Após alguns minutos andando por aquela terra desconhecida e seca sem encontrar um rastro de vida sequer suspiro cansada, me sento ao chão segurando Fenryr em meu colo e nossos estômagos roncam alto e Fenryr grunhi faminto, murchando suas orelhas me olhando com seus olhos brilhantes e pidões fazendo eu me sentir culpada por não ter nenhum tipo de carne para lhe oferecer.

-oh filhote eu não sei onde aquele feiticeiro idiota nos deixou mas creio que ele nos abandonou pra morrer.

Escuto uma risada estranha e estranho me levantando olhando em volta enquanto Fenryr levanta suas orelhas ficando atento, engulo em seco sentindo um pouco de medo e vou saindo do local e Fenryr se arrepia todo rosnando de maneira feroz, tento lhe acalmar mas ele desce do meu colo ficando a minha frente em posição de ataque quando eu escuto uma voz risonha e embriagada.

-calma lobinho... Hi aigh....

-quem é você?

A voz risonha vai sumindo aos poucos, e não demora para que eu escute um balançar de caçapas com sementes dentro produzindo um som de chocalho igual de maracas.

Sinto uma cutucada em minhas costas e giro em meu eixo me deparando com um anão magricela com uma enorme barba branca utilizando uma bata roxa com detalhes de estrelas e um chapéu pontiagudo.

Seu corpo era todo enrugado como uma uva seca e seus olhos ficavam fechados suas sobrancelhas eram grossas e arrepiadas chegando a se parecer com uma taturana, seu nariz era fino com a ponta arredondada como a de uma toupeira, preso no meio de seu nariz havia um pincenê, arqueio a sobrancelha fazendo uma careta o velho estranho e trêmulo ajeita seu pincenê e seus olhos se arregalam quando ele me vê.

-oh céus onde estão meus modos.

O velho fala dando uma risada enfadonha estranha e bate com o seu cajado no chão o girando e toda a terra sem vida e seca começa a tomar força diante de meus olhos, a grama ganha uma coloração verde vivida com um brilho de gotas de orvalho, as árvores ficam com suas copas preenchidas com folhas verdes brilhantes e frutos e flores desabrocham, sorrio encantada admirando tudo, um cogumelo gigante em formato de casa surge e eu sorrio divertida o velho senhor anão fala sorrindo.

-venha entre você deve estar cansada e faminta.

Antes que possa abrir minha boca para falar algo meu estômago ronca alto e o velho senhor abre a porta da sua casa me dando acesso, peço licença e entro e me sento no sofá de bambu com acolchoado de palhas e fico admirando e olhando com atenção as coisas, noto que havia uma pequena estante de madeira com alguns livros uma mesa de centro de vidro e conchas, cortinas nas janelas com a mesma estampa da bata do velho, alguns castiçais nos cantos da parede, algumas decorações feitas com cerdas de pinheiro, em alguns armários e prateleiras haviam máscaras entalhadas de madeira, potes e frascos de vidros de várias formas e tamanhos o velho estala o dedo e na mesa de centro surge uma cesta com frutas, raízes e algumas sementes, pego uma pera e mordo um pedaço e sorrio feliz e satisfeita com o sabor adocicado o velhinho se senta a minha frente e aponta pra Fenryr.

-quanto tempo faz que tem esse lobo? Olho para Fenryr que estava descansando em meu colo tranquilamente mexendo suas orelhas atento a qualquer barulho suspeito.

-acho que faz uma semana.

O velho mexe o queixo intrigado e da duas batidas com seu cajado no chão, acenando que sim ele move seus lábios os torcendo com questionamento ele arqueia uma de suas sobrancelhas me encarando sério.

-de onde conhece o Feiticeiro das sombras

-huh? Como o senhor sabe que eu o conheço?

O senhor vira seu rosto sorrindo fazendo um som arfado entre os dentes como se fosse obvio o que eu tinha perguntado e eu o encaro seria arqueando minha sobrancelha o velho fala sério apoiando o queixo sobre as costas de suas mãos.

-não é difícil de perceber, conte-me criança de terras longincoas regida por um tolo consumido pelo poder o que a trouxe a mim. O olho e sorrio fraco e estendo os braços.

-o feiticeiro me deixou aqui e sumiu. O velho faz um barulho com a garganta e esfrega a ponta de seu nariz fungando o encaro com atenção, ele dá uma risada estranha estalando sua língua resmungando algo indecifrável.

-então coma bem vamos ir a um lugar. Aceno que sim e quando termino de comer vou caminhando para fora da casa de velho com Fenryr no colo.

-criança vejo que seu coração está confuso e perdido.

Fico tensa e surpresa com a afirmação do velho senhor mas não falo nada pois tenho a impressão de que ele não havia terminado de falar. -ouça bem o que tenho a lhe dizer vejo que em breve terá que tomar uma decisão concreta e sabia, um caminho te levará para a glória esperada porém não existirá mais amor, o outro caminho te leva para um caminho de descobertas e jamais lhe faltará amor, contudo tudo tem consequências.

Mordo meu lábio olhando pra baixo. -antes de decidir qualquer coisa pense na pessoa que você mais gosta de estar perto atualmente.

Minhas bochechas esquentam quando penso no meu beijo com o feiticeiro e meu coração se acelera batendo tão forte e ávido que posso ouvir o som do meu coração pulsando e o velho senhor sorri de canto como se fosse obvio saber em quem eu havia pensado. -antes de tomar sua decisão pense... você seria capaz de enfiar uma adaga no coração dessa pessoa para alcançar seu objetivo político ao qual lhe colocou nessa jornada?

Engulo em seco sentindo meu coração se apertar com tanta força que parecia que seria esmagado com tamanha pressão meu corpo inteiro começa a suar frio e eu me sinto zonza e mareada sem conseguir visualizar o feiticeiro machucado, suspiro pesado e fecho meus olhos balançando a cabeça em negativa e falo firme mas minha voz sai fraca quase trêmula e hesitante.

-faria o que fosse necessário.

O velho senhor acena positivo e faz um sinal com os dedos para que eu coloque Fenryr no chão obedeço eu mal me endireito e sinto uma rajada de vento forte me atingindo no meu estômago me fazendo voar minhas costas batem contra uma árvore com a casca meio solta e pontiaguda machucando minhas costas.

A pancada forte comprime meus pulmões me fazendo cuspir sangue, esfrego as costas da minha mão em meus lábios limpando o sangue e respiro ofegante o velho se aproxima de mim e meu corpo inteiro treme e meus músculos ficam travados quando o velhote aparece na minha frente me encara com uma expressão assustadora e macabra.

Sinto o medo vibrar em meu corpo como uma energia intensa me paralisando por completo, as nuvens do céu se fecham e um relâmpago atinge a terra me fazendo pular para o lado assustada.

-ei velhote o que te dei de repente? Protejo meus olhos quando uma tempestade de relâmpagos começa a atingir a terra fazendo rachaduras intensas.

-não confie tão facilmente em alguém apenas por lhe dar um prato de comida garota ingênua.

Um relâmpago atinge perto de meus pés fazendo meu corpo ser arremessado pra longe, tento me levantar mais um raio após o outro é lançado em minha direção me fazendo cambalear pra trás sempre que tento me equilibrar.

Meu calcanhar esquerdo pisa em falso em um desfiladeiro e meu corpo escorrega de vez deslizando no barranco, tento me segurar em pedras e galhos que aparecem mas isso apenas me machuca.

Meu corpo vai batendo contra pedras e sinto dores intensas se espalharem por todo meu corpo, bato com a nuca em uma pedra e minha vista começa a escurecer e a última coisa que vejo antes de apagar é Fenryr caindo do penhasco em seguida, escuto um som de Splash e tudo fica turvo e preto.

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